O pecado é uma ofensa
ao próximo, e uma desobediência das leis divinas. Mas a ofensa ao próximo não atinge
Deus, pois Ele é como que vacinado contra ofensas e males. “Ao Todo-Poderoso
não podemos alcançar.” (Jó 37:23). Aliás,
se Deus sofresse com os pecados da Humanidade, Ele seria o ser mais infeliz! Mas
isso não acontece, exatamente porque Deus, além de Todo-Poderoso, é também imutável.
Já nós, sim, somos prejudicados quando deixamos de amar a Ele e ao nosso
próximo. E o nosso amor a Deus passa pelo amor ao nosso semelhante. “Se alguém
disser: Amo a Deus, e odiar o seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a
seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.” (1 João 4: 20).
Essa crença de que o
espírito, ora está num corpo humano aqui Terra, ora no mundo espiritual, depois
da crença em Deus e na imortalidade do espírito, é a mais aceita por todos os
religiosos do mundo, independente de sua religião. Ela é o que se chama
reencarnação, que não é criação do espiritismo como muitos pensam. E, segundo uma
pesquisa da Universidade de Oxford, em 212 países, no ano de 2.000, cerca de ¾
da população mundial creem na reencarnação, que é bíblica e é, hoje, comprovada
por vários segmentos da Ciência.
E ela é
maldita para os materialistas e para os líderes religiosos fundamentalistas,
que não conhecem bem a Bíblia, ou que a conhecem, mas querem manter os seus
fiéis amedrontados com a falsa e mitológica existência real do inferno de Dante
Alighiere na “Divina Comédia”, quando esse inferno é figurado na Bíblia. Aliás,
esse mesmo maior poeta europeu medieval demonstra reservadamente que ele era reencarnacionista.
(Mais detalhes em meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 8ª edição,
Ed. EBM, SP, e que está sendo lançado também em inglês nos Estados Unidos pela
Editora “Outskirts Press Inc”).
A reencarnação continua maldita para uma
minoria da Humanidade, mas como foi mostrado, é bendita para a grande maioria da
população do mundo. É que ela nos dá a certeza da imortalidade e de que todos nós
estamos mesmo caminhando, uma minoria mais rapidamente e a maioria mais
devagar, de acordo com o livre-arbítrio de cada um, para nos encontrarmos, um
dia, com Deus, que não quer a perda de nenhuma de suas almas amadas
infinitamente por Ele. (João 6: 39).
E terminamos dizendo que, sem a teoria da
reencarnação, seria uma mentira a doutrina teológica da misericórdia infinita
de Deus!
(por José Reis Chaves, colunista do jornal O TEMPO)
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