Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

NÃO ESTÁS DEPRIMIDO, ESTÁS DISTRAÍDO



Não estás deprimido, estás distraído.


Distraído em relação à vida que te preenche, distraído em relação à vida que te rodeia, golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.

Não caias como caiu teu irmão que sofre por um único ser humano, quando existem cinco mil e seiscentos milhões no mundo. Além de tudo, não é assim tão ruim viver só. Eu fico bem, decidindo a cada instante o que desejo fazer, e graças à solidão conheço-me. O que é fundamental para viver.

Não faças o que fez teu pai, que se sente velho porque tem setenta anos, e esquece que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos.

Não estás deprimido, estás distraído.

Por isso acreditas que perdeste algo, o que é impossível, porque tudo te foi dado. Não fizeste um só cabelo de tua cabeça, portanto não és dono de coisa alguma. Além disso, a vida não te tira coisas: te liberta de coisas, alivia-te para que possas voar mais alto, para que alcances a plenitude.

Do útero ao túmulo, vivemos numa escola; por isso, o que chamas de problemas são apenas lições. Não perdeste coisa alguma: aquele que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção.

E não esqueças, que o melhor dele, o amor, continua vivo em teu coração.

Não existe a morte, apenas a mudança.

E do outro lado te esperam pessoas maravilhosas: Gandhi, o Arcanjo Miguel, Whitman, São Agostinho, Madre Teresa, teu avô e minha mãe, que acreditava que a pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas demais, e nos machuca, porque nos torna desconfiados.

Faz apenas o que amas e serás feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente condenado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural.

Não faças coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor.

Então terás plenitude, e nessa plenitude tudo é possível sem esforço, porque és movido pela força natural da vida. A mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.

Deus te tornou responsável por um ser humano, que és tu. Deves trazer felicidade e liberdade para ti mesmo. E só então poderás compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.

Lembra-te: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Reconcilia-te contigo, coloca-te frente ao espelho e pensa que esta criatura que vês, é uma obra de Deus, e decide neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição.

Aliás, a felicidade não é um direito, mas um dever; porque se não fores feliz, estarás levando amargura para todos os teus vizinhos.

Um único homem que não possuiu talento ou valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.

Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo.

Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, o futebol dos brasileiros, As Mil e Uma Noites, a Divina Comédia, Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.

E se estás com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, te liberta do corpo que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas).

Se tu vences, serás mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.

Não estás deprimido, estás desocupado.

Ajuda a criança que precisa de ti, essa criança que será sócia do teu filho. Ajuda os velhos e os jovens te ajudarão quando for tua vez.

Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão.

Dá sem medida, e receberás sem medida.

Ama até que te tornes o ser amado; mais ainda converte-te no próprio Amor. E não te deixes enganar por alguns homicidas e suicidas. O bem é maioria, mas não se percebe porque é silencioso.

Uma bomba faz mais barulho que uma caricia, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carícias que alimentam a vida.

Facundo Cabral

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

QUANDO ORARDES

E, quando estiverdes orando, perdoai - Jesus
(Marcos, 11:25)



A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo; todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, por meio da oração, põe-se a consciência em contato com o sentido eterno e criador da vida infinita.

Examine cada aprendiz as sensações que experimenta se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.

A mente que ora permanece em movimentação na esfera invisível.

As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções materiais, comunicam-se por tênues fios do desejo manifestado na oração. Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado. 

É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. É por esse motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, em benefício de cada discípulo do Evangelho: "E, quando estiverdes orando, perdoai."

[Emmanuel, espírito, através de Francisco Cândido Xavier, no Livro Pão Nosso, páginas 103 e 104)

terça-feira, 25 de novembro de 2014

CURAS

E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É
chegado a vós o Reino de Deus. - Jesus (Lucas, 10:9)

Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo especial, aos discípulos. Todavia, o Médico celestial não se esqueceu de requisitar ao Reino divino quantos se restauram nas deficiências humanas.

Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual.

Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico.

Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse a golpeá-la e quebrá-la em detrimento do espírito?

O enfermo pretenderá o reajustamento das energias vitais; entretanto, cabe-lhe conhecer a prudência e o valor dos elementos colocados à sua disposição na experiência edificante da Terra.

Há criaturas doentes que lastimam a retenção no leito e choram aflitas, não porque desejem renovar concepções acerca dos sagrados fundamentos da vida, mas por se sentirem impossibilitadas de prolongar os próprios desatinos.

É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isto; contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu espírito um novo dia no caminho redentor.

Emmanuel [Espírito] através de Francisco Cândido Xavier no livro "Pão Nosso", páginas 101 e 102.

O SONHO DE RAFAELA



"Disse então Jesus estas palavras: 

– Graças te rendo, meu Pai, Senhor do Céu e da Terra, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e aos prudentes, e por as teres revelado aos pequeninos." (MATEUS, 11:25.)



Em certo dia, durante os deveres assumidos com o exercício do aprendizado que me fora indispensável no mundo invisível, para desenvolvimento do meu progresso pessoal, necessitei visitar a Terra, onde sempre me fora dado observar tantas lágrimas crestando o coração do meu próximo. Desci em vôo lento, ao acaso... e planei, atraído, de certo, por afinidades especiais, sobre uma região pobre do Piemonte, nas encostas nevadas dos Apeninos. (1)
Era uma aldeia de pobres camponeses, que tiravam das entranhas do solo o sustento para os seus semelhantes, mais para estes do que para si próprios, pois esses meus irmãos, almas heróicas, geradas, como eu, da mesma Luz, eram resignados na sua pobreza e se conformavam com o mínimo que lhes era indispensável.
Um travo de tristeza anuviou a satisfação de que nos últimos tempos minhalma se alcandorava, à vista daquela aldeia onde os problemas se multiplicavam, sem soluções compensadoras. Lembrei-me então dos dias melancólicos da minha existência terrena, quando, palmilhando os gelos de minha terra natal, eu peregrinava por aqui, por ali e acolá à procura das dores alheias para que Deus, suavizando-as por meu intermédio, também a mim, permitisse a misericórdia da suavização das minhas próprias dores, que não foram poucas.
Entrei, agora, de palhoça em palhoça, visitei os camponeses, os operários, os cavouqueiros, os pescadores. E a desolação crescia em minha alma, porque verifiquei que o homem, tal como nos meus velhos tempos, antes de mais nada, conservava-se sofredor, e assim se conservava por ignorar o próprio destino imortal.
Mas... mais além, à beira de uma palhoça com vistas para a cordilheira, um grupo de mulheres conversava amistosamente. À frente, a sombra de um pinheiro tingia de penumbras o alpendre tosco da entrada, enfeitado de jasmins e trepadeiras, ao passo que tílias floridas bordavam de tonalidades suaves o terreno cultivado, a par de videiras tenras que tentavam frutificar.
Que diriam entre si aquelas pobres camponesas?...
Seu mundo era tão restrito, tão modestos os seus ideais, que não passavam do desejo da boa saúde dos maridos e do crescimento dos filhos, que bem cedo deveriam marchar para a lavoura, com o pai.
Aproximei-me :
Elas eram ruivas e brancas, de faces rosadas e frescas, como legítimas italianas, volumosas em suas saias berrantes e fartas, com alvos aventais e toucas típicas, que as tornavam graciosas. Sim, que diriam?...
Detive-me a ouvi-las, como outrora, durante meus passeios solitários, ao encontrar um e outro "mujik" (2), que vinham solicitar a ajuda que nunca lhes pude plenamente conceder. E uma lágrima deslizou de minha alma, a essa melancólica evocação.
Eis o que se passava:
– Sim, Senhora Rafaela, conta à nossa Gertrudes o que te sucedeu durante esta noite... para ver se ela deixará de também chorar a morte do seu pequerrucho, que lá vai dois anos se foi para o bom Deus, sem que ela, a mãe, o esqueça... Conta-lhe...
– Sim, Rafaela, não te faças rogada... Conta-nos novamente o teu lindo sonho...
E Rafaela contou às vizinhas, pela décima vez, naquela manhã de primavera, o sonho que tivera, tendo agora, porém, um ouvinte a mais, invisível, do qual nenhuma delas se apercebia:
– Lembra-te, Gertrudes, da minha Adda?... Morreu há seis meses, quando justamente completaria os três anos de idade... e lhe iam sair os últimos queixais... Era tão viva e tão levada, a minha filha...
– Pois sim, lembro-me!... Pois não fui eu que a amamentei por ti, naqueles primeiros dias, quando a febre do leite te fazia variar?... Era tão linda como o meu Giovanino, que também se foi... e sua irmã de leite...
– Lembra-te do que tenho chorado e lamentado durante seis meses, sem dar acordo de mim mesma, inconsolável pela ausência de minha Adda, sem ânimo para o campo, sem comer, sem dormir, já sem crença em Deus, que me levou?...
– Como não havia de me lembrar, ó Rafaela!... Então não sei que assim mesmo tens feito?... Pois assim mesmo não te tenho visto, há seis meses?...
– Pois, Gertrudes, esta noite sonhei – prosseguiu Rafaela –, sonhei que fui convidada para uma festa onde somente crianças deveriam divertir-se. Parece que a tal festa se realizaria pelos arredores do Céu, mais ou menos...
Então, fui.
Era um lugar florido e bonito, e as crianças ali dançavam e cantavam, alegrezinhas, entoando hinos, enquanto se arremessavam punhados de pétalas de rosas brilhantes como estrelas... Traziam coroas de flores luminosas às cabecinhas louras e asas luzentes como devem ser as dos anjos que cortejam a Santa Mãe de Nosso Senhor Menino...
Embevecida, eu as admirava, assistindo à festa com as mãos entrançadas, como se contemplasse anjos do próprio Paraíso...
Mas, de súbito, que pensas que eu vejo?...
Adda! A minha Addazinha!... Mas... triste, contundida e chorosa, asas molhadas, sem bastante brilho para também participar do folguedo dos anjos... porque encharcadas também as suas vestes, e como comparecendo ali clandestinamente, sem se poder apresentar como seria devido numa festa de tal importância.
– Que significa isto, minha filha? – perguntei-lhe eu, no cúmulo da estupefação. – Tu, tão triste, quando eras alegrezinha, assim molhada e transida de frio, como se te houveras afogado nas torrentes do nosso rio Pó... (3) Por que não te divertes com os outros anjos, tu que eras o anjinho do meu coração, a doce bênção de Nosso Pai em meu lar?...
– Não poderia, mãezinha!... – respondeu em lágrimas, que me amarguraram.
– E por que não poderias, filhinha?... Porventura o bom Deus não é complacente contigo?...
– O bom Deus é complacente comigo, sim, mãezinha... Mas é que, na Eternidade, existem leis disciplinares irrevogáveis...
– Francamente, não te entendo, minha filha! Se és um anjo... Não tiveste sequer tempo de pecar... Porque leis severas contigo?...
– Não vês, mamãe, como me encontro?... assim molhada, com minhas asas pesadas, minhas roupagens sombrias, desguarnecidas de fulgurâncias, como não convém aos anjos trazê-las?...
– Mas... por que estás assim, filhinha?... Que te aconteceu?... Dize tudo a tua mãezinha... Quem sabe poderei ajudar-te em alguma coisa?...
– Pois justamente és tu a culpada de tudo, mãezinha... Tanto choras e blasfemas contra Deus, por minha causa, que me prendes ao teu lado, pela compaixão que me inspiras com tua mágoa demasiada e o teu desespero... Tuas lágrimas molham minhas asas, sombreiam minhas vestes, que devem ser de luz... E neste estado não me será possível compartilhar das alegrias das outras crianças que habitam felizes moradas dos Céus, nem alçar vôos pelo Infinito, onde deverão residir aqueles que deixaram o mundo, para se tornarem ditosos...
Promete que não mais hás de chorar e lamentar assim e serei feliz como o são estes que aqui vês, porque poderei seguir, sem pesares, para o seio dAquele que criou leis que tu desconheces, mas que mesmo assim deverás acatar porque são justas e muito sábias... E um dia, mãezinha, aqui mesmo virás ter... para continuarmos a felicidade momentaneamente interrompida...
– Ora, minha filha querida! – respondi-lhe eu, sorridente e comovida – Deus seja louvado! Prometo que me resignarei a essas leis, para não impedir teus vôos para o Céu com as minhas revoltas... Orarei ao bom Deus, isso sim! para que sejas feliz, podendo volitar em torno da Mãe Santíssima, como os demais anjos... e para que, quando possível, venhas até mim, tal como neste momento, a fim de me esclareceres e orientares sobre as coisas de Deus, que desconheço...
Quando Rafaela cessou de falar tinha os olhos secos. Mas as outras mulheres choravam, enquanto eu, invisível a todas elas, monologava com a alma enternecida:
– Oh, Deus dos simples e dos pequeninos! Eu louvo a tua misericórdia, que concede aos pobres e ignorantes do mundo revelações singelas, mas sublimes como esta, para que suas amarguras sejam acalentadas, revelações que, no entanto, encerram profunda essência filosófico-transcendental!...
Na Terra existe uma Ciência, revelada pelo Céu aos homens, que traduz a essência desta história tão repetida entre todas as mães que viram morrer os filhos pequeninos, Ciência capaz de explicá-la, desdobrando-a em ensinamentos de alta significação espiritual. Tu conheces tal Ciência, meu amigo! É a Doutrina que professas, a sacrossanta revelação daqueles que habitam o mundo dos Espíritos. Difunde-a, pois, com todas as forças do teu coração e do teu entendimento, para consolo do teu próximo, que precisa dela para se tornar menos desgraçado.

Leon Tolstoi (espírito), psicografia de Yvonne A. Pereira. Livro: Ressurreição e Vida

(1) Piemonte – Região da Itália. Situa-se entre os Alpes, o rio Tessino e os Apeninos. Capital: Turim. Apeninos – Cordilheira de montes calcáreos, que se estende ao longo da península Itálica. Altitude máxima, 2.921m. Grandes jazidas de mármore. 

(2) Mujik – Camponês. 
(3) Rio da Itália. Atravessa o Piemonte e a Lombardia.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

SEMPRE VIVOS

Ora, Deus não é de mortos, mas sim de vivos.
Por isso, vós errais muito. - Jesus ( Marcos, 12:27)
Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quanto em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra "morte" nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação, e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte - a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.

É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação eterna.

Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento. Encontramos a morte tão somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.

Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

(Emmanuel, espírito, através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", páginas 97 e 98)

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

ABENÇOE SEU FILHO

Quando Deus lhe confia a alma que vem do Invisível, dando-lhe a honra da maternidade e da paternidade, é porque sabe que no meio em que você vive e com os recursos variados ou parcos de que dispõe, terá as responsabilidades de bem orientá-la para a vida.

Não podemos desconsiderar o cômputo de preocupações e esforços que vivem tantos pais ensejarem a seus descendentes o que há de melhor nas sociedades terrenas, de modo que os fizesse desenvolver-se.

Não devemos ignorar quantos sacrifícios fazem muitos pais para darem a seus filhos excelentes possibilidades de conforto, do mundo social.

A tudo respeitamos, em verdade, sensibilizando-nos com tamanha boa vontade. Entretanto, precisamos encarecer a importância dos cuidados paternais, sob a luz da realidade espiritual, tão desleixada, esquecida pelos progenitores.

Se é válido vacinar os pequeninos contra certas doenças devastadoras, que amedrontam, não deveremos olvidar a grandeza de que se constitui a Doutrina de Jesus, como abençoada medicação profilática, a fim de que os filhos tenham estrutura para conseguirem viver no mundo com os valores morais-espirituais, assimilados no lar bem orientado.

Pensando que nossos filhos carecem da assistência dos pais, o maior tempo possível, particularmente na fase infantil, evitemos entregá-los a escolas, a institutos, creches, jardins e pré-jardins, quando sejam muito novinhos, preservando-os de tantos problemas de carências, ansiedades e inseguranças, de acordo com a sua estrutura psicológica e emocional.

Durante a primeira e segunda infâncias, mais do que nunca, será ultra-importante recolha a criança a ternura da convivência do lar, com sua mãe, quando não seja possível esteja com os pais.

Não exponhamos a nossa criança aos tormentos do mundo. Se os adultos se sentem agredidos, violentados, perante múltiplas situações, que dizer dos pequenos?

Sim, as crianças precisam de sociabilização, entretanto, que as iniciemos nas disciplinas domésticas, no convívio dos seus genitores, alimentando a alma nas fontes do Evangelho, decantado no ambiente familiar.

* * *

Abençoe seu filho, a cada manhã, a cada anoitecer, sem que ele seja um peso, um estorvo para você. Mantenha-o, um pouco mais, ao lado dos seus cuidados, junto à sua vigilância tranquila e atenta, sob a aura dos seus primeiros ensinos. Muitos tormentos e desestruturações do adolescente, e mesmo da criança, têm começo no desamparo a que os pequenos tão submetidos, ou no clima de insegurança a que são expostos.

Somente com Jesus a orientar-nos a marcha humana, vendo a grandeza da psicologia delicada da infância, sob a óptica da Doutrina Espírita, conseguiremos orientar os pequeninos para que cumpram seus nobres destinos na Terra, pelo entendimento da anterioridade da alma, da reencarnação, o que nos confere, na condição de pais ou tutores, inabordável responsabilidade perante a confiança com que o Criador honra a Humanidade. 

Abençoe seu filho, preparando-o para ser feliz.

(Pelo Espírito Thereza de Brito - Psicografia de José Raul Teixeira - Livro: Vereda Familiar - Ed. Frater)


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

QUE COMECE AGORA!

Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera. E que eu espero também.
Uma vontade de ser.
Aquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho. Que me dê cadência das atitudes na hora de agir.Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais. Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo. Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos.
Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo
instante as sementes do bem e da felicidade de quem não
importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim. Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve.
Que o respeito comigo mesmo (a) seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior. Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.
Caio Fernando Abreu

terça-feira, 4 de novembro de 2014

AMOR - ESSÊNCIA DIVINA

Você já se perguntou, alguma vez, porque certas pessoas cometem crimes ou outros delitos contra si ou contra terceiros?

Talvez a resposta da maioria seria a de que essas pessoas são delinquentes. Isso é verdade, mas por que se tornaram delinquentes?

Tomemos como exemplo esses delinquentes infantis e juvenis, que perambulam pelas ruas e cometem pequenos furtos contra os cidadãos.

Imaginemos que eles tivessem um lar decente, uma mãe amorosa que os acariciasse e educasse. Tivessem um pai equilibrado, empregado, com salário digno, que lhe permitisse sustentar a família com honradez. Em última análise, se houvesse amor, eles não estariam pelas ruas, perambulando sem rumo.

Quando uma pessoa, num ato de desespero, põe fim à própria vida, é porque faltou o tempero do verdadeiro amor para envolver suas horas. Se houvesse amor no lar desses “homens-bomba”, que são usados como explosivos, atirando-se para a morte num ato insano de autodestruição, com certeza não o fariam. Se tivessem uma mãe ou esposa que os amasse verdadeiramente, envolvendo-os em carícias de afeto e compreensão, não fariam o que fazem. Se em seu lar deixassem olhares carinhosos de filhos a lhes perguntar: “Papai, quando você volta? Não demore! Vou esperar você com saudades. Volte logo, papai!” - certamente ficariam longe do terrorismo.

Se houvesse mais amor na face da Terra, tudo seria diferente. O amor é antídoto eficaz contra todo tipo de violência. Quando o amor adoece, o desespero se instala nos corações. As explosões de ódios, de vinganças cegas, são resultados de um amor enfermo, pois não se pode odiar alguém que não se conhece. Só pode haver traição por parte de alguém em quem foi depositada confiança plena.

Ah! Se houvesse amor... Se houvesse amor não haveria crimes hediondos, nem guerra, nem fome, nem misérias, nem outra violência qualquer. Se houvesse amor, não faltaria o necessário a nenhum ser humano, porque o amor fraternal não permitiria. Se houvesse amor não haveria desemprego, nem subemprego, porque só o amor é capaz de desarmar o egoísmo, esse verdugo cruel que alimenta a ganância, a prepotência, o desejo desenfreado de posses materiais.

Ah! Se houvesse amor... Esse sentimento adormecido no íntimo de muitas criaturas...  Um dia, um homem chamado Jesus ensinou que o amor é a chave da felicidade. Resumiu toda a Lei e os profetas na máxima: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo”. Mas, infelizmente muitos de nós, que nos dizemos cristãos, temos esquecido esse ensinamento. Muitos de nós, que nos declaramos seguidores do Cristo, estamos alimentando as grandes guerras com nossas guerras familiares e nosso terrorismo particular e ainda com a nossa beligerância social.

Ah! Se houvesse amor... Se o amor fosse uma realidade em nosso Mundo, seguramente aqui habitaria a paz.

O amor é de essência divina e todos nós, do primeiro ao último, temos, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado. Por isso, amemos e felicitemo-nos, colocando na estrada do amor sinais de luz, a fim de que nunca mais haja sombra por onde o amor tenha transitado a derramar sua invencível
claridade.

Redação do Momento Espírita

NO FUTURO

E não mais ensinará cada um a seu próximo, nem cada um a seu
irmão, dizendo: - Conhece o Senhor! Porque todos me conhecerão,
desde o menor deles até ao maior. - Paulo (Hebreus, 8:11)


Quando o homem gravar na própria alma
Os parágrafos luminosos da divina Lei, 
O companheiro não repreenderá o companheiro,
O irmão não denunciará outro irmão.

O cárcere cerrará suas portas, 
Os tribunais quedarão em silêncio. 
Canhões serão convertidos em arados,
Homens de armas volverão à sementeira do solo.

O ódio será expulso do mundo,
As baionetas repousarão, 
As máquinas não vomitarão chamas para o incêndio e para a morte, 
Mas cuidarão pacificamente do progresso planetário.

A justiça será ultrapassada pelo amor.

Os filhos da fé não somente serão justos,
Mas bons, profundamente bons. 
A prece constituir-se-á de alegria e louvor
E as casas de oração estarão consagradas ao trabalho sublime da fraternidade suprema. 

A pregação da Lei
Viverá nos atos e pensamentos de todos, 
Porque o Cordeiro de Deus
Terá transformado o coração de cada homem
Em tabernáculo de luz eterna, 
Em que seu Reino divino
Resplandecerá para sempre. 

[Emmanuel, (espírito), através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", páginas 95 e 96]

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O TEMPO

Todas as criaturas gozam o tempo, mas raras aproveitam-no.

Corre a oportunidade espalhando bênçãos.

Arrasta-se o homem estragando as dádivas recebidas. 

Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. Cada hora é uma província de sessenta unidades.

O homem, contudo, é o semeador que não despertou ainda. Distraído cultivador, pergunta: "que farei"?

E o tempo silencioso responde com ensejos benditos:

De servir, ganhando autoridade; de obedecer, conquistando o mundo; de lutar escalando os céus.

O homem, todavia, voluntariamente cego, roga sempre mas tempo para zombar da vida, porque se obedece, revolta-se, orgulhoso; se sofre, injuria e blasfema; se chamado a contas, lavra reclamações descabidas. 

Cientistas fogem da verdadeira ciência.

Filósofos ausentam-se dos próprios ensinos.

Religiosos negam a religião.

Administradores retiram-se da responsabilidade.

Médicos subtraem-se à Medicina.

Literatos furtam-se à divina verdade.

Estadistas centralizam a dominação.

Servidores do povo buscam interesses privados.

Lavradores abandonam a terra.

Trabalhadores escapam do serviço.

Gozadores temporários entronizam ilusões.

Ao invés de suar no trabalho, apanham borboletas da fantasia. Desfrutam a existência, assassinando-a em si próprios. Possuem os bens da Terra, acabando possuídos. 

Reclamam liberdade, submetendo-se à escravidão. 

Mas chega um dia, porque há sempre um dia mais claro que os outros, em que a morte surge reclamando trapos velhos...

O tempo recolhe, então, apressado, as oportunidades que pareciam sem fim... E o homem reconhece, tardiamente preocupado, que a Eternidade Infinita pede conta do minuto...

(André Luiz [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro "CORREIO FRATERNO", editado pela LAKE Editora.)

ANTE O FUTURO

Não adianta indagar do futuro, ocasionalmente, para satisfazer a curiosidade irrequieta ou inútil.

Vale construí-lo em bases que a lógica nos traça generosamente à visão. 

Não desconhecemos que o nosso amanhã será a invariável resposta do mundo ao nosso hoje.

E aos nossos pés a natureza sábia e simples nos convida a pensar.

O arado preguiçoso deve aguardar a ferrugem.

A leira abandonada receberá o assalto da planta daninha.

A casa relegada ao abandono será pasto dos vermes que lhe corroerão a estrutura.

O pão desaproveitado repousará na sombra do mofo.

A fonte que se consagra ao movimento atingirá a paz do oceano.

A flor leal ao destino que lhe é próprio converter-se-á em fruto benfazejo.

A plantação amparada com segurança distribuirá bênçãos à mesa.

E o minério obediente aos golpes do malho transformar-se-à em peça de alto preço.

Sabemos que é possível edificar o futuro e recolher-lhe os dons de amor e vida.

Escolha a bondade por lema de cada dia, não desistas de aprender, infatigavelmente e, com os braços no serviço incessante caminharás desde hoje, sob a luz da vitória, ao encontro de glorioso porvir. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro TAÇA DE LUZ, editado pela LAKE Editora.)


terça-feira, 28 de outubro de 2014

EM PREPARAÇÃO

Diz o Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. - Paulo (Hebreus, 8:10)
Traduziremos o Evangelho 
Em todas as línguas,
Em todas as culturas,
Exaltando-lhe a grandeza,
Destacando-lhe a sublimidade,
Semeando-lhe a poesia, 
Comentando-lhe a verdade, 
Interpretando-lhe as lições, 
Impondo-nos ao raciocínio, 
Aprimorando o coração
E reformando a inteligência,
Renovando leis, 
Aperfeiçoando costumes
E aclarando caminhos...

Mas virá o momento
Em que a Boa Nova deve ser impressa em nós mesmos,
Nos refolhos da mente,
Nos recessos do peito,
Por meio das palavras e das ações.
Dos princípios e ideais, 
Das aspirações e das esperanças, 
Dos gestos e pensamentos.
Porque, em verdade, 
Se o Céu nos permite espalhar-lhe a divina Mensagem no mundo, 
Um dia, exigirá nos convertamos
Em traduções vivas do Evangelho na Terra.

Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 93 e 94.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

POLÍTICA DIVINA

"Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve." - Jesus.
(LUCAS, 22:27.)

O discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido.


O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis embora.

Administrou servindo, elevou os demais, humilhando a si mesmo.
Não vestiu o traje do sacerdote, nem a toga do magistrado.

Amou profundamente os semelhantes e, nessa tarefa sublime, testemunhou a sua grandeza celestial.

Que seria das organizações cristãs, se o apostolado que lhes diz respeito estivesse subordinado a reis e ministros, câmaras e parlamentos transitórios?

Se desejas penetrar, efetivamente, o templo da verdade e da fé viva, da paz e do amor, com Jesus, não olvides as plataformas do Evangelho Redentor.

Ama a Deus sobre todas as coisas, com todo o teu coração e entendimento.

Ama o próximo como a ti mesmo.
Cessa o egoísmo da animalidade primitiva.

Faze o bem aos que te fazem mal.
Abençoa os que te perseguem e caluniam.

Ora pela paz dos que te ferem.
Bendize os que te contrariam o coração inclinado ao passado inferior.

Reparte as alegrias de teu espírito e os dons de tua vida com os menos afortunados e mais pobres do caminho.

Dissipa as trevas, fazendo brilhar a tua luz.

Revela o amor que acalma as tempestades do ódio.

Mantém viva a chama da esperança, onde sopra o frio do desalento.

Levanta os caídos.

Sê a muleta benfeitora dos que se arrastam sob aleijões morais.

Combate a ignorância, acendendo lâmpadas de auxílio fraterno, sem golpes de crítica e sem gritos de condenação.

Ama, compreende e perdoa sempre.

Dependerás, acaso, de decretos humanos para meter mãos à obra?
Lembra-te, meu amigo, de que os administradores do mundo são, na maioria das vezes, veneráveis prepostos da Sabedoria Imortal, amparando os potenciais econômicos, passageiros e perecíveis do mundo; todavia, não te esqueças das recomendações traçadas no Código da Vida Eterna, na execução das quais devemos edificar o Reino Divino, dentro de nós mesmos.

Texto extraído do livro "Vinha de Luz", Chico Xavier (Emmanuel)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PENSAMENTO CRISTÃO



Qualquer de nós,

quando não desculpe agravos recebidos;

quando não se coloque no lugar do ofensor para sentir-lhe as tentações e justificar-lhe, de algum modo, as fraquezas;

quando não pronuncie sequer uma frase de tolerância para com as faltas alheias;

quando se disponha a louvar exclusivamente os amigos, sem ver as qualidades nobres dos adversários;

quando retribui vergastada por vergastada ou prejuízo por prejuízo;

quando conserve rancor ou ressentimento contra a pessoa de alguém;

quando não encontre motivos para o exercício da benevolência e da paz;quando critique ou injurie;

quando nada faça para desfazer incompreensões e aversões;

quando critique ou injurie;

qualquer de nós que adote semelhante comportamento está desconhecendo a própria natureza e tornando-se, com isso, mais profundamente suscetível à influência do mal, requisitando, em regime de urgência, o apoio da simpatia e o amparo da oração.



Albino Teixeira (espírito) - Do livro: Coragem
Médium: Francisco Cândido Xavier.

PAIS


Assumir compromissos na paternidade e maternidade constitui engrandecimentos do espírito sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o caráter divino. Infelizmente, o Planeta ainda apresenta enorme percentagem de criaturas mal-avisadas relativamente a esses sublimes atributos.

Grande número de homens e mulheres procura prazeres envenenados nesse particular. Os que se localizam, contundo, na perseguição à fantasia ruinosa, vivem ainda longe das verdadeiras noções de hombridade e devem ser colocados à margem de qualquer consideração.

Urge reconhecer, aliás, que o Evangelho não fala aos embriões da espiritualidade. Mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis de receber-lhe o concurso.

Os pais do mundo, admitidos às assembleias de Jesus, precisam compreender a complexidade e grandeza do trabalho que lhes assiste. É natural que se interessam pelo mundo, pelos acontecimentos vulgares, todavia, é imprescindível não perder de vista que o lar é o mundo essencial onde se deve atender aos desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram conferidos. Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confia às mãos, solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.

Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, criar os filhos e aperfeiçoá-los não é serviço tão fácil.

A maioria dos pais humanos vive desviada, através de vários modos, seja nos excessos de ternura ou na demasia de exigência, mas à luz do Evangelho caminharão todos no rumo da era nova, compreendendo que, se para ser pai ou mãe são necessários profundos dotes de amor, à frente dessas qualidades deve brilhar o divino dom do equilíbrio.

Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Vinha de Luz".

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

SUICÍDIO


Não somente pelo gesto arrojado nos despenhadeiros da autodestruição, dominado pela loucura e a insensatez, o homem comete suicídio.

Mas também pelo desrespeito às leis do equilíbrio e da eternidade com que a vida nos dignifica em toda parte.

Suicidas! Suicidas! Quase todos o somos!

A Lei Divina é roteiro disciplinante e o corpo físico é vaso sagrado para a evolução.

No entanto, ao império da desordem, não raro desvalorizamos as bênçãos do amor celeste e geramos as víboras que nos picarão, logo mais, constringindo-nos com os anéis vigorosos que nos despedaçarão de imediato.

Coléricos extremados são suicidas impenitentes.

Ciumentos inveterados, glutões renitentes, sexualistas descontrolados, ambiciosos incorrigíveis, preguiçosos dissolutos, toxicômanos inconsequentes, alcoólatras insistentes, covardes e melancólicos que cultivam as viciações do corpo e da mente, escravizando-se às paixões aniquilantes em que se comprazem, são suicidas lentos, caminhando para surpresas dolorosas, em que empenharão séculos de luta punitiva e dor reparadora para a própria libertação, nos círculos das reencarnações inferiores...

Em razão disso, afirmou Jesus há vinte séculos: "Buscai a Verdade e a Verdade vos fará livres...".

E a Doutrina Espírita, parafraseando o Cordeiro de Deus, afirma: "Fora da Caridade não há salvação."

Porque a Caridade, como o amor, são a alma da Verdade que, em si mesma, é a vibração da vida.

Espírita! Tenha cuidado! Ligue-se ao pensamento superior e cultive no Espiritismo a ideia universal do bem, irrigando sua alma de consolo e esperança, a fim de librar acima das paixões, tranquilo e feliz, após as lutas necessárias no caminho renovador do aprendizado espiritual, na carne.

Valorizemos, desse modo, o auxílio ao próximo, mas consideremos que o respeito à própria vida, para preservação do vaso orgânico que nos serve de veículo à evolução, é caridade que não pode ser desconsiderada em nosso roteiro iluminativo.

Cultivemos o dever e a disciplina e, afinados ao ideal de melhor servir em nome do Servidor Incansável, prossigamos fiéis e dignos em todos os dias da vida.

Suicidas! Suicidas! Quase todos o somos!

Porém, como Jesus é a luz do mundo, busquemo-LO, empenhando-nos nas lides da imortalidade e despertaremos, além-da-morte, como a andorinha feliz singrando o ar ridente de Eterna Primavera.

(Caírbar Schutel [espírito] através de Divaldo Pereira Franco, no livro "Crestomatia da Imortalidade).