Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A CIÊNCIA DO BEM VIVER


Segundo santo Agostinho, em O livro dos espíritos, livro terceiro, capítulo XII, “para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal” a receita é o “conhecimento de si mesmo”. Propõe ele um exercício rigoroso e honesto de autoavaliação moral que nos mostra o avesso de nós mesmos. Esta parece ser a chave da ciência do bem viver.


Através deste critério podemos aferir o quanto ainda estamos submetidos ao império das influências da matéria; o quanto o egoísmo e suas derivações predominam em nossa alma; e que mudanças em nós não podem mais ser adiadas. A indicação do exercício individual visa, contudo, toda a humanidade. Melhorando-se as partes, transforma-se o todo, esse é o princípio. 

  

A experiência na matéria é necessária para o desenvolvimento do espírito no trabalho de construção da própria personalidade; para isso renasce muitas vezes, conhecendo o bem e o mal. A matéria o tem enlaçado desde sempre no processo natural e compreensível da evolução. Sai do caminho, percorre atalhos, retorna a ele... Mas, há um momento na sua trajetória em que, “percebendo as coisas” como são verdadeiramente, delibera chegar.  A partir daí, o espírito terá que limpar o entulho íntimo: humanizar-se, se soltar das garras materiais que, como ventosas, o têm mantido preso ao plano das sensações. Progressivamente vai adentrando no pensar, sentir e fazer mais espiritualizados. Esse continuum de desenvolvimento do ser integral (espírito, mente, corpo) agrega objetivamente valores novos que o fazem agora ver o mundo (a vida) sob o prisma ético-moral da solidariedade e fraternidade universais.



As reencarnações cuidam, num processo mais ou menos longo e sofrido, da depuração do espírito, aprimorando suas potencialidades. Mas, o que santo Agostinho quer com seu exercício, é acelerar o encontro de cada um dos seus irmãos terrenos consigo mesmos, para que criem vida nova e renovem logo a face do mundo.
CLÁUDIO BUENO DA SILVA é articulista na imprensa espírita, autor do romance Lavoura agreste, recém-lançado pela Mythos Books

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