Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

QUAIS OS TRÊS CONJUNTOS DE QUESTÕES QUE ORGANIZAM A REFLEXÃO FILOSÓFICA?

1 - "Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos?" Isto é; quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?

2 - "O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos?" Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?

3 - "Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos?" Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos?


O QUE É E COMO É A REFLEXÃO FILOSÓFICA?

A reflexão filosófica é o movimento pelo qual o pensamento, examinando o que é pensado por ele, volta-se para si mesmo como fonte desse pensado. É o pensamento interrogando-se a si mesmo ou pensando-se a si mesmo. É a concentração mental em que o pensamento volta-se para si próprio para examinar, compreender e avaliar suas ideias, suas vontades, seus desejos e sentimentos. 

A reflexão filosófica é radical porque vai à raiz do pensamento, pois é um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para pensar-se a si mesmo, para conhecer como é possível o próprio pensamento ou o próprio conhecimento. 

Não somos, porém, somente seres pensantes. Somos também seres que agem no mundo, que se relacionam com os outros seres humanos, com os animais, as plantas, as coisas, os fatos e acontecimentos, e exprimimos essas relações tanto por meio da linguagem e dos gestos como por meio de ações , comportamentos e condutas. A reflexão filosófica também se volta para compreender o que se passa em nós nessas relações que mantemos com a realidade circundante, para o que dizemos e para as ações que realizamos. 

INQUIETAÇÃO

Vez que outra, apresenta-se, inesperadamente, e toma corpo, terminando por gerar desconforto e depressão.
Aparece como dúvida ou suspeita e ganha forma, passando por diferentes fases, até controlar a emotividade que se transtorna, levando a estados graves.
Aqui, se apresenta na condição de medo em relação ao futuro.
Ali, se expressa em forma de frustração, diante do que não foi logrado.
Acolá, se manifesta como um dissabor qualquer, muito natural, aliás, em todas as vidas.
Há momentos em que se estabelece como conflito, inspirando rebeldia e agressividade.
Noutras ocasiões, ei-la em forma de desconforto íntimo e necessidade de tudo abandonar...

No turbilhão da vida hodierna em face do intercâmbio psíquico nas faixas da psicosfera doentia que grassa, é muito difícil a manutenção de um estado de equilíbrio uniforme.
A inquietação, porém, constante, deve merecer mais acurada atenção, a fim de ser debelada.
Não lhe dês guarida, dialogando com as insinuações de que se faz objeto.
Evita as digressões mentais pessimistas, e não te detenhas nas conjecturas maliciosas.
Ninguém a salvo desses momentos difíceis. Todavia, todos têm o dever de superá-los e avançar confiantes nos resultados opimos das ações encetadas.
Assim, age sempre com correção e não serás vítima de inquietações desgastantes.

Joanna D'Ângelis (Espírito) através de Divaldo Pereira Franco, 
no livro "Episódios Diários". 

AO AMANHECER



Dia novo, oportunidade renovada. 
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar. 
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem no confronto das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis. À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente. Dirige cada ação à sua finalidade específica. Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.

Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos. Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.

Joanna D'Ângelis (Espírito) através de Divaldo Pereira Franco, 
no livro "Episódios Diários".

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

RENDAMOS GRAÇAS

    "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." - Paulo (I Tes 5,18.)

A pedra segura. 

O espinho previne. 

O fel remedeia. 

O fogo refunde. 

O lixo fertiliza. 

O temporal purifica a atmosfera. 

O sofrimento redime. 

A enfermidade adverte. 

O sacrifício enriquece a vida. 

A morte renova sempre. 

Aprendamos, assim, a louvar as bênçãos que nos confere.

Bom é o calor que modifica, bom é o frio que conserva.

A alegria que estimula é irmã da dor que aperfeiçoa.

Roguemos  à  Providência  Celeste  suficiente  luz para  que  nossos  olhos identifiquem o celeiro da graça em que nos encontramos.

É a cegueira Intima que nos faz tropeçar em obstáculos, onde só existe o favor divino. 

E, sobretudo, ao enunciar um desejo nobre, preparemo-nos a recolher as lições que nos cabe aproveitar, a fim de realizá-lo segundo os propósitos superiores que nos regem os destinos.

Não nos espantem dificuldades ou imprevistos dolorosos. 

Nem sempre o Socorro de Cima surge em forma de manjar celeste. 

Comumente,  aparece  na  feição  de  recurso  menos desejável.  Lembremo-nos,  porém,  de  que  o homem  sob  o  perigo  de  afogamento, nas águas profundas que cobrem o abismo, por vezes só consegue ser salvo ao preço de rudes golpes.

Rendamos graças, pois, por todas as experiências do caminho evolutivo, na santificante procura da Vontade Divina, em Jesus-Cristo, Nosso Senhor.

Emmanuel [Espírito] através de Francisco Cândido Xavier, 
no livro "Pão Nosso", capítulo 100.

OS ANJOS GUARDIÕES


Comunicação espontânea obtida pelo senhor L... , um dos médiuns da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo  seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiões.

Pensar que se tem, junto de si,  seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que  se possa contrair nesta Terra, não é uma ideia bem consoladora? 

Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem,  junto de nós,  uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais,  os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos.

Por que não conheceis melhor essa verdade! 

Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos de maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá, freqüentemente, a vos dizer: "Não te disse isso?  E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade, e não  seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiões; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, por que são o olho de Deus, e não podeis enganá-los.  

Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai  longe de vós,  uma vez por  todas, preconceitos e dissimulações; entrai no novo caminho que se abre diante de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo não pode vos faltar,  porque esse objetivo é o próprio Deus.

Àqueles que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós: para nós o espaço não é nada, e mesmo vivendo em um outro mundo, nossos espíritos conservam  sua ligação com o vosso.

Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas estejais seguros que Deus não nos impôs uma  tarefa acima de nossas forças, e que não vos abandonou sozinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados.

Não temais nos cansar com vossas perguntas; ficai, ao contrário, em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações, de cada homem com seu Espírito familiar, que fazem todos os homens médiuns, médiuns ignorados hoje mas que se manifestarão mais tarde, e que se espalharão como um oceano sem limites para refluir a incredulidade e a ignorância. 

Homens instruídos, instruí; homens de talento, elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumpris assim: é a do Cristo, aquela que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a  inteligência e a ciência, se não para partilhá-las com vossos irmãos, certamente para avançá-los no caminho da alegria e da felicidade eterna.

São Luís, Santo Agostinho.
Revista Espírita nº  1 – Ano I I

QUAIS AS TRÊS PRINCIPAIS PERGUNTAS QUE CARACTERIZAM A ATITUDE FILOSÓFICA?

1 - Perguntar o que é (uma coisa, um valor, uma ideia, um comportamento). Ou seja, a filosofia pergunta qual é a realidade e qual é a significação de algo, não importa o quê.

2 - Perguntar como é (uma coisa, uma ideia, um comportamento). Ou seja, a filosofia indaga como é a estrutura ou o sistema de relações que constitui a realidade de algo.

3 - Perguntar por que é (uma coisa, uma ideia, um valor, um comportamento). Ou seja, por que algo existe, qual é a origem ou a causa de uma coisa, de uma ideia, de um valor, de um comportamento.

A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia e à relações que mantemos com ele... em outras palavras, a filosofia compreende que precisa conhecer nossa capacidade de conhecer, que precisa pensar sobre nossa capacidade de pensar. 

Por isso, pouco a pouco, as perguntas da filosofia se dirigem ao próprio pensamento: "O que é pensar?", "Por que há o pensar?". A filosofia torna-se, então, o pensamento interrogando-se a si mesmo. Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a filosofia se realiza como reflexão ou, seguindo o oráculo de Delfos, busca realizar o "Conhece-te a ti mesmo". 

POR QUE SE PERGUNTA "PARA QUE FILOSOFIA"?

Essa pergunta, "Para que filosofia?", tem sua razão de ser. Em nossa cultura e nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática muito visível e de utilidade imediata, de modo que, quando se pergunta "Para que?", o que se quer saber é: "Qual a utilidade?", "Para que serve isso?", "Que uso proveitoso ou vantajoso posso fazer disso?".

Verdade, pensamento racional, procedimentos especiais para conhecer fatos, aplicação prática de conhecimentos teóricos, correção e acúmulo de saberes: esses objetivos e propósitos das ciências não são científicos, são filosóficos e dependem de questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a filosofia quem as formula e busca respostas para elas. 

Comentário:

A importância da Filosofia está justamente em ser ela a gênese que provoca o pensamento reflexivo, determinando as ações que deveremos tomar para alcançarmos melhor o entendimento das coisas. A filosofia é uma ferramenta imprescindível que nos auxilia na busca constante e dinâmica pelo saber.  

QUE SIGNIFICA DIZER QUE A FILOSOFIA SE VOLTA PREFERENCIALMENTE PARA OS MOMENTOS DE CRISE OU CRÍTICOS?

Quando uma crença contradiz outra ou parece incompatível com outra, ou quando aquilo em que sempre acreditamos é contrariado por uma outra forma de conhecimento entramos em crise. Algumas pessoas se esforçam para fazer de conta que não há problema algum e vão levando a vida como se tudo estivesse "muito bem, obrigado". Outras, porém, sentem-se impelidas a indagar qual é a origem, o sentido e a realidade de nossas crenças.

Comentário:

Quando entramos em crise, ou seja, quando nossas crenças já não nos tranquiliza ou alimenta, sentimos um incômodo, que é justamente o aguilhão a nos cutucar a fim de buscarmos o entendimento para aquilo que não nos satisfaz. Ao buscarmos esse entendimento valemo-nos do pensamento e da reflexão, buscando compreendermos melhor o momento vivido. Esse é um caminho que depois de iniciado, será quase impossível de abandoná-lo e assim vamos de crise em crise ampliando nossa compreensão sobre a existência nossa, dos nossos, e dos outros, sejam eles animados ou inanimados. 

QUANDO PASSAMOS DA ATITUDE COSTUMEIRA À ATITUDE FILOSÓFICA?

Quando o que era objeto de crença aparece como algo contraditório ou problemático e por isso se transforma em indagação ou interrogação, estamos passando da atitude costumeira à atitude filosófica. 

Essa mudança de atitude indica algo bastante preciso: quem não se contenta com as crenças ou opiniões preestabelecidas; quem percebe contradições e incompatibilidades entre elas; quem procura compreender o que elas são e por que são problemáticas está exprimindo um desejo, o desejo de saber. E é exatamente isso o que, na origem, a palavra filosofia significa, pois, em grego, philosophia quer dizer "amor à sabedoria".  

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

QUE QUER DIZER A PALAVRA CRÍTICA?

A palavra crítica vem do grego e possui três sentidos principais: 

1) "capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente"; 

2) "exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré-julgamento"; 

3) "atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica". 

A atitude filosófica  é uma atitude "crítica" porque preenche esses três significados da noção de crítica, a qual, como se observa, é inseparável da noção de racional.

Comentário:

A palavra crítica foi incorporada ao nosso senso comum como sendo algo ruim, proveniente de um ser invejoso, amargo, cruel etc. Às vezes o ser é isso mesmo, mas ao pesquisarmos sobre a palavra podemos ampliar nosso horizonte de conhecimento e aprendermos que criticar é um ato saudável desde que feito com pressupostos organizados e sistemáticos, não pelo simples fato da não validação da coisa criticada. Saber reconhecer na crítica recebida o valor a ser considerado por cada um de nós, pode ser mais útil do que o elogio galhofeiro. Criticar não é apenas discordar mas apresentar a análise a partir de uma perspectiva diferente daquela demonstrada. Criticar, portanto, não deve ser falar mal ou bem de algo ou de alguma coisa, mas apresentar uma leitura alternativa.  

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

PERFIL DE JESUS


Carta do Senador Públio Lêntulus ao Cesar Romano.

"Sabendo oh César, que desejais conhecer, quanto eu vou narrar.

Existindo nos nossos tempos um homem, chamado Jesus, o qual vive atualmente de grandes virtudes. 

Que pelo povo é inculcado profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado.

Em verdade, cada dia se ouve coisas maravilhosas desse Jesus; ressuscita os mortos e cura os enfermos.

Em uma palavra: é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto e há tanta majestade em seu rosto, que aqueles que o veem são forçados a amá-lo ou temê-lo. 

Ele tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos ao meio, na forma em uso dos Nazarenos. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, e separada pelo meio. 

O Seu rosto é cheio de aspecto e é muito sereno. 

Nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face que é uma cor moderada. 

O nariz e a boca são irrepreensíveis. 

Seu olhar é muito especioso e grave. Ele tem os olhos claros como o Céu; e o que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios de Sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora, e quando ameniza faz chorar.

Os braços e as mãos muito belos. Alias é o mais belo homem que se possa imaginar, muito semelhante à sua Mãe, que é de uma rara beleza. Não se tendo jamais visto, por estas partes, uma donzela tão bela.... 

Na palestra contenta muito, mas o faz raramente. Porem quando dele alguém se aproxima, verifica que é muito modesto na presença e na pessoa.

Faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes chorar.

De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém. Ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. 

Caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça.
Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença, tremem e o admiram.

Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, jamais, tais conselhos, de tão grande doutrina, como ensina este Jesus.

Muitos judeus o têm como Divino e muitos me querelam, afirmando que é contra a lei de tua Majestade.

Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o buscam e com ele tem praticado, afirmam ter dele recebido grande benefício de saúde. 

Porem à tua obediência estou prontíssimo –, se desejas mesmo vê-lo, repete a tua ordem que eu to enviarei.

Vale, da Tua Majestade, fidelíssimo e obrigadíssimo”.      
             Públio Lêntulus -  L’indizione setima, luna seconda.  

(Obs. Publio Lentulus é a reencanação de Emmanuel ao tempo de Jesus, informação revelada pelo próprio Emmanuel no Livro Há Dois Mil Anos. Psicografia de Chico Xavier. Ed. FEB.)

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

NÓS E CÉSAR



"E Jesus, respondendo, disse-lhes: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. - (Marcos, 12:17)




Em todo lugar do mundo, o homem encontrará sempre, de acordo com os seus próprios merecimentos, a figura de César, simbolizada no governo estatal. 


Maus homens, sem dúvida, produzirão maus estadistas. 

Coletividades ociosas e indiferentes receberão administrações desorganizadas. 

De qualquer modo, a influência de César cercará a criatura, reclamando-lhe a execução dos compromissos materiais. 

É imprescindível dar-lhe o que lhe pertence. 

O aprendiz do Evangelho não deve invocar princípios religiosos ou idealismo individual para eximir-se dessas obrigações. 

Se há erros nas leis, lembremos a extensão de nossos débitos para com a Providência Divina e colaboremos com a governança humana, oferecendo-lhe o nosso concurso em trabalho e boa-vontade, conscientes de que desatenção ou revolta não nos resolvem os problemas. 

Preferível é que o discípulo se sacrifique e sofra a demorar-se em atraso, ante as leis respeitáveis que o regem, transitoriamente, no plano físico, seja por indisciplina diante dos princípios estabelecidos ou por doentio entusiasmo que o tente a avançar demasiadamente na sua época. 

Há decretos iníquos? 

Recorda se já cooperaste com aqueles que te governam a paisagem material. 

Vive em harmonia com os teus superiores e não te esqueças de que a melhor posição é a do equilíbrio.

Se pretendes viver retamente, não dês a César o vinagre da crítica acerba. Ajuda-o com o teu trabalho eficiente, no sadio desejo de acertar, convicto de que ele e nós somos filhos do mesmo Deus.

Emmanuel (espírito) através de Francisco Cândido Xavier, 
no livro "Pão Nosso", capítulo 102.

COM ARDENTE AMOR

 
Mas, sobretudo, tende caridade uns para com os outros. - Pedro (I Pedro, 4:8)

Não basta a virtude apregoada em favor do estabelecimento do Reino Divino entre as criaturas.

Problema excessivamente debatido — solução mais demorada...

Ouçamos, individualmente, o aviso apostólico e enchamo-nos de ardente caridade, uns para com os outros. 

Bem falar, ensinar com acerto e crer sinceramente são fases primárias do serviço. Imprescindível trabalhar, fazer e sentir com o Cristo. 

Fraternidade simplesmente aconselhada a outrem constrói fachadas brilhantes que a experiência pode consumir num minuto. 

Urge alcançarmos a substância, a essência...
Sejamos compreensivos para com os ignorantes, vigilantes para com os transviados na maldade e nas trevas, pacientes para com os enfermiços, serenos para com os irritados e, sobretudo, manifestemos a bondade para com todos aqueles que o Mestre nos confiou para os ensinamentos de cada dia. 

Raciocínio pronto, habilitado a agir com desenvoltura na Terra, pode constituir patrimônio valioso; entretanto, se lhe falta coração para sentir os problemas, conduzi-los e resolvê-los, no bem comum, é suscetível de converter-se facilmente em máquina de calcular. 

Não nos detenhamos na piedade teórica. 

Busquemos o amor fraterno, espontâneo, ardente e puro. 

A caridade celeste não somente espalha benefícios. Irradia também a divina luz.

Emmanuel (Espírito) através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", capítulo 99. 

domingo, 20 de dezembro de 2015

ESTIVE PENSANDO: E DE REPENTE...


E de repente, com a idade e consequente maturidade moral e espiritual, nós percebemos que o que mais valeu a pena na existência, não foi o quanto se gastou com os filhos, mas como esse gasto aconteceu e as motivações que o geraram.
Com a maturidade entendemos que família é muito mais que laços de sangue. Até porque laços se rompem. Família é nó cego de almas afins, que buscam a felicidade uns dos outros e que se respeitam em suas diferenças.
Com a maturidade entendemos que o Papai Noel é uma farsa burguesa, fomentada por um sistema capitalista e materialista, que insistimos em perpetuar para as novas gerações alimentando um círculo vicioso de enganações.
Com a maturidade entendemos que lá atrás, naqueles momentos de imaturidade, fizemos o que nos era possível fazer, o que demos conta e isso não nos deve incutir culpa, que paralisa o caminhar alimentando o medo de errarmos novamente.
Com a maturidade entendemos que somos muito mais a soma de nossos desacertos que de acertos, que muito planejamento engessa e que o melhor da vida é vivê-la na certeza de suas variações, estando preparados para o que vier.
Com a maturidade aprendemos a ouvir uma canção e em pensamentos nos reportarmos ao momento marcante da mesma na nossa vida, revivendo boas lembranças e nos fazendo amar ainda mais a vida. E quando essa canção nos trouxer recordações amargas que saibamos deixá-las onde devem estar: no passado.
Com a maturidade aprendemos que aqueles que já deixaram essa existência, sejam filhos, pais, amigos, doentes ou não, repentinamente ou não, permanecem vivos em nós, portanto lembrar deles com tristeza e apego é um desrespeito à suas histórias, pois não sabemos se eles gostariam de estar aqui conosco.
Com a maturidade vivemos certos de que o reconhecimento de quem quer que seja não tem importância maior do que a consciência tranquila em fazer o que foi possível ser feito, dentro de nossas possibilidades.
Com a maturidade aprendemos que a razão, atributo especial do homem, foi desenvolvido para podermos abandonar os bandos e exercermos, apesar de todas as dificuldades, nossas individualidades.
Com a maturidade aprendemos que ser singular pode não ser tão fácil, mas é muito reconfortante e fortalecedor pois nos permite o exercício da liberdade.
Com a maturidade aprendemos que interesses existem e isso não é o grande problema, o grande problema é não avaliarmos nossos próprios interesses.
Com a maturidade, aprendemos que nada sabemos e que o bom da vida não são as respostas, mas as perguntas que o conhecimento não preenchido gera.
Com a maturidade aprendemos que ter certeza sobre tudo e sobre todos é tão sufocante quanto um dia quente e seco.
Com a maturidade aprendemos que Deus não é algo ou alguma coisa, mas um sentimento que existe em tudo que pulsa e que serve a vida.
Com a maturidade aprendemos que Deus não pode e nem deve abençoar ninguém, pois a vida é sua eterna benção.
Com a maturidade nos sentimos livres para expressarmos o que somos e não nos preocupa mais parecermos ser...
Com a maturidade percebemos que a solidão nem sempre é isolamento e estar cercado de pessoas pode nos fazer sozinhos.
Com a maturidade moral e espiritual regatamos expressões que fomos deixando de lado no decorrer da existência: "muito obrigado", "desculpe-me", "bom dia", "Como vai?", "Siga em Paz", "Por Favor", "Se for possível", dentre outras importantes...

ORIGEM DA LINGUAGEM - REVISTA ESPÍRITA 11/1862





Meus caros e bem-amados amigos ouvintes, pedis-me hoje que eu dite ao meu médium a história da linguagem. Tentarei satisfazer-vos. Deveis, porém, compreender que me será impossível, nalgumas linhas, tratar inteiramente da importante questão, à qual se liga forçosamente outra mais importante, a da origem das raças humanas.

Que Deus Todo-Poderoso, tão benevolente para com os espíritas, me conceda a lucidez necessária para afastar de minha dissertação toda confusão, toda obscuridade e sobretudo todo erro.
Entro na matéria dizendo-vos que admitamos, inicialmente, como princípio, esta eterna verdade: O Criador deu a todos os seres da mesma raça um modo especial, mas seguro, para se entenderem reciprocamente. Não obstante, esse modo de comunicação, essa linguagem, era tanto mais restrita quanto mais inferiores eram as espécies. É em virtude dessa verdade, dessa lei, que os selvagens e os povos pouco civilizados possuem línguas tão pobres que uma porção de termos usados nas regiões favorecidas pela civilização lá não encontram vocábulos correspondentes, e é em obediência a essa mesma lei que as nações que progridem criam novas expressões para novas descobertas e novas necessidades.
Como eu disse alhures, a Humanidade já atravessou três grandes períodos: a fase bárbara, a fase hebraica e pagã e a fase cristã. A esta última sucederá o grande período espírita, cujos alicerces lançamos entre vós.
Examinemos, pois, a primeira fase e o começo da segunda, e aqui só posso repetir o que eu já disse. A primeira fase humana, que poderemos chamar pré-hebraica ou bárbara, arrastou-se por muito tempo e lentamente em todos os horrores e convulsões de uma barbárie terrível. Aí o homem é peludo como um animal selvagem e, como as feras, abriga-se em cavernas e nos bosques. Vive de carne crua e se repasta de seu semelhante, como de uma excelente caça. É o mais absoluto reino da antropofagia. Não há sociedade nem família! Alguns grupos dispersos aqui e ali, vivem na mais completa promiscuidade, sempre prontos a se entredevorarem. Tal é o quadro desse período cruel. Nenhum culto, nenhuma tradição, nenhuma ideia religiosa. Apenas as necessidades animais a satisfazer, eis tudo!
Prisioneira de uma matéria estupidificante, a alma fica morna e latente em sua prisão carnal. Ela nada pode contra os muros grosseiros que a encerram, e sua inteligência mal pode mover-se nos compartimentos de um cérebro estreito.
O olho é embaciado, a pálpebra pesada, o lábio grosso, o crânio achatado, e alguns sons guturais bastam como linguagem.
Nada prenuncia que desse animal bruto sairá o pai das raças hebraicas e pagãs. Contudo, com o tempo, eles sentem a necessidade de se defenderem contra os outros carnívoros, como o leão e o tigre, cujas presas terríveis e garras afiadas facilmente dominavam o homem isolado. Assim realiza-se o primeiro progresso social. Não obstante, o reinado da matéria e da força bruta se manteve durante toda essa fase cruel.
No homem dessa época, não procureis sentimentos nem razão nem linguagem propriamente dita. Ele obedece apenas à sua sensação grosseira, e só tem como objetivo comer, beber e dormir. Nada além disso. Pode-se dizer que o homem inteligente ainda está em germe, mas que não existe ainda.
Contudo, é preciso constatar que entre as raças brutais já aparecem alguns seres superiores, Espíritos encarnados, com a tarefa de conduzir a Humanidade ao seu objetivo e apressar o advento da era hebraica e pagã.
Devo acrescentar que, além desses Espíritos encarnados, o globo terrestre era frequentemente visitado por esses ministros de Deus cuja memória foi conservada pela tradição sob os nomes de anjos e de arcanjos, que quase diariamente se punham em contato com os seres superiores, Espíritos encarnados, dos quais falei. A missão de alguns desses anjos continuou durante uma grande parte da segunda fase humanitária. Devo acrescentar que o rápido quadro que acabo de fazer dos primeiros tempos da Humanidade vos ensina, um pouco, a que leis rigorosas são submetidos os Espíritos que se exercitam a viver nos planetas de formação recente.
A linguagem propriamente dita, como a vida social, não começa a ter um caráter certo senão a partir da era hebraica e pagã, durante a qual o Espírito encarnado, sempre sujeito à matéria, começa a se revoltar e a quebrar alguns elos de sua pesada cadeia. A alma fermenta e se agita em sua prisão carnal; por seus esforços reiterados reage energicamente contra as paredes do cérebro, cuja matéria ela sensibiliza; ela melhora e aperfeiçoa por um trabalho constante o desempenho de suas faculdades e, consequentemente, os órgãos físicos se desenvolvem; enfim, o pensamento se deixa ler num olhar límpido e claro. Já estamos longe das frontes achatadas! É que a alma se sente, se reconhece, tem consciência de si mesma e começa a compreender que ela é independente do corpo. Também, a partir deste momento, ela luta com ardor para se desvencilhar da opressão de sua robusta rival. O homem se modifica cada vez mais e a inteligência se move mais livremente num cérebro mais desenvolvido. Todavia, constatamos que nessa época o homem ainda é cercado e registrado como o gado, o homem escravo do homem; a escravidão é consagrada pelo Deus dos Hebreus, tanto quanto pelos deuses pagãos, e Jeová, assim como Júpiter Olímpico, pede sangue e vítimas vivas.
Essa segunda fase oferece aspectos curiosos do ponto de vista filosófico; sobre o que já tracei um quadro rápido, que meu médium logo vos comunicará.
Como quer que seja, e para voltar ao tema deste estudo, tende por certo que não foi senão na época dos grandes períodos pastorais e patriarcais que a linguagem humana tomou uma marcha regular e adotou formas e sons especiais.
Durante essa época primitiva, em que a Humanidade saía dos cueiros e balbuciava na primeira infância, poucas palavras bastavam aos homens, para os quais ainda não tinha nascido a ciência, cujas necessidades eram muito restritas, e cujas relações sociais paravam à porta das tendas, à soleira da família, e mais tarde nos confins da tribo. Era a época em que o pai, o pastor, o ancião, o patriarca, numa palavra, dominava como senhor absoluto, com direito de vida e de morte.
A língua primitiva foi uniforme; mas, à medida que crescia o número de pastores, estes, deixando por sua vez a tenda paterna, foram fundar nas regiões desabitadas novas famílias, novas tribos. Então a língua por eles usada se diferenciou gradativamente, de geração em geração, da que era usada na tenda paterna; foi assim que os diversos idiomas foram criados.
De resto, ainda que minha intencão não seja dar um curso de linguística, não vos passa despercebido que, nas línguas mais díspares, encontrais palavras cujo radical pouco variou e cuja significação é quase a mesma. Por outro lado, posto tenhais a pretensão de ser um velho mundo, o mesmo motivo que corrompeu a língua primitiva, reina ainda soberano em vossa França tão orgulhosa de sua civilização, onde vedes as consonâncias, os termos e a significação variarem, não direi de província a província, mas de comuna a comuna. Apelo para o testemunho daqueles que viajaram pela Bretagne, como para os que percorreram a Provence e o Languedoc. É uma variedade de idiomas e de dialetos que espanta aquele que os quisesse coligir num único dicionário.
Uma vez que os homens primitivos, ajudados nisso pelos missionários do Eterno, emprestaram a certos sons especiais certas ideias especiais, foi criada a língua falada, e as modificações que ela sofreu mais tarde foram sempre em razão do progresso humano; por conseguinte, conforme a riqueza de uma língua, pode-se estabelecer facilmente o grau de civilização atingido pelo povo que a fala. O que posso acrescentar é que a Humanidade marcha para uma língua única, como consequência forçada de uma comunidade de ideias em moral, em política, e sobretudo em religião. Tal será a obra da filosofia nova, o Espiritismo, que hoje vos ensinamos.

Erasto [Espírito] através do Sr. d'Ambel em reunião na Sociedade Espírita de Paris. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

CONFIA E SERVE


Ainda quando te encontres caído sob o peso de grandes provações, levanta-te e caminha para a frente, cumprindo os teus deveres com fidelidade.

Ainda mesmo que te sintas sozinho nas lutas de cada dia, não desertes do campo de batalha em que a vida te situa, atendendo às tuas necessidades evolutivas.

Ainda quando te percebas à beira do fracasso, semelhante a abismo que se escancare aos teus pés, não te creias sem forças para continuar, porquanto a Misericórdia        
Divina a ninguém desampara.

Ainda mesmo te vejas mergulhado em tristeza, qual se a própria existência carecesse de sentido aos teus olhos, deixa que a esperança prossiga te embalando os sonhos de felicidade.

Ainda quando te observes incompreendido pelos afetos mais queridos da alma, silencia e espera, aprendendo a renunciar
agora para conquistar depois.

Ainda mesmo te consideres perdido no estranho labirinto dos problemas engendrados pela tua invigilância, não te entregues ao desespero, pedindo aos Céus que te auxiliem
a solucioná-los com dignidade.

Haja o que houver e estejas como estiveres, não te precipites em tuas decisões, de vez que é nas horas mais difíceis que tens oportunidade de provar a ti mesmo o valor da própria fé.

CONFIA E SERVE!

Irmão José [Espírito], através de Francisco Cândido Xavier