Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O VALOR DO CONHECIMENTO


Sr. Magalhães era um professor, muito culto e preparado, com vários doutorados. Era conhecido pelos seus trabalhos, mas também por certa dose de arrogância. Durante suas férias, resolveu viajar e conhecer outros lugares. 

Chegando a uma cidade, alugou um pequeno barco para conhecer a paisagem de um belo rio. O condutor do barco era José, um simples pescador. Durante o caminho estabeleceu uma orgulhosa conversa com o pescador:

- Você sabe ler e escrever?

- Não senhor, eu não sei. Respondeu com sinceridade o pescador.

Com ar de superioridade, o professor disse:

- Você perdeu metade de sua vida por não saber ler e escrever.

Cabisbaixo, um pouco humilhado, o pescador continuou o percurso. Mas o professor não parava de perguntar:

- Você entende de negócios, política?

E o pobre pescador respondia:

- Não senhor. Só entendo de peixe.

Ironicamente o professor diz:

- Você perdeu mais uma parte de sua vida.

Nesse momento, no meio do rio, uma pedra atinge o barco e o pescador pergunta ao professor:

- Você sabe nadar?

- Não. Respondeu o professor.

- Pois então o senhor perdeu a vida toda, o barco está afundando.

Moral da História:

Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, perdem a humildade e acham-se no direito de subestimar os outros. A vida exige muito mais sabedoria do que conhecimento. Na vida, ser humilde não é ser menos que alguém. É saber que não somos mais que ninguém. A humildade é a base e o fundamento de todas as virtudes. Sem ela nenhuma conquista tem valor.

Autor desconhecido


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

UM NOVO SENTIDO PARA A VIDA



Os olhos dele brilharam do outro lado da vitrine e meu coração apertou-se. A lembrança de um tempo que já ficou tão distante desabou sobre mim, de repente. Crianças não costumavam parar na minha vitrine, mesmo na época de Natal, com seus enfeites e luzes. Mas ele estava ali, e era muito parecido, muito. Não consegui me conter. Foi como se eu não dominasse meu movimento de ir até a rua e parar do lado dele na calçada.

– Do que você gostou? – perguntei.

Ele levantou para mim um olhar sem expressão, parecendo não entender bem o que eu havia perguntado, como se estivesse distante dali. Meu coração apertou-se uma vez mais e o médico já havia me avisado várias vezes para cuidar dele, que não ia nada bem. Os olhos do menino eram os do meu filho, que a morte havia levado, justamente no dia do Natal. As lágrimas turvaram minha vista e voltei para dentro da loja, pensando em não mais me importar com ele. Nem vi o que fez. Fui para o escritório e me afundei na poltrona. Quinze anos. Quinze anos se foram na voragem do tempo. Ele tinha 20 quando se foi. Lutamos desesperadamente para salvá-lo. Foi tudo tão de repente! Começou com uma dor de cabeça e em poucos dias se foi nosso Raul. Meningite! Quinze anos. Quinze Natais, tristes, sem luzes, sem cantigas, sem presentes. Cecília partiu porque não suportou o silêncio. Num dos últimos Natais, nem sei mais qual, a dor da saudade sufocou meu peito e a pressão subiu. Fiquei no hospital uns dias e, quando voltei, ela não estava mais em casa. Eu já sabia que ela iria embora. Creio que me culpava de alguma maneira e eu não me importei muito. Não tenho mais contato com ela, mas dizem que também está sozinha. No Natal eu apenas fecho a casa, apago as luzes e durmo cedo. A casa é em cima da loja, então trabalho até tarde nesta noite e vou direto para cama.

A sala do piano está fechada desde sua morte. Ele tocava todas as músicas de Natal. Era precoce, um virtuose, um gênio da música. Ia tocar o Oratório de Natal de Bach aquele ano. Nunca mais abri aquela sala! E algumas pessoas ainda me criticam por não crer em Deus! Querem que eu acredite em vidas sucessivas, em carma. Querem dizer que nada acontece sem um motivo. Querem justificar a morte de um gênio e a dor que ficou em seu lugar com teorias abstratas e sem sentido. Falam em reencarnação... que absurdo!
Voltei para a loja e, para meu espanto, ele ainda estava lá, olhando fixamente para algum instrumento da vitrine. Por que não foi embora? Onde andam os pais desta criança? Novamente fui até ele, pensando agora em perguntar por seus pais, mas, quando cheguei perto, ele apontou para um teclado Kurzweil, o mais caro da loja. Por que uma criança se interessaria por um teclado profissional? Por que justamente o teclado de que Raul gostava?
– Você gostou do teclado?
– Eu queria tocar nele?
– Ora, mas quantos anos você tem?
– Eu tenho oito anos... posso tocar para você?

Ele falou olhando nos meus olhos e os seus olhinhos brilhavam. Lembrei do dia em que Raul saiu da primeira aula de piano e correu para a loja, para me mostrar o que aprendeu. Foi isso que ele falou aquele dia, apontando para outro Kurzweil: – posso tocar para você?
Apanhei o menino pela mão e arrumei espaço pra ele na frente do teclado, depois o liguei e coloquei no modo piano. Puxei uma cadeira e ajustei a altura do suporte. Nem sabia ao certo por que fazia isso. O menino ficou um longo tempo olhando para as teclas e pensei em falar para tomar cuidado porque era um instrumento caro, mas, de repente, ele pousou as mãozinhas suavemente sobre as teclas e fechou os olhos. Meu coração crispou-se. Era exatamente o que Raul fazia antes de tocar. Que loucura! Então ele tocou, e o mundo ao meu redor começou a rodar...
Ele tocou de olhos fechados, como se estivesse em transe, o Oratório de Natal, de Johann Sebastian Bach. Uma criança de oito anos! Um soluço embargou minha voz e as lágrimas me cegaram. O coração apertou-se e tudo escureceu, mas continuei ouvindo a música, que parecia chegar aos meus ouvidos, vinda de longe, de outro lugar, de outro tempo. Então o peito começou a doer e precisei reagir. Respirei fundo e abri os olhos. Havia uma mulher parada ao lado do teclado e seus olhos estavam marejados de emoção.

– Você é a mãe? – Perguntei, com um fio de voz.
– Oh! Não, mas hoje sou responsável por ele e estava desesperada porque sumiu... mas lá da rua ouvi a música e tive certeza que era ele... não é incrível?
– Responsável?
– Sim... ele apareceu no orfanato numa manhã. Estava lá, no portão, logo que o dia clareou, alguns meses atrás. Ninguém sabe, nem ele, de onde veio. No primeiro dia já se sentou na frente do teclado da aula de música e tocou, para espanto de todos... tocou maravilhosamente

– Ele é órfão?
– Na verdade, não sabemos, meu senhor. Sabemos apenas que apareceu lá e não tem nenhuma memória sobre o que aconteceu antes disso... mas é uma criança saudável e, como pode ver, um gênio... Mas agora precisamos ir, o ônibus está nos esperando para voltarmos para o abrigo...

A mulher acariciou a cabeça do menino e lhe deu um beijo delicado, depois segurou suas mãozinhas que deslizavam com maestria pelo teclado. Ele a olhou um pouco desapontado, mas ela falou com tanto carinho que ele sorriu:
– Vamos, Raul, todos estão nos esperando... e ainda temos que preparar a festa da noite. Não esqueça que hoje é noite de Natal e você falou que ia tocar para nós...
– Raul? – perguntei, ainda mais espantado.
– Sim, é a única coisa que ele lembra, do nome... Tenha um bom dia, senhor...
– Alô! Cecília... sim, sou eu... precisamos conversar.
– Não sei bem o motivo, mas sabia que você ia me ligar hoje, por ser Natal...
– Sim... é Natal... por isso estou ligando, para convidar você para ir a uma festa...

– Você está me convidando para ir numa festa, na noite de Natal?
– Uma festa num orfanato...




quarta-feira, 20 de agosto de 2014

IDEOLOGIA PARTIDÁRIA X DOUTRINA DOS ESPÍRITOS

Por Jorge Hassen
O legado da tolerância doutrinária não se deve manifestar na forma de omissão diante das enxertias conceituais e ideias anômalas que alguns companheiros intentam impor nas instituições doutrinárias em nome da militância política. Principalmente nas proximidades das disputas para eleições político-partidárias, em que surgem aqui e acolá discussões sobre se o espírita deve ou não candidatar-se a algum cargo eletivo.
Em verdade, a Doutrina dos Espíritos não estimula o engajamento para funções nas estruturas político-partidárias. E não ajusta sua tribuna a serviço da propaganda partidária de quaisquer candidatos. A tarefa urgente do espírita é a transformação de comportamento individual, a luta pelo ideal do bem, em nome do Evangelho. Agindo assim, os espíritas não estão alheios às questões políticas; engana-se quem pensa o contrário. Os espíritas incorruptíveis, fiéis à família, à sociedade e aos compromissos morais, são, integralmente, cidadãos ativos, que exercem o direito e/ou obrigação (depende do ponto de vista) de votar; porém, sem vínculos com as absurdas contendas ideológico-partidárias.
Se algum confrade estiver vinculado a qualquer partido político, se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, obviamente tem total liberdade de fazê-lo, mas que atue bem longe dos ambientes espíritas, de modo que não camufle, dentro da Instituição Espírita, disfarçada intenção, visando conquistar votos dos frequentadores. O excesso de cautela nesse caso é recomendável; não é questão de preconceitos; é até uma questão de lógica, pois, em se discutindo assuntos da política humana, é inadmissível trazer, para as hostes espíritas, o partidarismo, a ideologia (de “direita”, “esquerda”, “centro”, “ambas” etc. etc. etc.). Conquanto, como cidadão, cada espírita tenha o direito e o livre-arbítrio para militar no universo fragmentado das ideologias político-partidárias, não tem o direito de confundir as coisas. Não esqueçamos que o Espiritismo não é um fragmento da política mundana, nem tampouco se envolve com grupos políticos sectários, que utilizam meios contraditórios com os fins de poder.
Como vimos, por razões óbvias, repetimos, é imperioso distinguir o interesse de valor inócuo da política humana da excelsa política de Jesus – a “Verdadeira luz que alumia a todo homem”(1). Quando trabalhamos pela erradicação da miséria e da exclusão social, estamos adotando a política “d’Aquele que é desde o princípio”(2). A política do verdadeiro espírita é a favor do ser humano e de seu crescimento espiritual. O espírita consciente não se submete nem se omite diante do poder político, e nem tampouco assume o lugar de “oposição” ou de “situação”. Até porque “o discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora”(3).
Bezerra e Eurípedes
O primeiro capítulo do Estatuto da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas estabelece a seguinte PROIBIÇÃO (isso mesmo, PROIBIÇÃO!): “AS QUESTÕES POLÍTICAS, DE CONTROVÉRSIA RELIGIOSA E DE ECONOMIA SOCIAL NELA [S.P.E.E.] SÃO INTERDITAS”. Portanto, e por imparcial razão, é inaceitável alguém utilizar a tribuna espírita para propaganda político-partidária. Da mesma forma, é situação deprimente um espírita utilizar palanques eleitoreiros a fim de implorar votos, valendo-se demagogicamente de sofismas e simulacros de “modéstia”, “pobreza”, “humildade”, “altruísmo”, “tolerância”, exaltando suas inigualáveis “virtudes” e colossais obras de “caridade”. Aconselhamos a tais imponderados “espíritas”, mendicantes de votos, que se afastem do Espiritismo e optem por outro credo, a fim de que seja assegurado ao movimento espírita a não contaminação dessa infecciosa política reles e mesquinha de interesses pessoais.
Alguns defensores da politização nas casas espíritas evocam Bezerra de Menezes e Eurípedes Barsanulfo a fim de justificarem seus arrazoados. A carreira política de Bezerra de Menezes iniciou-se em 1861, quando foi eleito vereador municipal pelo Partido Liberal. Foi reeleito para o período 1864-1868 e elegeu-se Deputado Geral em 1867. Novamente foi eleito vereador em 1873. Ocupou o cargo de presidente da Câmara, que atualmente corresponde ao de prefeito do Rio de Janeiro, de julho de 1878 a janeiro de 1881. Nessa época, a intensificação da luta abolicionista teve a adesão de Bezerra, que usou de extrema prudência no trato do assunto. Entretanto, no dia 16 de agosto de 1886, o público de duas mil pessoas que lotava a sala de honra da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, ouviu, silencioso e atônito, o famoso médico e político anunciar sua conversão ao Espiritismo. A partir daí, não se envolveu com o partidarismo político.
Quanto a Eurípedes Barsanulfo, foi respeitável representante político de sua comunidade, sem dúvida. Tornou-se secretário da Irmandade de São Vicente de Paula, tendo participado ativamente da fundação do jornal “Gazeta de Sacramento” e do “Liceu Sacramentano”. Logo viu-se guindado à posição natural de líder, por sua segura orientação quanto aos verdadeiros valores da vida. Através de informações prestadas por um dos seus tios, tomou conhecimento da existência dos fenômenos espíritas e das obras da Codificação Espírita. Diante dos fatos, voltou completamente suas atividades para a nova Doutrina, pesquisando por todos os meios e maneiras, até desfazer totalmente suas dúvidas. A partir daí, o partidarismo político deixou de ser parte integrante dos anseios do jovem mineiro.
Não temos necessidade de representantes políticos
Por fortes razões, é necessário que façamos profunda distinção entre Espiritismo e política partidária. Somos “políticos” desde que nascemos e vivemos em sociedade; sim, e daí? A Doutrina Espírita não poderá, jamais, ser veículo de especulação das ambições particulares nesse campo. Se o mundo gira em função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como tolerar militância política dentro das hostes espíritas. Não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance ajudaremos a melhorar o mundo. Isso é parvoíce ideológica.
Não há como confundir a política terrena de interesses menores com a política do “Filho do Altíssimo”(4). Cada situação na sua dimensão correta. Política partidária, aos políticos pertence, enquanto que prática espírita é atividade para espíritas cristãos. O argumento de que os parlamentares se servem, com o pretexto de “defender” os postulados da Doutrina, ou aliciar prestígio social para as hostes espíritas, ou, ainda, ser uma “luz” entre os legisladores, é argumento ardiloso, desonesto. “NÃO TEMOS NECESSIDADE ABSOLUTA DE REPRESENTANTES OFICIAIS DO ESPIRITISMO EM SETOR ALGUM DA POLÍTICA HUMANA”(5).
Os legítimos estudiosos espiritistas acercam-se da compreensão de viver naturalmente impregnados de bom senso e humildade. Entendem que “a missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal”(6).
Mais uma vez, afiançamos que não se sustentam as teses inúteis de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance ajudaremos a “melhorar” o Brasil. Não esqueçamos que o “Rei dos Séculos”(7) cogitou muito a melhora da criatura em si. Não nos consta que o “Filho de Deus”(8) tivesse aberto qualquer processo político-partidário contra ou a favor do poder constituído à época. Portanto, a nossa conduta apolítica (apartidária) não deve ser encarada como conformismo; pelo contrário, essa atitude é sinonímia de paciência operosa, que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos.
É acertado lembrar que, nos imperceptíveis consentimentos, vamos descaracterizando o programa da Terceira Revelação. A título de tolerância, diversas vezes fechamos os olhos para a politização nas casas espíritas; entretanto a experiência demonstra que, às vezes, é presumível até fechar um olho, porém nunca os dois. Considerando que nosso mundo é a morada da opinião, é natural que apresentemos para os companheiros militantes políticos desacordos sobre esse tema. Inadmissível, porém, tendo em vista a própria orientação da Doutrina Espírita, é o clima de injunções que se coloca, não raro, envolvendo os que confundem intensidade com agressividade, ou defesa da verdade com inflexibilidade.
Estamos investidos de compromisso mais imediato, em vez de mergulhar no mundo da política saturada por equívocos deploráveis. Por isso, não devemos buscar uma posição de destaque, para nós mesmos, nas administrações transitórias da Terra. Se formos convocados pelas circunstâncias, devemos aceitá-la, não por honra da Doutrina que professamos, mas como experiência complexa, onde todo sucesso é sempre muito difícil. “O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de uma consciência é como se fora a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir uma realização definitiva e real. A missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal.”(9)
Conclusão
Fosse uma sociedade educada para a tolerância recíproca, para o respeito à autoridade, para o trabalho persistente, sem conflitos entre servidores e governo, empresários e trabalhadores, em que as pessoas se unissem para compreender a necessidade dos valores espirituais na vida de cada um ou de cada grupo social, seríamos um país venturoso e pacífico. Muitos podemos admirar a política enquanto ciência, enquanto princípios, enquanto filosofia, mas definitivamente não precisamos nos envolver em partidarismos políticos. Pensamos ser justos em lutar por nossa ação voluntária na Sociedade, seja na ação profissional, seja na ação de cidadania, sem trocar nossa dignidade por politicagens ou conveniências pessoais.
Referências bibliográficas:
1 João 1:9
2 1 João 2:13
3 Xavier, Francisco Cândido. Vinha de Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, cap. 59
4 Lc 1.32
5 VIEIRA, Waldo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de janeiro: FEB, 2001, Cap. 10
6 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60
7 1Tm 1.17
8 Mt 2.15
9 Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60.
Publicado originalmente em:
 http://www.oconsolador.com.br/ano8/376/especial.html e http://aluznamente.com.br/ideologia-partidaria-x-doutrina-dos-espiritos-revista-o-consolador/

SIGA EM FRENTE



Numa pequena cidade do interior, havia um padeiro, o dono da padaria, que diziam ser um homem singular. Todos que entravam em sua padaria podiam ler a seguinte inscrição numa placa afixada na parede:

“A vida é feita de duas escolhas principais. Escolha sempre seguir em frente.”

Certo dia, um viajante passou pela rua da padaria e resolveu comprar pão. Entrou no estabelecimento, viu a placa e não entendeu direito seu conteúdo. O padeiro olhou para o forasteiro e perguntou se ele queria comprar algo. O viajante disse que havia ficado intrigado com a inscrição da placa e pediu ao padeiro que explicasse seu significado. O padeiro respondeu: 
- Meu caro, isso é simplesmente a vida… Na vida humana temos sempre duas opções em tudo… Ou ficamos remoendo as mágoas e dores, ou perdoamos tudo e seguimos em frente.

Ou ficamos nos sentindo culpados pelos nossos erros, ou aprendemos com eles e seguimos em frente. Ou deixamos o medo nos paralisar, ou enfrentamos o medo e seguimos em frente. Ou caímos e ficamos no chão machucados, ou nos levantamos e seguimos em frente. Ou lamentamos as perdas do passado ou tentamos renovar nossa vida no presente e seguimos em frente. Ou nos acomodamos ao estado atual, ou agimos para mudar as coisas e seguimos em frente.

Ou ficamos reclamando das desgraças da vida, ou assumimos a responsabilidade de nossa vida e seguimos em frente. Ou esperamos algo do outro e nos decepcionamos, ou passamos a confiar em nós mesmos e seguimos em frente. Ou vamos morrendo e definhando um pouco a cada dia, ou vamos morrendo e renascendo um pouco a cada dia.

Tudo isso se resume em: Ou viver esperando a morte, ou não esperar nada e viver a vida. O viajante ficou maravilhado com as explicações. O padeiro concluiu: Você, que está viajando, alguma vez ficou parado no mesmo lugar indefinidamente? Não, pois isso atrasaria a sua viagem e seria contraproducente. O ser humano é também um viajante do cosmos, e não pode jamais ficar parado… É necessário sempre seguir em frente, não importa o que aconteça. Então a vida é sempre uma questão de ou ficar parado em algo, ou libertar-se e seguir em frente. Essas são as duas escolhas do espírito humano.

O que você tem escolhido até hoje? Não importa o que você escolheu até agora. Siga em frente… O que importa é o que você vai escolher a partir de agora.


Autor: Hugo Lapa