Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

MATRIMÔNIO E AMOR

O sentimento mais elevado do ser humano é o amor, que lhe caracteriza a procedência espiritual. Gerado pelo amor, expressa-se através desse atributo superior, que vem conquistando a pouco e pouco no seu processo antropo-social, moral e espiritual. 

Em cada experiência evolutiva mais se lhe desenvolvem os valores éticos e conquista mais alto patamar da escala da evolução. 

Expande-se o amor em formulações de múltiplas facetas, conforme os vínculos que sejam estabelecidos pelos impositivos mesmos do processo de crescimento interior.

Quando na consanguinidade, ei-lo como manifestação filial, paternal, maternal, fraternal, para ampliar-se em expressões de união conjugal, de parceiros, de amigos, de companheiros de lutas, ampliando o significado, e assim ruma para a união com todas as demais criaturas humanas e, por fim, com a própria Natureza nas suas várias manifestações. 

Vivendo no passado relacionamentos promíscuos, atraídos pelas necessidades do sexo sem qualquer respeito pela emoção, uns dos outros, a vinculação rápida era resultado de impulsos e desejos, através dos quais se organizavam as famílias que se multiplicavam sem qualquer sentido ético. 

À medida porém, que o ser adquiriu consciência da sua realidade e avançou na conquista, mesmo que inconscientemente, dos direitos que todos devem desfrutar, o matrimônio foi estabelecido como forma de frear os abusos e dilacerações afetivas que eram perpetrados sem a menor consideração pela realidade emocional.

Por isso, afirmou Jesus que no princípio não era assim, recordando que as uniões se davam através dos sentimentos profundos, e quando degeneraram, Moisés, pela dureza dos corações, tomou as atitudes compatíveis com a gravidade do deslize moral.

Por outro lado, a ausência de dignidade nos relacionamentos conspirava contra o equilíbrio e a ordem social, misturando os interesses mesquinhos com os elevados princípios do sentimento que se expressava em relação a determinados parceiros. 

O matrimônio passou a direcionar melhor as uniões físicas, desde que, concomitantemente, existissem os compromissos afetivos. 

Pode-se considerar esse momento de conquista como um dos elevados patamares da evolução psicológica e moral da sociedade. 

Certamente não impediu que as expressões mais primitivas permanecessem orientando os indivíduos, especialmente os homens, que se sentiam atavicamente com mais permissões do que as mulheres, facultando-se o adultério e o desrespeito aos compromissos espontaneamente assumidos para a construção da família. 

A mulher, enganada ou submetida aos seus caprichos pela força vigente e aceita pela sociedade, silenciava as suas aspirações, quando no lar, ou servia de pasto para as paixões, quando empurrada para os resvaladouros da prostituição. 

Embora o amor pudesse orientar a disciplina e conduzir à conquista dos objetivos elevados da procriação e da harmonia emocional no relacionamento saudável, a grande chaga da corrupção prosseguiu supurando e contaminando uma após outra geração, as quais se atribuíam créditos em relação ao prazer e ao vício. 

A proliferação das enfermidades sexualmente transmissíveis não conseguiu diminuir a febre dos arroubos e insatisfações, castrando nobres aspirações, ceifando alegrias e destruindo vidas ao longo dos milênios de cultura e civilização. 

Um grande silêncio, feito de ignorância e presunção, permaneceu no contexto das famílias, facultando que a desordem prosseguisse campeando sob o aplauso surdo do machismo generalizado e o sacrifício feminino que se impunha a submissão e a escravidão doméstica.

Por sua vez, as religiões dominadoras, igualmente comandadas pelos homens, negavam quaisquer possibilidades de reversão da ordem hipócrita, mesmo quando, intimamente era reconhecida a necessidade urgente de alteração de conduta para o bem geral e a felicidade dos grupos sociais que se uniam com objetivos mais elevados. 


Na cegueira que vigia, arbitrariamente se interpretou o ensinamento de Jesus como sendo uma imposição para que o matrimônio se transformasse em uma cerimônia religiosa consolidada, de natureza perpétua, até que a morte separasse os nubentes, não obstante vivessem distanciados pelo ódio, pelo ressentimento recíproco, pelo não cumprimento dos deveres do tálamo conjugal. 

Foi uma atitude que, para minorar um mal perturbador, produziu um efeito tão danoso quanto aquele resultado que se desejava eliminar, abrindo feridas ainda mais profundas e devastadoras no cerne das vidas que eram ceifadas. 

Todas as Leis elaboradas pelo homem são transitórias, porque devem atender a necessidades ocasionais que, ultrapassadas, perdem o seu significado. 

No princípio, quando as determinações legais possuíam um caráter temerário, punitivo, seria compreensível que fossem programados estatutos definitivos com objetivo de evitar a permanência do mal. No entanto, à medida que a cultura e a ética liberaram a consciência dos grilhões da ignorância e dos impositivos errôneos dos processos medievais, tornou-se necessária a alteração das determinações elaboradas pelos legisladores, a fim de que se tornassem mais compatíveis com o ser humano em fase de desenvolvimento moral e espiritual, resultado natural das suas conquistas intelectuais. 

Somente eternas são as Leis universais, aquelas que procedem de Deus, imutáveis, porque qualquer alteração na sua estrutura levaria ao caos a própria Criação. 

As humanas estão sujeitas às condições de época, de povo, de lugar e de necessidade evolutiva. Por isso, variam mesmo entre culturas equivalentes não necessariamente interdependentes. 

As leis civis, portanto, têm como meta cuidar do equilíbrio moral e social, mantendo os interesses da família e da sociedade, do indivíduo e do grupo no qual se encontra. 

Assim sendo, o matrimônio é uma instituição humana que, infelizmente, em alguns períodos da História serviu para atender aos interesses e paixões de Nações ambiciosas que uniam os seus membros, a fim de se apossarem de terras e de vassalos que lhes passavam à tutelagem, quando dois dos seus nobres se uniam através da cerimônia religiosa estabelecida como legítima. Tão imorais atitudes essas, que sem ao menos se conhecerem os parceiros, acreditavam que o sacrifício os levava a se desincumbir dos interesses do Estado, sem qualquer consideração pelos seus sentimentos pessoais. 

... E o desrespeito disso decorrente campeava sem qualquer disfarce, sob o apoio da bajulação e a sordidez da conduta moral dominante. 

Felizmente o divórcio veio terminar com a incômoda situação das uniões infelizes, facultando a transformação do tipo de relacionamento conjugal em outras expressões de amizade e de consideração de um pelo outro parceiro, que as circunstâncias conduziram à mudança de compromisso, especialmente quando existem filhos, que não podem ser relegados à orfandade de pais vivos por desinteligência dos mesmos. 

Somente a lei de amor é portadora dos valores que preservam o matrimônio, porque se radica no sentimento elevado de respeito e de dever que se devem manter os cônjuges, direcionando as suas aspirações para o equilíbrio e a felicidade. 

A fim de que os indivíduos consigam o êxito no consórcio matrimonial, que decorre da afinidade e compreensão de ambos os cônjuges através do amor, torna-se indispensável que os conteúdos psicológicos de cada qual se encontrem em harmonia, sincronizando-se o animus na mulher com a sua feminilidade e a anima no homem com a sua masculinidade, sem que haja predominância arbitrária de qualquer um deles, o que sempre conduz ao desequilíbrio emocional, se assim não ocorre, dando lugar a comportamentos agressivos de sensualidade ou de desvio de conduta. 

Nessa identificação de conteúdos psicológicos os dois seres fundem-se emocionalmente, trabalhando-se pela plenificação sexual e emocional, daí resultando a saúde moral que deve viger em todas as uniões. 

O matrimônio, portanto, à luz da psicologia profunda, continua sendo um rumo de segurança para os indivíduos que, às vezes, imaturos, não se dão conta da gravidade do cometimento, mas que despertam sob os estímulos do amor construindo segurança e harmonia íntima. 

Jesus muito bem percebeu a significação do matrimônio, respondendo que nesse ato são deixados outros vínculos, a fim de que aqueles que se amam se unam e construam a família, assim contribuindo para uma ordem social mais consentânea com as necessidades da evolução e do desenvolvimento profundo de todos os seres. 

Não se trata, portanto, de um compromisso formal, mas de uma união enraizada em sentimentos de alta potência emocional, da qual se derivam as necessidades de harmonia e de entendimento, que fundem os seres uns nos outros, sem lhes inibir a identidade nem as expressões individuais de vir-a-ser. 

Quando Deus junta dois seres, isso ocorre em razão da Lei de causa e efeito, que já ensejou conhecimento das criaturas em existências passadas, nas quais surgiram as manifestações iniciais de afetividade, ou foram realizadas tentativas de união, que ora se apresenta mais forte e compensadora do que naquele ensejo. 


O que deve ser abominado é o adultério, são os relacionamentos múltiplos, em cruel desrespeito à confiança e à dignidade do outro, que se sente esbulhado e espezinhado, conduzido ao ridículo e substituído nos seus nobres sentimentos de valor moral e amor, que não estão sendo considerados.

Enquanto viceje o amor, portanto, as uniões permanecerão. Isto não equivale a dizer que, ante quaisquer diminuições da afetividade, logo se pense em separação, tendo-se em vista que o emocional experimenta alterações constantes, produzindo estados de desinteresses, de conflitos, de inquietações, que deverão primeiro, ser superados, antes que ampliados por decisões, certamente infelizes. 

O matrimônio é um compromisso sério, que deverá sempre ser resultado de seguro amadurecimento, precedido de reflexão profunda e dever emocional para com o Si e para com o próximo, a fim de que sejam os dois seres uma só carne. 

(Joanna de Ângelis [espírito] através de Divaldo Pereira Franco, no livro Jesus e o Evangelho - À luz da psicologia profunda, páginas 183 a 188) 







terça-feira, 8 de julho de 2014

PRECONCEITO

"(...) tendo-o visto, lhe disse: Zaqueu, apressai-vos em descer;
porque é preciso que eu me aloje hoje em vossa casa. Zaqueu
desceu logo e o recebeu com alegria. Vendo isso, todos murmuraram
dizendo: Ele foi alojar-se na casa de um homem de má vida..."

Diz-se que um indivíduo atingiu um bom nível ético quando pensa por si mesmo em termos gerais e críticos; quando dirige sua conduta conforme julgar correto, demonstrando assim independência interior; quando é autônomo para definir o bem e o mal, sem seguir fórmulas sociais; e, por fim, quando não é escravo das suas crenças inconscientes, porque faz constante exercício de autoconhecimento. 

Por nosso quadro de valores ter sido adquirido de forma mão vivencial é que nosso mundo íntimo está repleto de preconceitos e nosso nível ético encontra-se distante da realidade. 

Ter preconceitos é, pois, assimilar as coisas com julgamento preestabelecido, fundamentado na opinião dos outros. Os preconceitos são as raízes de nossa infelicidade e sofrimento neurótico, pois deterioram nossa visão da vida como uma lasca que inflama a área do nosso corpo em que se aloja.

Aceitamos esses valores dos adultos com quem convivemos, de uma maneira e forma tão sutis que nem percebemos. Basta a criança observar um comentário sobre a sexualidade de alguém, ou a religião professada pelos vizinhos, para assimilar ideias e normas vivenciadas pelo adulto que promove a crítica. De maneira distorcida, baseia-se no julgamento de outrem, quando é válido somente o autojulgamento, apoiado sempre na análise dos fatos como realmente eles são. 

Qual seria então tua visão atual a respeito do sexo, religião, raça, velhice, nação, política e outras tantas? Seriam formadas unicamente sem a influência dos outros? Será que tua forma de ver a tudo e a todos não estaria repleta de obstáculos formados pelos teus conceitos preestabelecidos?

Por não estares atendo ao processo da vida em ti, é que precisas do juízo dos outros, tornando-te assim dependente e incapacitado diante de tuas condutas.

Jesus de Nazaré demonstrou ser plenamente imune a qualquer influência alheia quanto a seus sentimentos e sentidos de vida, revelando isso em várias ocorrências de seu messiado terreno. 

Ao visitar a casa de Zaqueu, não deu a mínima importância aos murmúrios maldizentes das criaturas de estrutura psicológica infantil, pois sabia caminhar discernindo por si mesmo.  

Toda alma superior tem um sistema de valores não baseado em regras rígidas; avalia os indivíduos, atos e atitudes com seu senso interior, sentimentos, emoções e percepções intuitivas, tendo assim apreciações e comportamentos peculiares. Para ela, cada situação é sempre nova e cada pessoa é sempre um mundo à parte.

Em verdade, Cristo veio para os doentes que têm a coragem de reconhecer-se como tais, não porém para os são, ou para aqueles que se mascaram. Zaqueu, vencendo os próprios conceitos inadequados de chefe dos publicanos, derrubou as barreiras do personalismo elitista e rendeu-se à mensagem da Boa Nova. 

Despojou-se do velho mundo que detinha na estrutura de sua personalidade e renovou-se com conceitos de vida imortal, aceitando-se como necessitado dos bens espirituais. Disse Jesus: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado" (Marcos 2:27). Ao dizer isso, o Mestre se referia ao antigo mandamento de Moisés, que impedia toda e qualquer atividade aos sábados, e que Ele, por sabedoria e por ser desprovido de qualquer preconceito, entendia a serventia dessa lei para determinada época, porém queria agora mostrar aos homens que "as experiências passadas são válidas, mas precisam ser adequadas às nossas necessidades da realidade presente".

Nossos preconceitos são entraves ao nosso progresso espiritual.

(Hammed [espírito] através de Francisco do Espírito Santo Neto, no livro Renovando Atitudes, páginas 87 a 89)

terça-feira, 1 de julho de 2014

NÃO É DE TODOS

E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus,
porque a fé não é de todos. - Paulo (II Tessalonicenses, 3:2)

Dirigindo-se aos irmãos de Tessalônica, o apóstolo dos gentios rogou-lhes concurso em favor dos trabalhos evangélicos, para que o serviço do Senhor estivesse isento dos homens maus e dissolutos, justificando o apelo com a declaração de que a fé não é de todos. 

Pelas palavras de Paulo, percebe-se-lhe a certeza de que as criaturas perversas se aproximariam dos núcleos de trabalho cristianizante, que a malícia delas poderia causar-lhes prejuízos e que era necessário mobilizar os recursos do espírito contra semelhante influência. 

O grande convertido, em poucas palavras, gravou advertência de valor infinito, porque, em verdade, a cor religiosa caracterizará a vestimenta exterior de comunidades inteiras, mas a fé será patrimônio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifícios por instalá-la no santuário do próprio mundo íntimo. A rotulagem de cristianismo será exibida por qualquer pessoa; todavia, a fé cristã revelar-se-á pura, incondicional e sublime em raros corações. Muita gente deseja assenhorear-se dela, como se fora mera letra de câmbio, enquanto inúmeros aprendizes do Evangelho a invocam, precipitados, qual se fora borboleta erradia. Esquecem-se, porém, de que se as necessidades materiais do corpo reclamam esforço pessoal diário, as necessidades essenciais do espírito nunca serão solucionadas pela expectação inoperante. 

Admitir a verdade, procurá-la e acreditar nela são atitudes para todos; contudo, reter a fé viva constitui a realização divina dos que trabalharam, porfiaram e sofreram por adquiri-la.

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 59 e 60)

NÃO É DEUS QUE NOS SALVA E MENOS AINDA O SANGUE DE JESUS

Podemos dizer que Deus nos salva no sentido de que Ele é a causa primeira de todas as coisas ou o fundamento de tudo e até das trevas. “Eu formo a luz, e crio as trevas; faço a paz, e crio o mal, eu o Senhor faço todas estas coisas” (Isaias 45: 7).

E não poderia haver outras causas das coisas, se não houvesse a primeira causa. Ela é como a lei da inércia da física, segundo a qual os corpos permanecem em repouso, se não houver uma ação inicial que os movimente.

As religiões recebem influências umas das outras. E o judaísmo e o cristianismo, inclusive a Bíblia, receberam-nas das religiões chamadas pagãs e mitológicas, principalmente das do Oriente Médio.

Os espíritos humanos são deuses na mitologia e na Bíblia. (Salmo 82: 6; 1 Samuel 28: 13; e João 10: 34). Assim, todos nós e também Jesus, o Dirigente da Terra, somos deuses, sim, mas relativos. O Deus verdadeiro e único, que Jesus disse ser nosso Pai e Dele, é Deus absoluto e é aquele que os orientais dizem que Ele é tão grandioso, que não podemos dizer nada sobre Ele.

E os orientais são mesmo politeístas? Eles creem em muitos deuses relativos, para nós os espíritos de Jesus e dos demais seres humanos, mas num Deus único e absoluto: Brâman. Sua crença é semelhante à nossa: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo 2: 5); e “Todavia para nós há só um Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por ele.” (1 Coríntios 8: 6).

Como os sacrifícios feitos pelos seguidores das religiões do Oriente Médio eram agradáveis aos deuses relativos (espíritos humanos, mas atrasados), esses sacrifícios se tornaram uma prática comum daquelas religiões, pois seus adeptos pensavam que tais deuses fossem do bem ou evoluídos. E essa crença influenciou o judaísmo, o cristianismo e a própria Bíblia.

E lembremo-nos de que o Deus único e verdadeiro, o Pai de Jesus e de todos nós, é também o Pai dos espíritos (Hebreus 12: 9). Ele não aprecia sacrifícios, menos ainda de sangue! Aliás, para o que seria útil a Deus o sangue derramado, antes de animais e depois de Jesus? O que Deus iria fazer com esse sangue todo lá no mundo espiritual? E o de Jesus, então? Será que Deus, gostando tanto desse sangue, iria colocá-lo numa câmara frigorífica para conservá-lo?

Deuses ou espíritos atrasados vampiros gostam de sangue. E uma das piores ideias que poderíamos fazer de Deus é a de que Ele seja também um espírito vampiro!

A passagem pela porta estreita simboliza a nossa salvação ou libertação. E se é pelo esforço nosso que passaremos por ela, não é Deus, pois, e menos ainda o sangue de Jesus que nos salvam, mas a vivência do evangelho. Ademais, Temos livre-arbítrio para passarmos por ela quando quisermos. E Deus respeita religiosamente o nosso livre-arbítrio, pois Deus é perfeito!

Ensinou Jesus que Deus quer verdadeiros adoradores, ou seja, aqueles que o adoram em Espírito e verdade. (João 4: 24).


Oseias profetizou: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício...”. (Oseias 6: 6). E, realmente, o Mestre dos mestres o confirmou (Mateus 9: 13): “Misericórdia quero, e não holocaustos...”. 

(José Reis Chaves, colunista do jornal O Tempo e do portal www.otempo.com.br) 

quinta-feira, 26 de junho de 2014

HAVERÁ FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, contempla no capítulo XXI, reflexões a respeito, principalmente, da passagem bíblica grafada no evangelho segundo Lucas, capítulo 6, 43-45:

"A árvore que produz maus frutos não é boa, e a árvore que produz bons frutos não é má, porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros, e não se cortam cachos de uva de sobre as sarças. O homem de bem tira as boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o mau tira as más do mau tesouro do seu coração, porque a boca fala do que está cheio o coração."  

Kardec pontua também outras duas passagens bíblicas do evangelho segundo Mateus e Marcos, pois tratam do mesmo tema (lembramos que os evangelhos de Lucas, Mateus e Marcos são conhecidos por sinóticos, por possuírem pontos de vista semelhantes): Mateus capítulo 7, 15-20 - Mateus capítulo 24, 4-5; 11-13; 23-24 - Marcos capítulo 13, 5-6;21-22.

Com o subtítulo de "Missão dos Profetas" Kardec comenta logo a seguir dentre outras coisas que "atribui-se vulgarmente aos profetas o dom de revelar o futuro, de sorte que as palavras profecias e predições se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, a palavra profeta tem uma significação mais ampla; diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual."

Para Kardec o profeta é antes de tudo um ser iluminado, que devido às características adquiridas durante sua existência, e com uma missão bem definida, é capaz de provocar reflexões profundas nos que lhe escutam ou com ele convivem, apresentando uma nova perspectiva para análise dos acontecimentos da vida, preferencialmente, no campo espiritual, com consequências evidentes no campo material, já que não há como sabemos, dissociação de ambas, pois somos carne e espíritos enquanto encarnados.

Percebemos isso claramente quando verificamos que na história das religiões sempre há um líder, um primeiro que se diz o portador das notícias divinas alterando o meio em que está inserido, através da proposição de novas ideias, novos entendimentos, novos conhecimentos. Para não nos alongarmos podemos citar só entre os mais conhecidos: Buda, Moisés, Maomé, Lutero, Jesus, dentre outros.


O profeta não é um indivíduo com poderes sobrenaturais na visão de Kardec. Trata-se na verdade, de um Espírito que sabe de suas aptidões e as coloca a serviço de uma causa. 

De uma maneira geral todas as doutrinas, principalmente as religiosas, veem em seus adversários os falsos profetas, pois partem do princípio de que estão com a verdade e com os outros os enganos. No Cristianismo isso é evidente e muito forte, basta olharmos a história da propagação do mesmo, e os eventos da inquisição. É verdade que o alerta partiu do próprio Jesus, mas será que o entendemos como ele gostaria que o entendêssemos? Acredito que temos um entendimento sectário e radical que nos impede de ampliarmos o aprendizado que a assertiva do Mestre nos apresenta. 

Para corroborar com nosso entendimento nos valemos das palavras do Apóstolo Paulo que nos instrui através de uma de suas cartas que "(...) examinemos tudo, retendo o que é bom." Se Paulo confirma a missão de Jesus, enquanto Cristo, ele confirma os ensinamentos também, por isso precisamos olhar com olhos de ver e ouvir com ouvidos de ouvir o que nos ensina o Mestre Jesus, tendo por suporte a codificação espírita que amplia os horizontes de compreensão nos mostrando uma perspectiva focada na Caridade, na Solidariedade, no Amor Fraternal. 

Por isso nossa análise não se foca no fora para dentro, mas no dentro para fora. Nós somos falsos profetas quando deixamos nossa verdade, aquela construída, para vivermos as mentiras do meio onde estamos inseridos. A doutrina nos ensina que a caridade como Jesus a apregoa é "benevolência para com todos, indulgência para com os erros e perdão das ofensas", também nos mostra que para que possamos entender melhor as leis morais do Criador e nossa relação com elas que procuremos "conhecer a ti mesmo". Outros instrutores importantes subsidiando a codificação nos mostram que somos aquilo que pensamos e que atraímos para nós aquilo com o qual sintonizamos. Isso posto fica a pergunta? ainda que o falso profeta se apresente para nós, se pensarmos, se sentirmos, e, principalmente, se vivermos diferente do que ele anuncia, que mal poderá ele nos fazer? 

Destaquemos uma parte do texto de Lucas: "(...) a boca fala do que está cheio o coração." Devemos entender o coração aqui como sendo nossos valores, nossos sentimentos, nossas sensações, nossos instintos. Só seremos capazes de espargirmos boas vibrações através de nossas palavras se nosso coração estiver repleto deles, e somente encontraremos sintonia com o que falamos se o outro também estiver com o coração dentro das mesmas condições. Não há como avaliar se o outro nos será concorde, mas podemos nos certificar que estamos semeando o que de fato sentimos e que esses sentimentos valem a pena serem compartilhados. Sendo assim, por outro lado, se o outro semeia desconfiança, desordem, medo, somente o acataremos se no nosso coração tivermos como habitantes os mesmos valores. 

Para que o falso profeta encontre o sucesso de suas falsas palavras será necessário sempre um ouvido que as acolha, caso contrário serão palavras jogadas ao vento. Então, antes de nos preocuparmos com o que os outros falam, nos preocupemos com aquilo que queremos e precisamos, verdadeiramente, ouvir. E isso vale para todos os campos do conhecimento. Se o que nos falam repercute  em nós e nos faz bem, nos faz sentir melhor e mais felizes, respondendo aos nossos anseios e refreando nossas tendências menores, não importa se isso vem da ciência, da filosofia, dos pastores, dos padres, dos monges, dos líderes comunitários e mesmo dos líderes políticos. 

A medida do julgamento que fazemos do que o outro faz e fala está em nós!!!


quarta-feira, 25 de junho de 2014

ESTIVE PENSANDO: QUEM É JESUS PARA VOCÊ?

 "No princípio havia o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio, junto de Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada que se encontra feito se faria.” (João 1, 1-3 )


Devido a um início singular o Evangelho de João é representado por uma águia, devido ao elevado estilo de seu texto e também por ser a ave que voa mais alto e faz os seus ninhos nos montes mais elevados. É a dimensão da liberdade do Filho de Deus diante das forças do mundo. Essa iconografia cristã atribui um símbolo a cada um dos quatro evangelistas, conforme interpretação feita por Irineu em 203, das passagens contidas nos textos de Ezequiel 1, 1-4 e 10, 14 e Apocalipse 4, 6-7, que falam de quatro seres vivos com aparência de touro, leão, ser humano e águia. 
Para nós outros isso é história, faz um certo sentido mas serve apenas para ilustrar a importância do estudo que nos levará a um real entendimento do que encerra os ensinamentos contidos na obra de João.
Quem é Jesus para você?
Enquanto refletimos internamente sobre isso, buscando auscultar nosso coração, vejamos algumas contribuições que trazemos para auxiliar-nos em nosso processo de aprendizagem.

No vídeo acima, um filósofo contemporâneo, sabidamente agnóstico e ateu em uma entrevista à televisão nos apresenta uma reflexão interessante: se Jesus estivesse hoje entre nós (de maneira física e efetiva, evidentemente) ele nos causaria, a todos, incômodos, pois isso ele fez muito bem quando por aqui esteve. 

Já neste vídeo, o Deputado Federal Jean Wyllis, ativista da causa LGBT, em um programa de televisão, questionado sobre a repressão causada sobre os homossexuais por alguns líderes religiosos, afirma que se Jesus estivesse hoje entre nós, como já esteve, ficaria ao lado das minorias, no caso dos Gays, entendido por ele como minoria. 


Neste vídeo acima podemos observar que Jesus é apresentado como sendo um referência em qualquer área da atividade humana, e perguntamos: Se ao contrário de Jesus, substituíssemos o termo por Deus, as afirmativas seriam diferentes? Em caso negativo, podemos deduzir então que Jesus é Deus. 
Esse entendimento é comum no Cristianismo e professado pela Igreja Católica e Igrejas Reformadas (tradicionais e neo-pentecostais), alicerçadas que são no dogma da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).


No vídeo acima, Haroldo Dutra Dias, pesquisador e palestrante espírita nos apresenta a visão de Jesus à luz dos ensinamentos da Doutrina Espírita, evidenciando a sua sublimidade, e realçando a importância do estudo do evangelho para melhor compreensão dos ensinamentos por ele trazidos.
Após análise das diferentes abordagens acerca de Jesus e sua importância em nossas vidas, nossa vivência pessoal nos indica elencar algumas características com as quais o entendemos:
- ele é para nós um norte, um modelo, um referencial;
- ele é luz, um farol, uma proposta de vida;
- ele é um incômodo, um irmão zeloso, uma ideia;
- ele é um Mestre, uma esperança. 
Para podermos ampliar nosso entendimento, evitando que nossas particularidades pautem o assunto de maneira definitiva, com a pretensão de ser a correta, e buscando subsídios que validem ou não nossa experiência apresentamos abaixo um lista de livros, que a priori tratam do assunto, à luz da doutrina espírita, mas com pontos de vistas às vezes divergentes, já que o entendimento pessoal é o determinante. E nesse entendimento estão contidas as experiências de cada um, sua evolução, seu momento, sua condição de encarnado ou de desencarnado, dentre outras variáveis.  
1) Entrevistando Allan Kardec de Suely Caldas Schubert;
2) Jesus Perante a Cristandade de Frederico Pereira da Silva Júnior, pelo espírito Francisco Leite de Bittencourt Sampaio;
3) Roma e o Evangelho de D. José Amigó Y Pellícer;
4) O Consolador de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel;
5) O Sublime Peregrino de Hercílio Maes, pelo espírito Ramatís;
6) Jesus e o Evangelho - À Luz da Psicologia Profunda de Divaldo Pereira Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis;
7) Leon Tolstói Por Ele Mesmo de Célia Xavier de Camargo;
8) Francisco de Assis de João Nunes Maia, pelo espírito Miramez;
9) Maria de Nazaré de João Nunes Maia, pelo espírito Miramez;
10) A Caminho do Deserto de Emídio Brasileiro.
Esperamos que com essas contribuições reforcemos em nós o que necessita ser reforçado, e modifiquemos o que necessita ser modificado, visando ampliarmos não só nosso conhecimento cognitivo, mas acima de tudo transformando esse conhecimento em sentimentos que nos edifiquem, a fim de que melhorados possamos servir e amar de uma maneira mais construtiva também.
Estaremos publicando nesse espaço o que apresentarmos nos estudos subsequentes que acontecem todos os sábados das 14:30 às 16:00, no Centro Espírita Casimiro Cunha, localizado à Rua Nova Ponte 464, esquina de Rua Camanducaia, Bairro Salgado Filho, Belo Horizonte. 

   

   

segunda-feira, 23 de junho de 2014

COPA DO MUNDO - ABORDAGEM JORNALÍSTICA À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA

A TV MUNDO MAIOR produziu esse programa, exibido em 14 de junho de 2014, sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil e sob a luz da Doutrina Espírita e comentários de jornalistas esportivos, econômicos, pesquisadores espíritas e etc reflete sobre esse momento que marcará nosso País e conseguintemente nossa vida. Vale a pena ver e aumentar com isso nossa capacidade crítica.

INCONSTANTES

Porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo
vento e lançada de uma para outra parte. - (Tiago, 1:6)


Inegavelmente existe uma dúvida científica e filosófica no mundo que, alojada em corações leais, constitui precioso estímulo à posse de grandes e elevadas convicções; entretanto, Tiago refere-se aqui à inconstância do homem que, procurando receber os benefícios divinos, na esfera das vantagens particularistas, costuma perseguir variadas situações no terreno da pesquisa intelectual sem qualquer propósito de confiar nos valores substanciais da vida. 

Quem se preocupa em transpor diversas portas, em movimento simultâneo, acaba sem atravessar porta alguma.

A leviandade prejudica as criaturas em todos os caminhos, mormente nas posições de trabalho, nas enfermidades do corpo e nas relações afetivas.

Para que alguém ajuíze com acerto, com respeito a determinada experiência, precisa enumerar quantos anos gastou dentro dela, vivendo-lhe as características.

Necessitamos, acima de tudo, confiar sinceramente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo, compreendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma causa que nos ajude e edifique.

Os inconstantes permanecem figurados na onda do mar, absorvida pelo vento e atirada de uma para outra parte. 

Quando servires ou quando aguardares as bênçãos do Alto, não te deixes conduzir pela inquietude doentia. O Pai dispõe de inumeráveis instrumentos para administrar o bem e é sempre o mesmo Senhor paternal, através de todos eles. A dádiva chegará, mas depende de ti, da maneira de procederes na luta construtiva, persistindo ou não na confiança, sem a qual o divino Poder encontra obstáculos naturais para exprimir-se em teu caminho. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Pão Nosso, páginas 57 e 58)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

ANTE OS QUE PARTIRAM

Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo.

Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima. 

Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, á frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no ádito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram. 

Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes, e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel. 

Também eles pensam e lutam, sentem e choram.

Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra, e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio. 

Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito. 

Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.

Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.

Tranquiliza, desse modo, os companheiros que demandam o além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.

Recorda que, em futuro mais próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras.

E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso divino mestre e herói do túmulo vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre o monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Religião dos Espíritos, editora FEB, páginas 221 a 224)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O CRISTIANISMO ESTÁ DIVIDIDO ENTRE OS DOGMAS E O EVANGELHO

Com o assunto que vamos tratar, não queremos desprestigiar, menos ainda ofender, nenhuma religião, pois sigo o espiritismo que respeita todas as crenças, não condenando nenhuma. Mas relembro aqui que, frequentemente, muitas pessoas, por serem orgulhosas e fanáticas com sua religião, elas se revoltam ao ouvirem ou ao lerem alguma crítica contra seu modo de crer. Não estranho, pois, isso! Aliás, às vezes, o que menos queremos saber são verdades ainda desconhecidas por nós!

Há dois cristianismos: um evangélico e outro que segue mais os dogmas. O evangélico, que se baseia no evangelho e nas suas variações no Novo Testamento, é aceito pela grande maioria dos cristãos, sem nenhum problema, embora, na prática, nem sempre vivenciado. Já o dogmático é constituído de doutrinas polêmicas, pois se apoia em interpretações forçadas da Bíblia, ora alegóricas, ora literais. E é por isso que essas doutrinas viraram dogmas. E, no passado, ai de quem negasse publicamente um deles! Os líderes religiosos, em tudo que falam, eles se referem a um dos principais dogmas. Seria isso fanatismo, insegurança ou lavagem cerebral nos fiéis?

Vamos ver uns exemplos dos dogmas cristãos, com os quais se criou o da Santíssima Trindade. O de que Jesus é Deus tal qual o Pai, e que surgiu com o Concílio Ecumênico de Niceia (325). O do Espírito Santo, que diz que ele é também Deus, teve início no citado concílio e se firmou mais no de Constantinopla (381) e outros posteriores. Mais alguns outros dogmas: o da Comunhão dos Santos, que prega o intercâmbio de colaboração recíproca entre os espíritos desencarnados e encarnados, isto é, entre os seres do mundo espiritual e os do nosso mundo físico. Ele se tornou polêmico para os cristãos apegados ainda ao Judaísmo, em que Moisés (não Deus) proibiu o contato com os espíritos. (Deuteronômio capítulo 18), tal como acontece, ainda hoje, com o espiritismo. O dogma da Transubstanciação ou Eucaristia, que afirma que, depois de consagrados o vinho e a hóstia se tornam o Corpo real de Jesus. Originou-se da interpretação literal dos textos evangélicos: “Isto é meu corpo” e “isto é meu sangue.” Os protestantes, os evangélicos e os espíritas os interpretam figuradamente. Cremos que a Transubstanciação oficializada no Concílio Ecumênico de Trento (1545 a 1563) ganhou muita força entre o clero católico, porque ela dá muito prestígio para os padres e bispos, pois, segundo muitos deles, é só deles esse poder de transformar a hóstia e o vinho no Corpo e sangue reais de Jesus! Já ouvi padres dizerem que eles são superiores a Nossa Senhora e aos anjos, que não possuem esse poder que eles têm! E termino essa relação de alguns dogmas com o da Infalibilidade dos papas em assuntos de moral e de religião, criado no Concílio Ecumênico Vaticano I (1870).

Uns líderes religiosos estão dizendo que o espiritismo não é cristão, porque ele não aceita alguns dogmas. Mas entre eles mesmos há os que recusam alguns. E Jesus disse que seus discípulos serão conhecidos por se amarem uns aos outros, não, pois, por crerem em certas doutrinas dogmáticas criadas por grupos de teólogos imaturos do passado!

Publicado originalmente por José Reis Chaves em www.otempo.com.br 

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