Podemos dizer que Deus nos salva no sentido de que Ele é a
causa primeira de todas as coisas ou o fundamento de tudo e até das trevas. “Eu
formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal, eu o Senhor faço todas
estas coisas” (Isaias 45: 7).
E não poderia haver
outras causas das coisas, se não houvesse a primeira causa. Ela é como a lei da
inércia da física, segundo a qual os corpos permanecem em repouso, se não
houver uma ação inicial que os movimente.
As religiões recebem
influências umas das outras. E o judaísmo e o cristianismo, inclusive a Bíblia,
receberam-nas das religiões chamadas pagãs e mitológicas, principalmente das do
Oriente Médio.
Os espíritos humanos são deuses na mitologia e
na Bíblia. (Salmo 82: 6; 1 Samuel 28: 13; e João 10: 34). Assim, todos nós e
também Jesus, o Dirigente da Terra, somos deuses, sim, mas relativos. O Deus verdadeiro
e único, que Jesus disse ser nosso Pai e Dele, é Deus absoluto e é aquele que
os orientais dizem que Ele é tão grandioso, que não podemos dizer nada sobre
Ele.
E os orientais são
mesmo politeístas? Eles creem em muitos deuses relativos, para nós os espíritos
de Jesus e dos demais seres humanos, mas num Deus único e absoluto: Brâman. Sua
crença é semelhante à nossa: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2: 5); e “Todavia para nós
há só um Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um
só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por ele.”
(1 Coríntios 8: 6).
Como os sacrifícios
feitos pelos seguidores das religiões do Oriente Médio eram agradáveis aos
deuses relativos (espíritos humanos, mas atrasados), esses sacrifícios se
tornaram uma prática comum daquelas religiões, pois seus adeptos pensavam que
tais deuses fossem do bem ou evoluídos. E essa crença influenciou o judaísmo, o
cristianismo e a própria Bíblia.
E lembremo-nos de
que o Deus único e verdadeiro, o Pai de Jesus e de todos nós, é também o Pai dos
espíritos (Hebreus 12: 9). Ele não aprecia sacrifícios, menos ainda de sangue! Aliás, para o que seria útil a Deus o sangue derramado,
antes de animais e depois de Jesus? O que Deus iria fazer com esse sangue todo lá
no mundo espiritual? E o de Jesus, então? Será que Deus, gostando tanto desse
sangue, iria colocá-lo numa câmara frigorífica para conservá-lo?
Deuses ou espíritos
atrasados vampiros gostam de sangue. E uma das piores ideias que poderíamos
fazer de Deus é a de que Ele seja também um espírito vampiro!
A passagem pela
porta estreita simboliza a nossa salvação ou libertação. E se é pelo esforço
nosso que passaremos por ela, não é Deus, pois, e menos ainda o sangue de Jesus
que nos salvam, mas a vivência do evangelho. Ademais, Temos livre-arbítrio para
passarmos por ela quando quisermos. E Deus respeita religiosamente o nosso
livre-arbítrio, pois Deus é perfeito!
Ensinou
Jesus que Deus quer verdadeiros adoradores, ou seja, aqueles que o adoram em
Espírito e verdade. (João 4: 24).
Oseias
profetizou: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício...”. (Oseias 6: 6). E,
realmente, o Mestre dos mestres o confirmou (Mateus 9: 13): “Misericórdia
quero, e não holocaustos...”.
(José Reis Chaves, colunista do jornal O Tempo e do portal www.otempo.com.br)
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