Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

CURIOSIDADE

O Livro dos Médiuns – Questão 31

Para proceder, no Espiritismo, como se faria com as ciências ordinárias, precisaria passar revista toda a série dos fenômenos que podem se produzir, começando pelos mais simples, e chegar sucessivamente aos mais complexos. Ora, é isso que não se pode fazer, pois seria impossível fazer-se um curso de Espiritismo experimental como se faz um curso de Física ou de Química. Nas ciências naturais opera-se sobre a matéria bruta, que se manipula à vontade, tendo-se quase sempre a certeza de poder regular os efeitos. No Espiritismo estamos tratando com inteligências que têm sua liberdade, e nos provam a cada instante que não estão submetidas aos nossos caprichos; é preciso então observar, esperar os resultados e colhê-los à passagem. Daí o declararmos abertamente que quem quer que se gabe de obtê-los à vontade não pode deixar de ser ignorante ou impostor. Daí vem que o VERDADEIRO Espiritismo jamais se dará em espetáculo, nem subirá ao tablado das feiras. Há mesmo qualquer coisa de ilógico em supor-se que Espíritos venham exibir-se e submeter-se a investigações, como objetos de curiosidade. Portanto, pode suceder que os fenômenos não se deem quando mais desejados sejam, ou que se apresentem numa ordem muito diversa da que se quereria. Acrescentemos mais que, para serem obtidos, precisa se faz a intervenção de pessoas dotadas de faculdades especiais e que estas faculdades variam ao infinito, de acordo com as aptidões dos indivíduos. Ora, sendo extremamente raro que a mesma pessoa tenha todas as aptidões, isso constitui uma nova dificuldade, porquanto mister seria ter-se sempre à mão uma coleção completa de médiuns, o que absolutamente não é possível.


O meio de se obviar a este inconveniente é muito simples: começar pela teoria; aí todos os fenômenos são passados em revista; são explicados, apreciados, pode-se compreender sobre sua possibilidade, conhecer as condições nas quais podem produzir-se e quais os obstáculos que se pode encontrar. Então, qualquer que seja a ordem em que se apresentem, nada terão que surpreenda. Este caminho ainda oferece outra vantagem: a de poupar uma imensidade de decepções àquele que queira operar por si mesmo. Precavido contra as dificuldades, ele saberá manter-se em guarda e evitar a conjuntura de adquirir a experiência à sua própria custa.

Ser-nos-ia difícil dizer o número de pessoas que, desde quando começamos a ocupar-nos com o Espiritismo, hão vindo ter conosco e quantas delas vimos que se conservaram indiferentes ou incrédulas diante dos fatos mais positivos e só posteriormente se convenceram, mediante uma explicação racional; quantas outras que se predispuseram à convicção, pelo raciocínio; quantas, enfim, que se persuadiram, sem nada nunca terem visto, unicamente porque haviam compreendido. Falamos, pois, por experiência e, assim, também, é por experiência que dizemos consistir o melhor método de ensino espírita em se dirigir, aquele que ensina, antes à razão do que aos olhos. Esse o método que seguimos em nossas lições e pelo qual somente temos que nos felicitar.

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A curiosidade, quando respeitável, é princípio da ciência, mas somente princípio. Sem trabalho perseverante, assemelhar-se-ia, decerto, ao primeiro passo de uma longa excursão, interrompida no limiar.
E observando-se que o progresso é obra de todos, é preciso que o seareiro da ação palmilhe a senda dos precursores para realizar o serviço que lhe compete.

Colombo descobre as terras do Novo Mundo, depois de anotar os apontamentos de Perestrelo.

Planté articula os acumuladores de eletricidade, sob a forma de energia química, mas toma por base a pilha de Volta.

Marconi, para alcançar o telégrafo sem fios, utiliza as experiências de Branly.

Pasteur demonstra definitivamente a origem microbiana das doenças infecciosas, precedido, porém, por Davaine e outros.

Para tudo isso, no entanto, não se imobilizam em poltronas de sonho, nem param à frente de esboços.

Lutam e sofrem, gastando fósforo e tempo.

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Por outro lado, é imprescindível reconhecer que a curiosidade, ante o deslumbramento, é qual semente de árvore destinada a bons frutos, conservada, porém, sob uma campânula de vidro.

Imaginemos um índio, habituado aos sons da inúbia e do boré, que aspirasse a conhecer melodias mais elevadas.

Apresentar-lhe, só por isso, uma partitura de Beethoven seria o mesmo que propor a filosofia de Spinoza a uma criança de berço.

Antecedendo a conquista, é imperioso que a educação lhe administre o solfejo na iniciação musical.

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Não esperes, assim, que os Espíritos Angélicos venham ferir-nos o aprendizado. 

Quaisquer recursos demasiado transcendentes, que nos trouxessem, serviriam apenas como fatores de encantamento inútil, à maneira de fogos de artifício, tumultuando a emoção dos meninos necessitados da escola.

Da pedra ao micróbio, do micróbio ao verme, do verme ao homem e do homem à estrela, o Universo é todo um conjunto de soberbos fenômenos, desafiando-nos o conhecimento e a interpretação.

Também, na mediunidade, não aguardes concessões de pechincha.

Há, nos reinos do espírito, leis e princípios, novas revelações e novos mundos a conquistar.

Isso, entretanto, exige, antes de tudo, paciência e trabalho, responsabilidade e entendimento, atenção e suor.

Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel no Livro Seara dos Médiuns.

Para fazer o download da apresentação utilizada no Curso de Educação Mediúnica do Centro Espírita Casimiro Cunha clicar A>Q>U>I>



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