Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

CRIATIVIDADE

Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados. Estes, como se vê, formam uma variedade da mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma força oculta é aí muito menos sensível, por isso que, ao inspirado, ainda é mais difícil distinguir o pensamento próprio do que lhe é sugerido. A espontaneidade é o que, sobretudo, caracteriza o pensamento deste último gênero. A inspiração nos vem dos Espíritos que nos influenciam para o bem, ou para o mal, porém, procede, principalmente, dos que querem o nosso bem e cujos conselhos muito amiúde cometemos o erro de não seguir. Ela se aplica, em todas as circunstâncias da vida, às resoluções que devamos tomar. Sob esse aspecto, pode dizer-se que todos são médiuns, porquanto não há quem não tenha seus Espíritos protetores e familiares, a se esforçarem por sugerir aos protegidos salutares idéias. Se todos estivessem bem compenetrados desta verdade, ninguém deixaria de recorrer com freqüência à inspiração do seu anjo de guarda, nos momentos em que se não sabe o que dizer, ou fazer. Que cada um, pois, o invoque com fervor e confiança, em caso de necessidade, e muito frequentemente se admirará das idéias que lhe surgem como por encanto, quer se trate de uma resolução a tomar, quer de alguma coisa a compor. Se nenhuma idéia surge, é que é preciso esperar. A prova de que a idéia que sobrevém é estranha à pessoa de quem se trate está em que, se tal idéia lhe existira na mente, essa pessoa seria senhora de, a qualquer momento, utilizá-la e não haveria razão para que ela se não manifestasse à vontade. Quem não é cego nada mais precisa fazer do que abrir os olhos, para ver quando quiser. Do mesmo modo, aquele que possui idéias próprias tem-nas sempre à disposição. Se elas não lhes vêm quando quer, é que está obrigado a buscá-las algures, que não no seu íntimo.

Também se podem incluir nesta categoria as pessoas que, sem serem dotadas de inteligência fora do comum e sem saírem do estado normal, têm relâmpagos de uma lucidez intelectual que lhes dá momentaneamente desabitual facilidade de concepção e de elocução e, em certos casos, o pressentimento de coisas futuras. Nesses momentos, que com acerto se chamam de inspiração, as idéias abundam, sob um impulso involuntário e quase febril. Parece que uma inteligência superior nos vem ajudar e que o nosso espírito se desembaraçou de um fardo.

(Allan Kardec - O Livro dos Médiuns – Capítulo XV – Dos médiuns escreventes ou psicógrafos - Item 182.)


Todos somos, em princípio, criativos, mas essa criatividade inata vai sendo descortinada à medida que encontra em nossa própria intimidade um ambiente propício.

Cremos estar sempre vendo a realidade das coisas, mas, em verdade, o que chega à nossa consciência são inúmeros impulsos originados por nossas percepções físicas e espirituais, e o que fazemos, além de selecioná-las (escolhemos algumas e bloqueamos o acesso de outras), é simplesmente organizá-las conforme nosso grau de entendimento evolutivo.

Interpretamos a vida através da nossa capacidade mental, que contém registros intensamente gravados em sua memória, acumulados na noite dos tempos. Todavia, não costumamos admitir que a nossa maneira de ver é uma “porção da realidade”, uma apenas entre as muitas possíveis.

O reino da criatividade é amplo e de múltiplas faces. Ele tem raízes profundas nas estruturas psicológicas do ser e age de forma involuntária ou automática nas criaturas. De uma maneira simples e sintética e para melhor entendimento, poderíamos descrever esse reino como a capacidade de desestruturar uma concepção ou informação conhecida para reestruturá-la de uma maneira nova. Esse é o processo de toda criação ou invenção, na arte, na ciência, na mediunidade ou na vida diária.

O ato de criar está vinculado à nossa capacidade de associação. Quando incrementamos nossa habilidade de interligar as coisas, conseguimos que uma ideia mobilize outras. O ser que procura respostas no mundo exterior ou nas experiências de pessoas muito diferentes dele não desenvolve “pensamentos férteis”.

Vale ressaltar que a criatividade é profundamente inibida em ambientes supercríticos, quer dizer, despojados da liberdade de agir e pensar. Ela só floresce numa atmosfera de independência, onde a satisfação é força motriz.

Cícero, filósofo e o mais eloquente dos oradores romanos, dizia: “Nenhum homem jamais foi grande sem um toque de inspiração divina”.

O ser criativo mantém estrita ligação com a inspiração, porque olha o mundo com ampla visão de liberdade íntima. Não tenta resolver seus problemas atuais lançando mão de experiências negativas do passado, mas soluciona suas dificuldades revendo todos os seus valores internos e buscando novas ideias, reorganizando, assim, sua vida interior.

Allan Kardec se refere a “relâmpagos de uma lucidez intelectual”, a “uma facilidade de concepção e elocução” e a momentos em que “as ideias se derramam, se seguem, se encadeiam”, instantes esses em que a alma do médium está livre e, portanto, mais desembaraçada da matéria, porque recobra parte das suas faculdades de Espírito.

O mestre de Lyon ainda assevera que todos os pintores, músicos, literatos, ou seja, artistas de qualquer gênero podem ser classificados como médiuns inspirados. Em todas as épocas da humanidade, os homens de talento representaram os verdadeiros impulsionadores do desenvolvimento das ideias, das organizações e das sociedades. Através da criatividade, esses inovadores transcenderam os limites restritos em que estavam confinadas a ciência, a filosofia e a religião. 

Gênio, do latim “genius”, quer dizer talento ou dom natural. Na antiguidade esse conceito era utilizado para designar pessoas habilidosas ou criativas; somente nos dias atuais é que passou a significar uma superinteligência inata. Toda pessoa pode conceber, ou mesmo gerar, ideias ou possibilidades novas; nos sensitivos, é uma característica peculiar, pelo constante exercício em que eles se encontra, nas diferentes dimensões vibracionais da Vida Plena.

Inspiração é a habilidade de “olhar para dentro das coisas”; e o indivíduo inspirado atende ao propósito de vida para o qual ele foi criado, ou seja, expressa sua singularidade exclusiva. Temos em nós um centro de sabedoria dotado de todo o conhecimento necessário à nossa evolução.

O indivíduo amadurecido, portador de faculdade extrassensorial, aprendeu que existem inúmeras maneiras de viver e evoluir na Terra; também sabe que sua maneira é única, como é única para cada pessoa. Portanto, está atento para captar as lições particulares de que necessita para se desenvolver e progredir. 

O ser inspirado parte sempre do princípio de que desconhece todas as respostas. Aborda a vida com os olhos curiosos de uma criança, isto é, livre para usar a imaginação, incorporando uma personalidade cândida, ainda não influenciada pelas regras e normas rígidas e preconceituosas de uma sociedade conflitada. O impulso criativo encontra clima favorável na imaginação de uma criança, mas isso não significa devaneios, fantasias ou ilusões que modelam a mente de crianças infantilizadas e sem os pés na realidade. “Deixam vir a mim as criancinhas” é a advertência que aqui pode servir de justa comparação: a pureza de coração, a naturalidade, a sinceridade são atitudes inerentes à infância terrena, pois o Espírito veste, por determinado tempo, a túnica da espontaneidade. Esses são os campos propícios para a inspiração ou criatividade.

Deixamo-nos levar “por um impulso involuntário e quase febril; parece-nos que uma inteligência superior vem nos ajudar, e que o nosso espírito se desembaraça de um fardo”, assim se reporta Kardec, na mesma questão 182, sobre a impressão sensorial no ato da inspiração. Aliás, foi ele um dos gênios do século passado.

O médium natural tem senso de progresso e é habilidoso, traz de vidas passadas um manancial significativo de experiências, que lhe faculta desestruturar mentalmente a realidade conhecida e reestruturá-la de formas diferentes e expressivas.

O sensitivo nato não copia ninguém. Não se limita a seguir caminhos já percorridos; tem a habilidade de ver as coisas com olhos novos, fazer associações que transcendem o comum.

Os Espíritos Superiores inspiram os medianeiros que desejam aumentar seus valores criativos e desenvolver uma crescente receptividade às lições da Natureza, a qual nos transmite uma sabedoria que percorre caminhos não racionais. 

Ensinam-nos, sobretudo, que a “Voz de Deus” em nós é a fonte inesgotável de toda a criatividade e que, quase sempre, esse diálogo divino acontece em nosso âmago, através de uma linguagem não convencional. 

Francisco do Espírito Santo Neto pelo espírito Hammed no livro "Imensidão dos Sentidos".




Para baixar a apresentação utilizada no Curso de Educação Mediúnica, que ocorre todas às segundas-feiras, no Centro Espírita Casimiro Cunha, localizado à Rua Nova Ponte 464, bairro Salgado Filho, Belo Horizonte, Minas Gerais, favor acessar e baixar A.Q.U.I.




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