Muitos pensadores, religiosos e cientistas se debruçaram, e ainda se debruçam, na busca pelo entendimento sobre o que nos leva a nos tornarmos naquilo que somos.
Nossa construção mental neste lado ocidental do mundo, de tradição judaico-cristã imposta pelos colonizadores, nos trata como criaturas que são o que são dependendo sempre de como é nossa relação com o divino, com o transcendente, com Deus e também com os poderosos, os que possuem riquezas e nobreza.
Normalmente, na dificuldade em, dogmaticamente, explicar a questão, fomos impelidos e adestrados a convivermos com as ideias de pecado, de castigo, de punição, ou de redenção, de aprovação divina, de recompensa. Só nos restava portanto a aceitação, ou a morte, literal ou metaforicamente.
Em grande maioria partimos do coletivo para explicar o singular, acreditando que a primazia do meio sobre o Ser é natural, quando ela é normal, e isso é bem diferente. Resultado disso são os estereótipos, marcadamente preconceituosos.
A Doutrina dos Espíritos nos ensina que cada um de nós possui características, particularidades, singularidades que lhes são próprias e que nem sempre são características dos outros com quem vivemos e convivemos, o que explica tanta dificuldade que encontramos em nos relacionarmos com as diversidades, pois somos impelidos pelo meio religioso, social, cultural e principalmente econômico a fazermos parte de um todo, como se o todo determinasse o que somos. Fomos condicionados a vincularmos nossas reflexões sobre nossas vidas baseando-se no que temos capacidade para consumirmos.
Mas podemos pensar e estruturar nossas vidas de maneira diferente a que nos é proposta por essa sociedade de mercado.
O evangelista Mateus narra no que conhecemos como o Sermão da Montanha exortações de Jesus nos convidando a sermos "sal da terra" e que "brilhe a nossa luz"...
Somos nós, na nossa individualidade, na nossa subjetividade, que temperamos o nosso mundo e que também providenciamos a intensidade em que nossa luz brilhará.
Alguns nos podem servir de exemplo e inspiração, como nossos pais, familiares, professores, colegas de trabalho, líderes religiosos, gurus, intelectuais, artistas etc, mas cabe a cada um entender como deve viver a própria vida, pois nenhum de nós vivenciará a mesma história pois não possuem, à luz da doutrina espírita a mesma missão, pois a cada um será dado de acordo com suas obras.
Na singularidade nos encontramos conosco mesmos, entendemos a partir do que gostamos ou não gostamos, o que somos e preparamo-nos no sentido de modificações necessárias a partir desses gostos pessoais e intransferíveis. Já na pluralidade nos encontramos com os outros e suas maneiras diferentes de ser, levando-nos ao aprendizado daquilo que não somos capazes de abarcar pela existência pessoal, uma vez que na pluralidade projetamos em todos o que nossa singularidade tem de entendimento naquele instante, propiciando a cada um a oportunidade de uma autoavaliação, um autodescobrimento.
Antes de procurar "fazer parte" que você se reconheça na parte que é...
Seja um... seja você!!!
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Brilhe a Vossa Luz!!!