Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

ESQUECIMENTO PROVIDENCIAL

Ouve-se, frequentemente, proferida pelas pessoas ultrajadas ou sofridas, a sentença: "Perdoar, não me é difícil; no entanto, esquecer, é-me quase impossível."

Sem o real esquecimento da ofensa, não vige o verdadeiro perdão.

A lembrança da ocorrência malsã demonstra a permanência da mágoa que, oculta ou declarada, anela pelo ressarcimento do mal padecido.

Quando o coração se sente lenido pelo entendimento do fato infeliz; quando a compreensão compassiva luariza a memória do instante perturbador, o esquecimento toma corpo na criatura e o perdão legítimo se lhe estabelece, ensejando a harmonia que proporciona ao ofensor a oportunidade para a reparação.

O olvido dos acontecimentos nefastos significa valiosa conquista do espírito sobre si mesmo, superando as imposições inferiores do ego e facultando o desenvolvimento das aptidões superiores, que jazem inatas na criatura.

Toda a permanência no mal engendra anseios de desforro, aspirações de cobrança...

Dedicar-se ao equilíbrio psicofísico mediante a harmonização interior, eis o grande desafio para o homem inteligente, que aspira por tentames mais grandiosos, tendo os olhos postos no infinito.

O cultivo das ideias otimistas, positivas, contribui para a superação, para o esquecimento dos desaires, nas recordações nefastas.

Mediante treinamento mental e exercício emocional nas atividades do Bem, é factível o olvido das questões negativas, graças às quais, no entanto, o indivíduo amadurece (emocionalmente), adquire experiência, evolui no processo de conscientização superior.

É providencial o esquecimento do passado, das reencarnações anteriores. Graças a ele, as dificuldades que ressumam do inconsciente profundo, em forma de animosidade e antipatia, de ressentimento e insegurança, tornam-se mais fáceis de ser vencidas, administradas na leitura da renovação interior. Tivéssemos conhecimento lúcido das razões que as desencadearam no pretérito; soubéssemos com clareza das ocorrências que a geraram; recordássemos dos momentos em que sucederam e das circunstâncias em que se deram e se constituiriam verdadeiros impedimentos para a pacificação, para o equilíbrio emocional, para o perdão.

Ademais, a recordação das cenas antes vividas, não ficaria adstrita apenas à personagem central interessada, mas também às outras pessoas que dela participaram, gerando situações amplas e de complexos conflitos.

Ninguém se sentiria em segurança, sabendo que seus equívocos e erros de ontem eram agora recordados por outras pessoas. Tal fenômeno produziria estados humilhantes para alguns, ou, quando menos, profundamente desagradáveis para todos que se encontrassem neles incursos.

Assim considerando, vale a pena ter-se em mente que a soma das experiências anteriores, perturbadoras, com as atuais, produziria tão pesada carga emocional, que a harmonia mental se desconcertaria, interferindo no conjunto social, que ficaria gravemente afetado.

O esquecimento, portanto, do passado espiritual, é providencial para o ser no seu processo de crescimento.

... E não apenas no que diz respeito aos quesitos perturbadores, mas também às ações de enobrecimento, de renúncia que poderiam surpreender a criatura, levando-a à jactância ou à presunção, ou ao marasmo, por facultar-lhe pensar na desnecessidade de mais esforçar-se para prosseguir na conquista de outros elevados patamares.

A reencarnação é processo de evolução trabalhado pela misericórdia de Deus, que estabeleceu, no esquecimento, o valioso recurso para mais ampla aprendizagem e treinamento para o perdão real.

Não obstante, à medida que o Espírito progride, tornar-se-lhe mais lúcida a percepção e ele recorda ocorrências que podem contribuir para o seu progresso, ou conclui, mediante análise dos fatos atuais que lhe oferecem parâmetros para identificar os do passado.

Assim, o verdadeiro perdão somente é possível quando ocorre o olvido pleno ao mal de que se foi objeto.





Divaldo Pereira Franco pelo espírito Joanna D'Ângelis no livro "Desperte e Sejas Feliz". 

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