Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

BURLESCAS FESTIVIDADES

"Onde está o teu tesouro aí estará o teu
coração". - Jesus (Mateus 6-21)



No Brasil e em algumas partes do Mundo, aproximam-se as festividades do Carnaval, uma festa popular que relembra as antigas Saturnais pagãs do Império Romano. 

As multidões agitam-se, e muitas vezes, envolvidas na perda dos limites e do pudor, as pessoas chafurdam-se no pântano de seus próprios desenganos. 

As comemorações festivas, que existem para oferecer às pessoas o lazer e o divertimento, são transformadas, em muitos lugares, em espetáculos de prostituição pública, com as expressões mais infelizes possíveis. 

Nos quatro dias de folia, muitos são aqueles que descarregam os seus conflitos e desejos mais íntimos, vivenciando tudo aquilo que reprimiram durante todo o ano.

As estatísticas revelam que milhões são gastos e que milhões são ganhos. 

As fantasias luxuosas, os carros alegóricos pomposos e a folia exigem o investimento de altas somas, para arcarem com os custos dos mais variados.

Comunidades inteiras trabalham durante um ano para a confecção e a aquisição de fantasias de alto valor, chegando, muitas vezes, a passarem fome, em troca do prazer fugidio de desfilarem sob os holofotes da fama, pelo período de aproximadamente uma hora, após o que regressam à sua realidade. 

Os ganhos decorrem da exploração turística que movimenta expressivos valores monetários, já que a festa carnavalesca brasileira é considerada a maior e a melhor de todo o Mundo. 

Desde a prostituição até o consumo desenfreado das drogas lícitas e ilícitas, grande parcela dos turistas se envolve nas vivências infelizes, dando vazão aos seus desequilíbrios mais ocultos. 

Muitas pessoas são assassinadas, outras tantas se suicidam e o noticiário omite para não criar o aparvalhamento no público. 

Sem nenhuma conotação de crítica ou julgamento, esta é uma análise espiritual, com a proposta da conscientização a respeito do trabalho incansável dos Benfeitores do Mais Além de, nestes dias de intensas dificuldades, socorrerem encarnados e desencarnados, entidades perversas e pervertidas, corrompedores e corrompidas, que caem no arrependimento e despertam entre as dores, clamando por auxílio e proteção. 

O lazer e a festa social são recursos de que dispõe a criatura humana para a confraternização e o espairecimento, o descanso mental, mas necessário é que o ser esteja imbuído dos valores saudáveis que fazem crescer e tragam também aprendizado.

Ao espírita cabe a confraternização! Cabe o compromisso de vibrar e de interceder, perante o Mais Alto, em favor de todos os foliões que se ajuntam nas grandes praças, largas ruas e avenidas ou mesmo nos salões nobres.

Para isso: oração, pensamentos salutares, trabalho constante no bem e leitura edificante que consola, auxilia e orienta os que necessitam. 

Diversão sim, perversão não!

Que Jesus nos abençoe!

(Fritz Schein - espírito, através da psicografia de Wellerson Santos em 04 de fevereiro de 2014)

Enviada por email pelo amigo Karlinhos. 


ESTIVE PENSANDO: MÁSCARAS


As máscaras fazem parte de nossa vida. Nos valemos delas pelos mais variados motivos mas alguns são mais claros em nosso entendimento.

Os super-heróis as utilizam para protegerem sua identidade verdadeira, de maneira a poderem fazer o que normalmente como indivíduos comuns não poderiam. Bruce Wayne não poderia perseguir e nem prender os bandidos da mesma maneira que o Batman o faz. Clark Kent jamais poderia fazer o que o Super-homem fazia sem ser incomodado por isso. E o que dizer do Zorro então? Don Diego jamais, em hipótese alguma faria o que o herói mascarado fazia, sob pena de ser demolido pelos fazendeiros, classe a qual pertencia e com a qual não concordava.

Em tempos de carnaval e em festas a fantasia o uso de máscaras é essencial. Ao fornecer legitimidade ao anonimato permite que aquele ser que normalmente é calmo e comedido se torne mais extrovertido, tomando atitudes que normalmente "de cara limpa" não o faria. Festas de máscaras eram comuns em tempos antigos justamente para permitir que, em uma sociedade rígida e cheia de regras e normas geralmente hipócritas, as pessoas pudessem se relacionar com mais liberdade, por mais paradoxal que possa parecer essa assertiva. Escondidos em suas máscaras se deixavam revelar por inteiro assumindo posturas diferenciadas das quais estavam acostumados a exercer. 

No campo artístico as máscaras são fundamentais. Que o digam os palhaços. São importantes porque convidam o espectador a se fixarem na personagem e não no ator ou atriz envolvidos. Os palhaços por estarem escondidos em suas máscaras conseguem assumir uma postura focada no que o personagem deve empreender, represando suas emoções em prol da alegria a ser desenvolvida. No filme Palhaço de Selton Mello há uma cena onde o palhaço principal do filme se questiona: "eu faço as pessoas rirem, mas quem me fará rir?" ilustrando o nosso entendimento a respeito do assunto, demonstrando que a máscara fortalece o personagem na proporção  de que alguma forma, anula o ator/atriz, que naquele momento deve tão somente externar as emoções da personagem. 

Máscaras também são usadas pelos que cometem crimes, justamente para protegerem a identidade dos autores, além de fortalecê-los em sua conduta, causando uma sensação de segurança que fundamenta a ação e a violência empregada, por sugerir uma impunidade, que na maioria das vezes se efetua. 

Máscaras também são utilizadas em jogos afetivos-sexuais, justamente por promoverem naqueles que os praticam a sensação de serem outro, protegendo-os de julgamentos externos e até internos. Um homem e uma mulher se liberam mais quando fantasiam situações, acobertados pela sensação de que não são assim, estão apenas representando.

Máscaras e caras-pintadas também são muito utilizadas em manifestações culturais, esportivas e políticas, visando uma unificação visual para a consciência coletiva estabelecida. É uma maneira de se anular a individualidade demonstrando uma coletividade que deve ser o foco principal da ação. 



Em nossa vida cotidiana nos valemos das máscaras conscientes e inconscientes o tempo todo. Confrontados pela paradoxalidade entre PARECER e SER, vamos nos utilizando dela a fim de: 
- protegermos nosso ego e nossas individualidades (super-heróis); 
- encorajarmo-nos a tomar atitudes externas diferentes dos sentimentos interiores (carnaval e festas a fantasia); 
- anularmos nossa individualidade em favor de ações externas mais relevantes para nós e os outros (palhaços); 
- esconder nossas verdades e nos dar uma falsa impressão de estarmos agindo corretamente (bandidos); 
- legitimar nossas ações em ambientes coletivos, por nos sentirmos integrados aos pensamentos diferentes dos nossos (manifestações culturais, esportivas e políticas). 

Chegará um momento em que deveremos nos confrontar intimamente com o que temos demonstrado ser e o que realmente somos e nesse instante, onde as máscaras devem ser retiradas isso nos machucará a pele, no sentido que nos trará sofrimento e dores. 

Podemos evitar essas dores e sofrimentos? Talvez não, porque elas fazem parte da didática divina que nos inspira à terapia do erro-acerto. Mas podemos com entendimento torná-las menos intensas, na medida que passamos a identificar suas causas e efeitos. 

O problema aqui não é de se usar máscaras ou não, mas de saber até quando usá-las. Até quando viveremos nos esforçando para que nos entendam, nos respeitem, nos amem, não pelo que somos, mas pelo o que parecemos ser. 

E o inverso deve ser experimentado e também vivenciado por nós. Amamos aos outros, aos nossos filhos, aos nossos companheiros e companheiras, amigos e amigas pelo que são ou pelo que nos demonstram ser? Quantos de nós após conhecer verdadeiramente alguém se decepciona e afirma: fulano não é o que eu pensava ser...

Muitas vezes ao nos revelarmos verdadeiramente aos outros podemos afastar muitos que nos eram próximos, mas nos dará a certeza de que aqueles que permaneceram ao nosso lado eram os que verdadeiramente nos amavam, pois se identificam com a nossa essência e não com nossa embalagem. 

Viver valendo-se o mínimo possível de máscaras é uma busca que o Espírito deve empreender pois como nos ensinou o Mestre Nazareno: conhecereis a verdade e ela vos libertará!

Libertemo-nos!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PERISPÍRITO


Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?

Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.

Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.

O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.

Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.

Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.

Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.

O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.

Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.

O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.

Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.

Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição de;o espiritual.

Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.

Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.

Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.

A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.

A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.

O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.

Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos no demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.


(Emmanuel - espírito - através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Roteiro)

Recebido por e-mail do amigo Frederico Monteiro de Saddi

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

OS ABISSAIS DILEMAS DO ESPÍRITO

"É muito tênue a linha divisória entre a sanidade e o desequilíbrio mental". Fatores há que podem fazer o indivíduo que transita nas fronteiras dessa linha, simplesmente ultrapassá-la, geralmente impulsionado por dispositivos que anulam as inibições naturais, ao tempo que estimulam o processo fronteiriço com a "loucura", patrocinando delírios e alucinações, distanciando-o da realidade objetiva. As drogas exercem, nesse caso, um importante papel. O centro do problema é, todavia, a personalidade "psicopatológica", que abrange limites tão extensos quanto complexos, podendo residir de forma latente no olhar sublimado de um franciscano. Em meio a todos esses fatores, a injunção espiritual surge como componente primário ou secundário, sempre determinante da trajetória a que estamos sujeitos pelas leis indeléveis da afinidade, compondo, com os demais fatores, a complexa rede que explica, sem justificar, atitudes aparentemente ininteligíveis a que todos estamos  sujeitos, como expectadores ou partícipes, diretos ou indiretos, dos abissais dilemas do Espírito.

A suspeição de insanidade, todavia, tem sido feita, principalmente, a partir da transgressão - nem sempre absoluta - das fronteiras do que seria factível a quem tem o domínio da razão, particularmente se o protagonista da ação criminosa tem uma reação indiferente em relação ao absurdo de que foi vetor. Por essa ótica, o indivíduo é tido como "louco" porque agiu como se fosse, sem que tal diagnóstico tenha sido sequer questionado antes da ação criminosa. Mesmo considerando-se o fato de que o "insano" precisa, na maioria das vezes, de uma razão muito bem articulada para engendrar o mal e planejar o sofrimento, tenta-se assim caracterizá-lo, como que numa tentativa inconsciente de buscar na insanidade a ausência de justificativas para o que as mentes "lúcidas" não conseguem entender como "racional". 

Na verdade, são inúmeras as facetas dessa problemática. Quais os limites da razão? O que dizer da perda temporária do seu domínio? Quando caracterizá-la como primária ou secundária, transitória ou "permanente"? Qual exatamente o papel das drogas, do rancor, do ódio, da amargura, da solidão, do egoísmo, da ignorância, da fome, do desespero, no desencadeamento de atitudes imputadas tão somente a quem possa ser considerado como "louco"? Muitos especialistas das ciências psíquicas querem desconhecer que tais mazelas são comuns na sociedade em que vivemos, que são exíguos os limites entre a razão e a insanidade, que o ser humano vive fronteiriço com a "loucura oficial" e que tais fatores podem levá-lo facilmente a transpassar essas fronteiras.


Também há que considerar não apenas a perda, mas também a ausência da razão como a entendemos. A extensa faixa vibratória composta pelos encarnados abrange desde o chamado "homem-psi", aquele que está em sintonia com as forças vivas do universo, até aquele que vive mentalmente no período neolítico, de cuja expressão não se pode esperar uma consciência cósmica. Daí a grande importância da educação espiritual, particularmente nos primeiros sete anos de vida, quando o Espírito, cuja personalidade está quiescente pelo esquecimento imposto pela reencarnação, o cérebro imaturo não lhe dá meios estruturais de consubstanciar a sua personalidade, estará afeito ao que lhe seja oferecido, jamais relegado ao desprezo: AMOR, sobretudo a DEUS. Depois desse período, com a abertura gradual das comportas da personalidade, a educação familiar lhe irá aparar as arestas, sempre sobre os mesmos alicerces dos primeiros sete anos, estabelecendo limites - se é dado a uma criança tudo que ela quer, ela cresce achando que o mundo deve alguma coisa a ela, podendo fazer tais cobranças no futuro, podendo reagir com violência a uma negativa às suas exigências; exemplificando atitudes - faça o que eu digo, mas faça o que eu faço; estimulando as qualidades e corrigindo os defeitos - o bom jardineiro rega as flores e extrai as ervas daninhas; estimulando as boas e coibindo as más influências - "diga-me com quem andas que direi quem és"; jamais agredindo, a uma criança dá-se "castigo", ao adolescente um limite temporário ao seu futebol, por exemplo, ao seu cinema, nunca a violência - violência gera e exemplifica violência. Se essa sistemática for feita desde os primeiros dias da vida física, teremos grandes chances de sucesso, de colaborarmos na formação de uma "personalidade cósmica", sendo essa uma missão de todos os pais, particularmente dos pais espíritas. 

Como se pode deduzir facilmente, tudo nos leva ao Espírito, TUDO. Como consciência individual ele é o cerne da questão imbricado numa complexa rede onde múltiplos fatores atuam, ele é a consciência que responde, que determina, inclusive, pelas vibrações que emana, as companhias espirituais que lhe irão estimular a tal ou qual caminho - e que também, não esqueçamos, lhe sofrerão as influências. Os atenuantes ou agravantes circunstanciais sempre existirão e sempre serão computados pela Sabedoria Divina na economia da Lei Universal. "Lúcidos" ou "insanos", seremos sempre consciências a caminho da plenitude que um dia virá e que, para cujo objetivo, como parte integrante e atuante da sociedade, temos uma participação efetiva, muito maior que imaginamos - às vezes uma simples atitude salva ou destrói uma vida. 

Sem dúvida, subestimamos a "loucura" que jaz, às vezes, não tão inerte. Ficamos estupefatos diante de um jovem que atira a esmo em direção a seres humanos; diante do parricídio, diante da onda de crimes que assola a nossa sociedade, mas sustamos a inquietação diante dos que morrem sem alarde, todos os dias, aos olhos das "autoridades" constituídas, como moscas, na fome, no abandono, na violência de variada forma, certos de que, no trono da nossa suposta sanidade, jamais seremos atingidos pela dor. Resta-nos, aos que creem em um Ser Superior, pedir-lhe que não nos deixe "enlouquecer", que nos proteja, particularmente, da sanidade oficial, que nos ilumine para que, imbuídos de AMOR, sejamos um espelho a refletir a generosidade das leis universais.


O Espiritismo, sob todos os aspectos, é uma fonte inesgotável de sabedoria, dá-nos subsídios para defrontarmos a problemática do mundo com absoluta sobriedade. A consciência da imortalidade da alma imprime no homem, de uma forma quase tangível, o valor relativo da matéria, distanciando-nos das drogas e, com isso, da "loucura temporária" e da subjugação espiritual dela procedente, imbuindo-nos de coragem para não temermos as "coisas do mundo", aquietando-nos no universo em que estamos imersos, fazendo-nos dele parte integrante, gradativamente percebendo-o e percebendo-nos; formando-nos pela ética comportamental do AMOR, consoante o Evangelho de Jesus, que, de tão verdadeiro e profundo, a pouco e pouco, conquista a ciência oficial, precedendo-a de há muito no contexto da verdade existencial da consciência.

(Dr. J. Djalma G. Duarte Filho, na revista Presença Espírita, nº 235, páginas 32, 33 e 34)