Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O VÍCIO EM "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"


Q. 793 - Por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa?

"Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização."

Comentário de Allan Kardec

A civilização, como todas as coisas, apresenta gradações diversas. Uma civilização incompleta é um estágio transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado primitivo. Nem por isso, entretanto, constitui menos um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, males que desaparecerão todos com o progresso moral. 
De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima acepção do termo; aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, assim para o último como para o primeiro; onde com menos parcialidade se exerça a justiça; onde o fraco encontre sempre amparo contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e opiniões sejam melhormente respeitadas; onde exista menor número de desgraçados; enfim, onde todo o homem de boa vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário.

Q. 265 - Havendo Espíritos que, por provação, escolhem o contato do vício, outros não haverá que o busquem por simpatia e pelo desejo de viverem num meio conforme aos seus gostos, ou para poderem entregar-se materialmente a seus pendores materiais?

"Há, sem dúvida, mas tão-somente entre aqueles cujo senso moral ainda está pouco desenvolvido. A prova vem por si mesma e eles a sofrem mais demoradamente. Cedo ou tarde, compreendem que a satisfação de suas paixões brutais lhes acarretou deploráveis consequências, que eles sofrerão durante um tempo que lhes parecerá eterno. E Deus os deixará nessa persuasão, até que se tornem conscientes da falta em que incorreram e peçam, por impulso próprio, lhes seja concedido resgatá-la, mediante úteis provações."

Q. 645 - Quando o homem se acha, de certo modo, mergulhado na atmosfera do vício, o mal não se lhe torna um arrastamento quase irresistível?

"Arrastamento, sim; irresistível, não; porquanto, mesmo dentro da atmosfera do vício, com grandes virtudes às vezes deparas. São Espíritos que tiveram a força de resistir e que, ao mesmo tempo, receberam a missão de exercer boa influência sobre os seus semelhantes."

Q. 895 - Postos de lado os defeitos e os vícios acerca dos quais ninguém se pode equivocar; qual o sinal mais característico da imperfeição?

"O interesse pessoal. Frequentemente, as qualidades morais são como, num objeto de cobre, a douradura que não resiste à pedra de toque. Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem. Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas e às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto. O verdadeiro desinteresse é coisa ainda tão rara na Terra que, quando se patenteia, todos o admiram como se fora um fenômeno. 
"O apego às coisas materiais constitui notório de inferioridade, porque, quanto mais se aferrar aos bens deste mundo, tanto menos compreende o homem o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, demonstra que encara de um ponto mais elevado o futuro."

Q. 952 - Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?

"É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus."

a) - Será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero?

"É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, por isso que as penas são proporcionadas sempre à consciência que o culpado tem das faltas que comete."

Q. 893 - Qual a mais meritória de todas as virtudes?

"Toda virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem. Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que assenta na mais desinteressada caridade."

Q. 906 - Será passível de censura o homem, por ter consciência do bem que faz e por confessá-lo a si mesmo?

"Pois que pode ter consciência do mal que pratica, do bem igualmente deve tê-la, a fim de saber se andou bem ou mal. Pesando todos os seus atos na balança da lei de Deus e, sobretudo, na lei de justiça, amor e caridade, é que poderá aprovar ou desaprovar. Não se lhe pode, portanto, censurar que reconheça haver triunfado dos maus pendores e que se sinta satisfeito, desde que de tal não se envaideça, porque então cairia noutra falta."








segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

PENSA UM POUCO

É vulgar a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos instintos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltando-se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade.

Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um. 

Com o enunciado, não desejamos significar que a palavra esteja desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender-se que o verbo é também profundo potencial recebido da Infinita Bondade, como o recurso divino, tornando-se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor eterno. 

A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-se de imperecível beleza. 

Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar-lhe as dificuldades e impedimentos?

O Cristo iniciou a missão divina entre os homens do campo, viveu entre os doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-se a doentes e aflitos, comeu o duro pão dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa entre dois ladrões.

Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência no mundo, lembra-te do Mestre e pensa um pouco. 

(Lição 2, do livro: Pão Nosso, de Emmanuel (espírito) através de Francisco Cândido Xavier.)

sábado, 1 de fevereiro de 2014

NOVELA - UMA VISÃO OTIMISTA

Não faltam aos nossos meios de convívio, os que criticam as novelas, principalmente, às da Rede Globo, já que as de outras emissoras são pouco vistas, creditando a elas as mazelas morais que nos acometem nos dias atuais.

Muitas de nossas conversas informais são pautadas pelos enredos televisivos e mesmo assuntos mais formais e sérios ganham análises após repercutirem em uma novela. Hoje todos sabemos que o autor e seus colaboradores criam uma sinopse e que a medida que a novela evolui e de acordo com a opinião pública, a história envereda por caminhos nem sempre imaginados pelos mesmos. 

Sendo assim a minha reflexão parte do princípio de que se uma personagem deve morrer, deve vingar, deve perdoar, deve amar, independe muitas vezes do autor e mais da opinião pública, que ao dar audiência capacita os setores comerciais das emissoras no preenchimento dos anúncios necessários para fazer girar a máquina capitalista que é a TV aberta. 

No caso específico da novela que capitaneava a atenção da emissora nos últimos meses, Amor à Vida, é evidente que a mesma foi na verdade uma grande colcha de retalhos devido a interferências não só da opinião pública como de setores ativos de nossa sociedade, como os ligados aos movimentos LGBT's, principalmente. 

Como entretenimento a novela foi fraca e apenas após o processo de recuperação moral de uma personagem, no caso do homossexual Félix, e sua maneira divertida de lidar com os problemas gerados por ele mesmo, que houve um interesse maior de todos, ainda que bem menor do que Avenida Brasil, por exemplo, quando o Brasil inteiro esperava para ver o que daria entre o ódio recíproco de suas personagens.

Pelo que fomos informados através da imprensa especializada no assunto, a personagem de Félix deveria ser eliminado da novela, mas um forte apelo popular fez com que os autores imaginassem uma redenção para o mesmo. E isso ocorreu. Evidente que na vida não é tão simples, mas o que chama a minha atenção é que foi considerado pela opinião pública que as pessoas possam modificar suas vidas se aceitarem seus erros, entenderem que foram gerados por inadequação na tratativa dos mesmos e se tiverem apoio, baseado no amor. 

Antes do famoso beijo, entre as personagens Félix e Nico, que apenas foi um beijo demonstrando afeto entre duas pessoas que se amam e poderia ser entre pai e filho, mãe e filho, irmãos, primos, amigos etc, a personagem Félix diz uma frase de intenso significado ao personagem Nico: - você mudou a minha vida!

E aí fica a melhor reflexão: como? Amando, se relacionando amigavelmente avaliando não o que a pessoa foi ou era, mas o que ela almejava agora. A personagem de Nico não via em Félix o monstro que ele mesmo se achava, mas alguém que necessitava de auxílio e quando se propôs a fazê-lo, foi também auxiliado. 

Essa a grande mensagem que fica para mim, a de que o Amor vale a pena, independente de sexo, cor, religião, local, faixa etária, valor econômico...

Ninguém, nenhum de nós será melhor, aprenderá a perdoar, a compreender, a respeitar, a conviver com harmonia, se não souber, não experienciar e vivenciar o AMOR!

No final é sempre ele que vale a pena...afinal de contas a natureza nos ensina, que também em pântanos nascem flores lindas... 


QUEM SERVE, PROSSEGUE

"O Filho do Homem não veio para ser servido,
mas para servir." - Jesus (Marcos, 10:45)

A Natureza, em toda parte, é um laboratório divino que elege o espírito de serviço por processo normal de evolução.

Os olhos atilados observam a cooperação e o auxílio nas mais comezinhas manifestações dos reinos inferiores.

A cova serve a semente. A semente enriquecerá o homem.

O vento ajuda as flores, permutando-lhes os princípios de vida. As flores produzirão frutos abençoados.

Os rios confiam-se ao mar. O mar faz a nuvem fecundante. 

Por manter a vida humana, no estágio em que se encontra, milhares de animais morrem na Terra, de hora a hora, dando carne e sangue a benefício dos homens. 

Infere-se de semelhante luta que o serviço é o preço da caminhada libertadora ou santificante. 

A pessoa que se habitua a ser invariavelmente servida em todas as situações, não sabe agir sozinha em situação alguma.

A criatura que serve pelo prazer de ser útil progride sempre e encontra mil recursos dentro de si mesma, na solução de todos os problemas. 

A primeira cristaliza-se.

A segunda desenvolve-se.

Quem reclama excessivamente dos outros, por não estimar a movimentação própria na satisfação de necessidades comuns, acaba por escravizar-se aos servidores, estragando o dia quando não encontra alguém que lhe ponha a mesa. Quem aprende a servir, contudo, sabe reduzir todos os embaraços da senda, descobrindo trilhos novos. 

Aprendiz do Evangelho que não improvisa a alegria de auxiliar os semelhantes permanece muito longe do verdadeiro discipulado. porquanto companheiro fiel da Boa Nova está informado de que Jesus veio para servir, e desvela-se, a benefício de todos, até ao fim da luta. 

Se há mais alegria em dar que em receber, há mais felicidade em servir que em ser servido. 

Quem serve, prossegue...

Emmanuel (espírito) através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Fonte viva", páginas 215 e 216, editora FEB. 


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

PERANTE A REENCARNAÇÃO

Não perderás tempo, reclamando contra a vida.

Na hipótese de que te empenhes realmente pela aquisição do conhecimento espírita, reflete na lei da reencarnação.

És um espírito eterno envergando temporária forma física, à maneira de um servidor vestindo uniforme de trabalho, francamente deteriorável e passageiro.

Observa os próprios hábitos e tendências e perceberás o que foste nas existências passadas.

Analisa os que te rodeiam, no círculo doméstico-social e identificarás com quem te comprometeste para sanar os próprios débitos ou traçar a própria senda de elevação.

Estuda o quadro que te emoldura as atividades e anotarás de que ponto deves partir em demanda à melhoria.
Sobretudo, é preciso ponderar que se ninguém nasce para o mal, muito menos renascerá para reconstruí-lo ou reafirmá-lo.
Um aluno repete o currículo de lições no objetivo de ganhar a frente, não para acomodar-se à retaguarda.

Convence-te de que retornamos à Terra com o fim de ampliar os valores do bem, cada vez mais.
Indispensável corrigir-nos naquilo que erramos.
Replantar dignamente a leira do destino que relegamos outrora ao relaxamento.
Levantar aqueles que impelimos à queda.
Amar os que aborrecemos.
Acender alegria nos corações que encharcamos de lágrimas.

Estás hoje no lugar e na posição em que podes claramente doar à vida, na pessoa dos outros, tudo aquilo que és capaz de sentir, pensar, falar ou fazer de melhor.


Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

(recebido por e-mail do amigo Frederico Monteiro de Saddi)

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ESTIVE PENSANDO: O JUGO LEVE

O chamado do Mestre Jesus registrado por Mateus, no evangelho narrado pelo mesmo, e que podemos conferir no capítulo 11, versículos de 28 a 30, deveria nos trazer um grande alento. Mas nem sempre é assim. Muitas vezes nos esquecemos dele.

"Vinde a mim, todos vós que sofreis e que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós, e aprendei de mim que sou brando e humilde de coração, e encontrareis o repouso de vossas almas; porque meu jugo é suave e meu fardo é leve." 

Para que nosso entendimento pessoal seja eficaz, nosso aprofundamento seja libertador e nossa análise rica em descobertas, essa assertiva consoladora deve ser vasculhada utilizando-se, a princípio dos tríplices aspectos doutrinários do Espiritismo, ciência-filosofia-religião, pois só assim poderemos raciocinar sobre o assunto sem compromissos dogmáticos, imediatistas, que ao contrário de iluminar e consolar, obscurecem e causam dúvidas.

A ciência pergunta "como", a filosofia "porque" e a religião "para que". Valendo-nos desses conceitos podemos seguir de maneira mais objetiva em nossa estrada de aprendizado, buscando respostas em vários campos do conhecimento. 

Os benfeitores espirituais envolvidos na codificação da Doutrina Espírita por Allan Kardec foram categóricos ao nos afirmarem que Jesus é o modelo e guia de todos nós, o tipo mais perfeito que Deus havia oferecido a humanidade (O Livro dos Espíritos, questão 625). É esse Jesus que nos convoca a irmos até ele. Mas como ir até ele?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, que registra e comenta o ensinamento moral do Cristo, um capítulo, o sexto, nos apresenta o Cristo Consolador. Todo ele contém além do que escreveu Kardec, apenas exortações de "O Espírito de Verdade", que vem a ser o próprio Jesus ou os ensinamentos que encerram seu ideal cristão, cumprindo o prometido quando disse que enviaria o Consolador Prometido e que estaria de novo conosco. 

Nesse capítulo podemos ver reiterada a convocação do Mestre para que assumamos o seu jugo e com ele carreguemos o nosso fardo, pois o jugo é suave e o fardo é leve quando o fazemos cercado de ideal maior, certos de que estagiamos por aqui, de que o que nos acontece nesse espaço-tempo terá ressonância em nossa vida futura, pois ou estamos reparando o que precisamos e assim cuidando de acertar arestas de nosso passado ou estamos nos estabelecendo provas evolutivas  e que em futuro próximo seremos devidamente recompensados. 

Segundo O Espírito de Verdade após o entendimento dessa convocação caberá ao discípulo duas maneiras de viver: com devotamento (empenho) e abnegação (renúncia), mas isso não quer dizer para nos anularmos, mas para que busquemos enxergar além do que vemos, do que tocamos, do que ainda não nos é absolutamente claro. É necessário que nos devotemos à prática do bem e que renunciemos aos valores que se lhe antagonizam.  

Experienciar o jugo suave e o fardo leve com Jesus, e depois torná-lo parte integrante de nossa existência, não nos isentará de dores e nem de aflições mas nos auxiliará no entendimento das mesmas e por conseguinte em uma melhor maneira de lidarmos com elas. O privilégio não é sermos isentos, mas de percebermos os auxílios.

Inseridos na seara do Mestre Jesus, temos nossos horizontes ampliados. Enxergamos além das montanhas. Percebemos que os valores que temos que cultivar devem ser os permanentes, os que estão conectados com o coração, com os sentimentos, e que se resumem em AMOR. 

Amar uns aos outros como ele nos amou é o jugo e o fardo do Mestre. É amar sem reservas, é acolher, é respeitar, é auxiliar, é apontar nortes, é perguntar o que querem de nós, é ser humilde e aceitar auxílio, é realizar não somente aquilo que quero, mas acima de tudo o que preciso, é, resumindo... servir à causa da Boa Nova!

Quando estamos envolvidos em dores, aflições, desilusões, desesperanças, misérias emocionais e materiais, temos em Jesus um abrigo, e muitas vezes preferimos um caminho mais rápido e largo, e que traz um pseudo-consolo, uma pseudo-iluminação pois muitas vezes são alicerçados nos valores transitórios, como as paixões, a libido, o dinheiro, bens materiais, raiva, rancor, inveja, baixa-estima etc. 

O fardo e o jugo do Mestre nos apresenta como profilaxia o serviço e o amparo do outro, pois quando saímos de nós é que nos encontramos.

(Reflexão que servirá de base para estudo a ser apresentado no Centro de Estudos Espirituais Caminhos de Luz, rua Lasar Segal 11, Bairro Tupi, Belo Horizonte, em 30/01/2014, às 20:30 horas)

QUE FAREI?

"Que farei?" - Paulo
(Atos, 22:10)
Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo. 
Como dominarei? - interrogam alguns.
Como descansarei? - indagam outros.
E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis...
Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem. 
A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes da Boa Nova.
O grande trabalhador da revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões ao seu círculo pessoal. 
Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta. 
- Que farei? - disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.
E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício. 
Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual. 
Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a sublime renovação. 

(Do Livro: Fonte viva, capítulo 112, páginas 287 e 288, ditado por Emmanuel-espírito, e escrito por Francisco Cândido Xavier)

MÚSICAS PARA RELAXAMENTO DO CORPO E DA MENTE!

ESTIVE PENSANDO: MÃOS A OBRA

Allan Kardec foi movido a estar em uma sessão de mesas girantes, fenômeno que ocorria em profusão em casas na França do século XIX, movido pela curiosidade. Pensava ele que, o que ocorria, seria facilmente explicado com os conhecimentos já então estabelecidos pela ciência. Após a verificação do fenômeno e depois de analisar, investigar, raciocinar, pode ele então perceber que as ocorrências eram originais, diferentes de tudo o que se já tinha estudado. A partir daí, e com uma série de eventos conseguintes, que merecem a pesquisa de todos, nosso benfeitor debruçou-se sobre a missão de codificar as comunicações recebidas, extraindo delas novos ensinamentos e direcionamentos. 
Essa introdução se faz necessária para ilustrar que a Doutrina Espírita nasce de um fato até então "espetacular", mas não é apenas isso, muito antes, pelo contrário. A Doutrina Espírita nos apresenta revelações que devidamente assinaladas nos levam a reflexões pessoais que terminam por nos fazerem provocar mudanças pessoais, pois alarga nosso horizonte, ilumina nossas consciências e consola nossos corações, ao nos apresentar entre outros tantos valores, a continuidade da vida, com o que somos e não com o que temos. 
Chico Xavier, um dos médiuns mais conhecidos de todos nós, por suas multi-habilidades mediúnicas também promoveu bastante efeitos espetaculares, e mesmo a maneira como ele se utilizava da psicografia em público, a tornava atraente aos olhos de quem nelas se apoiava, ou os que apenas viam os efeitos. 
No livro Pão Nosso, escrito por Chico Xavier, ditado por Emmanuel, em sua lição 1, de título: Mãos a obra (clique aqui e veja o texto integral)podemos nos valer de uma reflexão interessante sobre o fato de que muitas vezes nos sintonizamos com os fatos espetaculares, neles nos agarramos, mas esquecemos por entender que são apenas eventos, e que como são feitos, podem deixar de serem feitos a qualquer momento. Muitas vezes quando isso ocorre, vamos atrás de mais outros e assim entramos em um círculo vicioso de práticas externas sem o devido entendimento pessoal, que nos encaminha para um fé cega e dependente. 
Emmanuel nos lembra que devemos fazer algo por nós mesmos e esse algo é nos prontificarmos a servir a vida onde quer que estejamos e que a causa maior é o Evangelho e sua mensagem, e não os mensageiros e seus feitos. As grandes virtudes que o Mestre Jesus nos legou não foram suas curas, os fatos que erroneamente chamamos de milagres, mas os ensinamentos eternos, celebrizados, dentre outros, no encontro dele com a mulher adúltera, com a Samaritana no poço de Jacó, na última ceia realizada com os amigos quando lavou e enxugou os pés de todos e acima de tudo quando afirmou que a nós, seus discípulos, não basta amar, mas amar como ele nos amou. 
São chegados tempos em que precisamos exercer com urgência esse mandamento a fim de tornarmos nossa vida melhor, na proporção que tornaremos melhor a vida do outro, e com isso todo o ambiente se melhora. 
Mãos a obra... Reforme-se... Derrube o que for necessário para que algo novo surja. Não se prenda aos mensageiros, aos efeitos, aos fatos externos... Cuide de seus instintos, de suas sensações, de seus sentimentos e assim poderá amar como o Mestre amou, e amar como o Mestre amou é ser livre, não dependente da reciprocidade.  

(reflexão que deu base a estudo realizado no Centro Espírita Casimiro Cunha, Rua Nova Ponte 464, Salgado Filho, Belo Horizonte, em 28/01/2014, sobre o Capítulo 1 do livro: O Pão Nosso)