Corre a oportunidade espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem estragando as dádivas recebidas.
O homem, contudo, é o semeador que não despertou ainda. Distraído cultivador, pergunta: "que farei"?
E o tempo silencioso responde com ensejos benditos:
De servir, ganhando autoridade; de obedecer, conquistando o mundo; de lutar escalando os céus.
O homem, todavia, voluntariamente cego, roga sempre mas tempo para zombar da vida, porque se obedece, revolta-se, orgulhoso; se sofre, injuria e blasfema; se chamado a contas, lavra reclamações descabidas.
Cientistas fogem da verdadeira ciência.
Filósofos ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos negam a religião.
Administradores retiram-se da responsabilidade.
Médicos subtraem-se à Medicina.
Literatos furtam-se à divina verdade.
Estadistas centralizam a dominação.
Servidores do povo buscam interesses privados.
Lavradores abandonam a terra.
Trabalhadores escapam do serviço.
Gozadores temporários entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho, apanham borboletas da fantasia. Desfrutam a existência, assassinando-a em si próprios. Possuem os bens da Terra, acabando possuídos.
Reclamam liberdade, submetendo-se à escravidão.
Mas chega um dia, porque há sempre um dia mais claro que os outros, em que a morte surge reclamando trapos velhos...
O tempo recolhe, então, apressado, as oportunidades que pareciam sem fim... E o homem reconhece, tardiamente preocupado, que a Eternidade Infinita pede conta do minuto...
(André Luiz [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro "CORREIO FRATERNO", editado pela LAKE Editora.)
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