Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

AUXÍLIOS INVISÍVEIS

"O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente na terra; ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e, por fim a espiga cheia de grãos". 
(Marcos, 4:26 a 28.) 



Nem sempre conseguimos perceber com lucidez os auxílios espirituais que recebemos de Mais Alto. No entanto, nossa existência é controlada por uma Fonte Divina, perfeita e harmônica, cuja única intenção é a evolução das almas. 


O que nós conhecemos não é a realidade, mas o que a nossa instrumentalidade pode perceber sobre ela. A plenitude da realidade é muito maior do que a ideia ou imagem que concebemos do mundo.

Podemos definir como "míope espiritual" aquele que toma a parte pelo todo e impõe a si e aos outros essa parte como sendo o todo. Da mesma forma que não podemos calcular com precisão, e de modo consciente,os benefícios da respiração, da água, dos alimentos e das energias da Natureza em nossa vida orgânica, igualmente não nos damos conta dos benefícios da movimentação desencadeada pelos processos transcendentais que nos alcançam a vida íntima.

O Criador, Guardião de tudo o que existe, Artífice da máquina da vida, nos protege de forma contínua, suprindo-nos interna e externamente, quer reconheçamos, ou não, como verdadeira a Vida Providencial.

Na vida física, a criatura se desenvolve sem notar precisamente como ocorre esse fenômeno invisível em seu cosmo orgânico. Do mesmo modo, espiritualmente, progredimos e amadurecemos sem perceber como se processam os "insights", isto é, a clareza súbita na mente, ou os saltos evolutivos promovidos no interior de todas as coisas e seres viventes.

Jesus de Nazaré se reportou a esse respeito, afirmando: "O Reino de Deus é como um homem que lançou a semente na terra: ele dorme e acorda, de noite e de dia, mas a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma produz fruto: primeiro a erva, depois a espiga e por fim, a espiga cheia de grãos". Não podemos acreditar que somos "órfãos do Universo". Podemos chamar Deus de Providência, uma vez que o seu pensamento é que provê o espaço cósmico; podemos também intitulá-lo de Destino, pois Ele é a Causalidade Excelsa; igualmente podemos denominá-lo de Natureza, visto que tudo nasce do seu Psiquismo Criador.

Quando cremos que os auxílios invisíveis fazem parte de nossa existência, desenvolvemos o potencial de religiosidade - encontrar Deus em nós - e saímos da nossa zona de conforto para níveis de consciência cada vez mais amplos e elevados. 

No campo da fisiologia, o termo homeostase foi criado para definir o processo auto-regulador pelo qual um organismo se mantém num adequado e constante ponto de equilíbrio. É um mecanismo de proteção ou de compensação que o corpo físico dispõe para equilibrar as diversas funções e composições químicas internas, a saber: pressão arterial, temperatura corporal, pulsação cardíaca, taxa de açúcar no sangue e outras tantas.

Tomemos como exemplo a temperatura. Uma das funções da pele é ajudar a conter qualquer disposição do corpo de ficar demasiado quente ou frio. O principal regulador da temperatura corporal acha-se localizado no cérebro (no hipotálamo). Ele possui termostatos para registrar a elevação e a queda da temperatura. Ao menor sinal de excesso de calor, acelera-se a circulação do sangue na pele, e o calor dos órgãos internos se transporta para os pequenos vasos sanguíneos, abaixo da pele, ali se desfazendo. O mesmo termostato estimula a atividade das glândulas sebáceas localizadas no fundo do tecido subcutâneo. O suor secretado pelas glândulas sudoríparas é destilado pelos poros através da transpiração, evaporando-se ao contato com o ar exterior, e isso proporciona um resfriamento eficaz.

Podemos traçar um paralelo entre o princípio da homeostase existente no organismo humano com o processo auto regulador atuante na estrutura da psique. 
No inconsciente, o Self, arquétipo central que tem a função de unificar, reconciliar e reequilibrar todo o governo psíquico, mantém, de modo semelhante, uma sabedoria instintiva que pode corrigir desacertos e excessos de consciência, equilibrando-a e protegendo-a dos perigos da alienação.

Como psicólogo e psiquiatra, Jung foi quem melhor soube entender e respeitar a providencialidade do auxílio invisível que a tudo apóia e equilibra. Jung colocou no centro de todo o processo psicoterápico o princípio do "poder atuante e autônomo do inconsciente". Em virtude disso entendemos que a autêntica psicoterapia nada mais é do que "saber escutar e acompanhar" o outro, com ouvido empático, interpretando as manifestações e possibilidades oferecidas pelo poder criativo e atuante do próprio inconsciente.

Fazendo uma analogia da teoria do "poder criativo e autônomo do inconsciente" com os nossos conceitos, poderíamos interpretá-lo como a "onipresença e a onipotência de Deus em nós".  Com muita propriedade disse Cristo Jesus: "Em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta montanha: transporta-te daqui para lá, e ela se transportará, e nada vos será impossível". A fé de que se fala aqui é a entrega incondicional aos desígnios de Deus. Essa fé não se limita à esfera religiosa, não se identifica com estudos teológicos e eclesiásticos e não se deixa restringir a nenhuma igreja ou seita. Ninguém possui o monopólio dessa fé, uma vez que ninguém pode viver sem ela.

O auxílio invisível chega a todos nós com a mesma sutileza com que os raios do sol fazem aparecer o dia. Justos e injustos recebem invariavelmente o suprimento divino, e ele desce imperceptível sobre as criações e as criaturas como um orvalho fecundo e fundamental à nossa vida de espíritos imortais.

(Do livro: Um modo de entender; de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed).

terça-feira, 15 de julho de 2014

NAS ESTRADAS


E os que estão junto do caminho são aqueles em quem a palavra
é semeada; mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a
palavra que neles foi semeada. - Jesus ( Marcos, 4:15)

Jesus é o nosso caminho permanente para o divino Amor.

Junto d'Ele seguem, esperançosos, todos os espíritos de boa vontade, aderentes sinceros ao roteiro santificador.

Dessa via bendita e eterna procedem as sementes da Luz celestial para os homens comuns.

Faz-se imprescindível muita observação das criaturas, para que o tesouro não lhes passe despercebido.

A semente santificante virá sempre, entre as mais variadas circunstâncias.

Qual ocorre ao vento generoso que espalha, entre as plantas, os princípios da vida, espontaneamente, a bondade invisível distribui com todos os corações a oportunidade de acesso à senda do amor. 

Quase sempre a centelha divina aparece nos acontecimentos vulgares de cada dia, num livro, numa particularidade insignificante do trabalho, na prestimosa observação de um amigo. 

Se o terreno de teu coração vive ocupado por ervas daninhas e se já recebeste o princípio celeste, cultiva-o com devotamento, abrigando-o nas leiras de tua alma. O verbo humano pode falhar, mas a Palavra do Senhor é imperecível. Aceita-a e cumpre-a, porque, se te furtas ao imperativo da vida eterna, cedo ou tarde o anjo da angústia te visitará o espírito, indicando-te novos rumos. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 63 e 64)

FILHOS PRÓDIGOS

E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm
abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! - (Lucas, 15:17)
Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo.

O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes. 

Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância. Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas. 

Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, em aventuras mesquinhas, caindo afinal, nos desvãos do relaxamento e do crime. 

Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de oportunidades...

São eles que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha para Deus, possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme angústia da inutilidade e, distantes da paz íntima, exclamam desalentados:

"Quantos trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranquilidade, enquanto a fome de paz me tortura o espírito!"

O mundo permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, milhares de vozes proferem aflitivas exclamações iguais a esta.

(Emmanuel {espírito} através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 61 e 62)


COMO CREEM OS CATÓLICOS, ESPÍRITAS, PROTESTANTES E EVANGÉLICOS

     Faz 150 anos que os líderes religiosos cristãos difamam os espíritas, chamando-os de macumbeiros, doentes mentais, charlatões, de pessoas que falam com os “diabos” e outras calúnias. Até a década de 1940, as pessoas encontradas numa casa espírita eram presas. Ainda em 1949, a Igreja os excomungava, e os médiuns de auxílio espiritual à cura de doenças eram processados e condenados. E, na Idade Média, eles morriam nas fogueiras.
   E, hoje, muitos líderes religiosos estão dizendo que o espiritismo não é cristão, porque ele não aceita todos os dogmas do cristianismo. Eles têm medo de perder dízimo! Mas não é crer em dogmas que faz um indivíduo ser cristão. Inclusive, quando os seguidores de Jesus passaram a ser chamados de cristãos (Atos 11: 26), eles ainda não existiam. O primeiro só surgiu no Concílio Ecumênico de Niceia (325).

   O espiritismo não condena os dogmas cristãos e nenhuma outra crença. E ele até crê em alguns, mas com interpretação diferente. Ele acredita em um Deus único, mas sem as complicações que os teólogos criaram para Ele, antropomorfizando-O e transformando-O em três Pessoas, quando uma só já seria demais! Os Testemunhas de Jeová não aceitam também o dogma trinitário. Sobre isso, os próprios teólogos dizem que se trata de um mistério de Deus, quando o mistério é deles mesmos! Assim, o cristão tem que morrer burro, ignorando o que os teólogos imaginaram!   
   No Concílio Ecumênico de Trento (1545 a 1563), a Igreja criou o dogma da Transubstanciação, que diz que a hóstia e o vinho consagrados são o corpo e o sangue reais de Jesus. Mas os protestantes e evangélicos creem na Consubstanciação, em que o pão e o vinho da ceia deles são apenas símbolos do corpo e do sangue de Jesus. Eles não creem também nos dogmas da Assunção de Maria aos céus, em espírito e corpo, nem no da Infalibilidade do Papa. E a Igreja Ortodoxa Oriental (não incluída no título por uma questão de espaço), não aceita o dogma trinitário católico do “Filioque” (e do Filho), do Concílio Ecumênico de Lion (1274), França, o qual declarou que o Espírito Santo (outro dogma) procede do Pai e do Filho. Para a Igreja Ortodoxa, o Espírito Santo só procede do Pai, diminuindo, pois, o poder de Jesus.
      Todos esses discordantes de dogmas são cristãos. Por que, então, só o espiritismo deixaria de ser cristão por discordar também deles?
    E o excelso Mestre ensinou: Meus discípulos são conhecidos por se amarem uns aos outros. (João 13: 34 e 35). 
     Realmente, ser cristão ou discípulo de Jesus não é, pois, crer ou deixar de crer em determinados dogmas polêmicos! Ademais, Ele não criou nenhum deles. Como vimos, eles só começaram a surgir mais tarde.
    E, ao longo dos séculos, os dogmas foram sendo criados em meio a acaloradas e rancorosas discussões entre os teólogos, não bem inspirados, mas excitados, e não sendo sempre vencedores os defensores das doutrinas racionais e verdadeiramente evangélicas, mas os do “partido” da posição comprometida com a defesa dos interesses políticos e materiais dos imperadores e reis europeus e, às vezes, até dos próprios teólogos!

(Coluna recebida por email do Prof. José Luiz Chaves. Original publicada no jornal e portal O Tempo - www.otempo.com.br) 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

ÀS VEZES


Às vezes... o profundo se pressupõe que não tem fim;
às vezes... a ida parece não ter volta; às vezes... a lágrima insiste em rolar, e parece ser sem fim.


Às vezes... pensamos estar só, e não ter um ombro próximo para nos acalentar; às vezes... odiar é muito fácil e amar é complicado; às vezes... a vingança parece o caminho mais curto e perdoar tão impossível.

Às vezes... tudo se complica. O certo se torna errado e o
errado certo; às vezes... Os pés se cansam na jornada tão longa e cansativa; às vezes... perdemos as expectativas e achamos tão atrativa a desistência e complicado é tudo a nossa frente, e perguntamos: como será? por quê? e agora?


Às vezes, esquecemos, às vezes, somos esquecidos; às vezes, lembramos, às vezes,somos lembrados.

Às vezes... falamos mesmo que calados; às vezes... calamos nos gestos, e outras tantas afogamos no profundo do nosso íntimo e nos trancamos dentro de nossas portas, dentro de nosso mundinho, todas nossas magoas e decepções.


Às vezes... esquecemos que a vida é bem além, bem maior, e que o mundo é grande e muito além do nosso próprio, do que criamos; e quem o fez é infinito, e infinitamente capaz de nos fazer superar tudo.


Às vezes... olhamos para baixo, outras para o alto; às vezes... como criação que somos, esquecemos que quase sempre o sol brilha; sol que faz as folhas brotarem, e surgir o verde no lugar do amarelado; o oásis em lugar do deserto, deserto que às vezes tão perto...


Há vitória no lugar de derrota, sucesso em vez de fracasso; é, o "às vezes", aos poucos vai se transformando no "sempre"... sempre! E o sempre, sempre traz constância, e a constância, elegância... e assim descobrimos a beleza de se viver, de insistir, de se superar; e de ser simplesmente... Nós.


(Recebido por e-mail do amigo Karlinhos)