Apesar da figura de Chico estar muito ligada à figura de Emmanuel, com quem articulou extensos ensinamentos que são (e serão por muito tempo) explorados pelos adeptos da Doutrina Espírita, o referido livro tem como autor espiritual Humberto de Campos, cabendo à Emmanuel nesse caso a apresentação do mesmo.


Emmanuel, no prefácio do livro que ora resenhamos destaca: "(...) O nosso irmão Humberto tem, nesse assunto, largo campo de trabalho a percorrer, com as suas facilidades de expressão e com o espírito de simpatia que dispõe, como escritor, em face da mentalidade geral do Brasil", destacando assim os motivos que levaram a missão até Humberto, que a desenvolveu com determinação, abnegação, carinho e amor, muito amor. Destaca ainda Emmanuel: "(...) O nosso irmão encontra mais facilidade para vazar o seu pensamento em soledade com o médium, como se ainda se encontrasse no seu escritório solitário; daí a razão por que as páginas em apreço foram produzidas de molde a se aproveitarem as oportunidades do momento". Entendemos que Humberto foi a melhor escolha.
Ainda no prefácio da obra destacamos a referência que Emmanuel faz para justificar a produção da mesma, norteando desde já a missão que ele mesmo empreenderia junto à Chico Xavier que resultou nas obras diversas que eles realizaram: "O Brasil não está destinado somente a suprir as necessidades materiais dos povos mais pobres do planeta, mas também a facultar ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e fé raciocinada e a ser o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro". Hoje conseguimos entender melhor o que ele queria dizer, uma vez que o Brasil é a maior nação espírita do mundo, com cerca 4 milhões de adeptos declarados atuando em 13.000 instituições espíritas, sem levar em conta os simpatizantes e os que frequentam os centros e também igrejas, terreiros, templos, etc. Isso ocorre claramente devido a proposta inclusiva e universal da Doutrina Espírita.
Ao apresentar a história do período que compreende a antecedência da descoberta da América e do Brasil até o advento da República no Brasil, sob a ótica espiritual e as influenciações necessárias do plano maior, vimos que o Brasil foi forjado para ser uma nação de paz, de aceitação e de amor. Vivemos períodos conturbados de nossa história política e apesar de muitos sofrimentos a maneira como lidamos com os assuntos nos distingue de outras nações, que sempre procuram a força para resolverem seus problemas.
A obra inicia com a determinação afetuosa do Mestre dos Mestres, Jesus, para que se transplante a árvore do seu evangelho da região da Palestina para as Américas, especificamente o Brasil, o que não nos dá uma condição de especialidade, mas de responsabilidade maior. Para conjugar o seu projeto com as realizações necessárias, foi designado como Gestor Espiritual e nosso protetor, Ismael, o mesmo do antigo testamento.
Ismael, sob a bandeira "Deus, Cristo e Caridade" toca o projeto de nos transformar em uma nação fraterna, amiga de todos, onde o respeito pelas diferenças, especialmente as religiosas e filosóficas encontre abrigo e possam desenvolver-se sempre no sentido de melhorar o homem e sua relação consigo mesmo e com seus semelhantes. Será essa nação depois que receberá em seu seio a Codificação Espírita e a semeará aos quatro cantos do mundo.
Para melhor entendimento da obra, de cuja leitura não dispensamos quem queira nos entender como nação evangelizadora, podemos dividi-la em três partes:
1ª) - Antes do descobrimento até a Inconfidência Mineira;
2ª) - Chegada de D. João VI ao Brasil até a Proclamação da República;
3ª) - A implantação do Espiritismo no Brasil e os pioneiros.
Antes do descobrimento até a Inconfidência Mineira
Poderá se ter acesso aos anseios de Jesus, conhecer Helil (Henrique de Sagres), entender como as cruzadas tem a ver com nossa história, como se deu a convocação dos missionários, a questão da escravatura, a mudança do nome do Brasil.
Poderá se saber também sobre a restauração de Portugal, a motivação para as Bandeiras, o dilema de Fernão Dias, a corrida pelo ouro, o papel dos Jesuítas, por fim entender a Inconfidência Mineira, Tiradentes e D. Maria I.
Chegada de D. João VI ao Brasil até a Proclamação da República
Como a Revolução Francesa influenciou na nossa história material e espiritual? A importância da abertura dos portos, a criação de uma identidade nacional serão mostrados nessa parte, bem como D. Pedro I que se tornaria nosso primeiro Imperador e que foi muito auxiliado pelo plano maior.
Como e porque se deu o fim do primeiro reinado? Quem era Pedro II? Explicações são dadas a essas interrogações, bem como a narrativa da criação da Obra de Ismael, referências à atuação iluminada do Dr. Bezerra de Menezes durante o segundo reinado, passando pela excrescência da Guerra do Paraguai, culminando com o envolvimento espiritual ao Movimento Abolicionista e a Proclamação da República.
A implantação do Espiritismo no Brasil e os pioneiros
Como o Espiritismo se implementa no Brasil sendo ferramenta de Ismael? Como se estrutura? O que busca? Quem são os pioneiros será mostrado nessa parte.
Após a leitura da obra e associando-se à fatos recentes de nossa história como a Nova República e morte de Tancredo Neves, o governo "despreparado" de José Sarney, que naquele momento convocava todos ao entendimento e fortalecimento da democracia, a Assembléia Constituinte que garantiu avanços definitivos no campo das liberdades individuais e coletivas e na preservação de direitos dos trabalhadores, a hiperinflação, as eleições diretas, a eleição de Collor e seu impeachment, o governo de Itamar Franco que mais uma vez convoca todos ao entendimento, debela a inflação e estabelece a normalidade econômica, o fortalecimento da nação com Fernando Henrique Cardoso, a eleição de Lula, um homem identificado com causas sociais, as constantes dificuldades no campo dos caráteres pessoais com inúmeros casos de corrupção, as dificuldades mundiais e a eliminação no Brasil de grande parte da miséria, ou seja olhamos nossa história e podemos perceber que há um apoio maior por trás de tudo, bastando para isso nos identificar pessoal e coletivamente com essa influência.
Encerramos, lembrando que durante a Copa do Mundo os turistas que responderam a uma pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo disseram, em sua imensa maioria, mais de 90%, que o melhor do Brasil é sua gente. E destacaram: são afetuosos, generosos, acolhedores e muito muito felizes.
Somos a Pátria do Evangelho e que saibamos semear alegrias por onde passemos...
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