A tempestade avizinha-se nos horizontes políticos e sociais do mundo inteiro.
Todas as vozes falam de um perigo iminente e todos os corações sentem algo de estranho no ar que respiram.
Fala-se no coletivismo,
recolhendo-se cada qual no exclusivismo feroz, e fala-se de nacionalismo
e de pátria, dentro do mesmo conceito de egoísmo e de isolamento.
Esses extremismos caracterizam um período de profunda decadência nos costumes sociais e políticos desta época de transições.
Apesar, porém, de sua
complexidade, esse fenômeno pode ser definido como a angústia
generalizada do homem, nas vésperas de abandonar a sua crisálida de
cidadão.
Todos os acontecimentos
que abalam o planeta, espalhando nos seus recantos mais remotos uma onda
revolucionária e regeneradora, significam o trabalho intenso e difícil
da laboriosa gestação do novo organismo de leis pelo qual se regerão,
mais tarde, os institutos terrenos.
Ditadores e extremismos
são expressões transitórias dessa fase de experiências dolorosas porque a
verdade é que o cidadão da pátria será substituído pelo homem fraterno,
irmão dos seus semelhantes e compenetrado dos seus deveres de amor.
Muitas dores implicam,
por certo, nessa transformação das fórmulas patrióticas da atualidade,
mas as democracias avançadas guardam, na sua estrutura, as sementes
desse luminoso porvir.
Todavia, se falamos com
respeito a esse assunto, é para dizermos aos nossos irmãos
espiritualistas que eles são as sentinelas da Luz do Santuário, à
maneira dos antigos heróis que guardavam as primícias do fogo sagrado.
Na hora das sombras,
quando a subversão ameaçar o planeta, compete-lhes fornecer o testemunho
de sua fé, como um penhor de segurança para as gerações do futuro.
A tarefa do Espiritismo está, portanto, adstrita à realização do Homem Interior, dentro de um novo conceito de fraternidade.
Fora desses
princípios, as atividades de cada qual serão como folhas volantes,
dentro do seu caráter dispersivo, porque todo o nosso esforço está
enquadrado no “amarmo-nos uns aos outros” (João 13,34) e é essa fórmula que deverá representar a bússola das atividades dos
espiritualistas sinceros, os quais, com os seus abençoados sacrifícios,
serão os “engenheiros sociais” dos tempos do porvir.
Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel, no livro "Esperança e Luz", capítulo 3, publicado em março de 1993.
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