Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

TENHAMOS PAZ

Tende paz entre vós. - Paulo (I Tessalonicenses, 5:13)

Se não é possível respirar num clima de paz perfeita entre as criaturas, em face da ignorância e da belicosidade que predominam na estrada humana, é razoável procure o aprendiz a serenidade interior, diante dos conflitos que buscam envolvê-lo a cada instante.

Cada mente encarnada constitui extenso núcleo de governo espiritual, subordinado agora a justas limitações, servido por várias potências, traduzidas nos sentidos e percepções.

Quando todos os centros individuais de poder estiverem dominados em si mesmos, com ampla movimentação no rumo do legítimo bem, então a guerra será banida do planeta.

Para isso, porém, é necessário que os irmãos em humanidade, mais velhos na experiência e no conhecimento, aprendam a ter paz consigo.

Educar a visão, a audição, o gosto e os ímpetos representa base primordial do pacifismo edificante.

Geralmente, ouvimos, vemos e sentimos conforme nossas inclinações e não segundo a realidade essencial. Registramos certas informações longe da boa intenção em que foram inicialmente vazadas, e sim de acordo com as nossas perturbações internas. Anotamos situações e paisagens com a luz ou com a treva que nos absorvem a inteligência. Sentimos com a reflexão ou com o caos que instalamos no próprio entendimento.

Eis por que, quanto nos seja possível, façamos serenidade em torno de nossos passos, ante os conflitos da esfera em que nos achamos.

Sem calma, é impossível observar e trabalhar par o bem.

Sem paz dentro de nós, jamais alcançaremos os círculos da paz verdadeira.

Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", páginas 143 e 144.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O PAI NOSSO ENQUANTO ORAÇÃO DO REINO DE DEUS

O Pai-nosso é a oração que Jesus deixou em herança aos seus. É a única que lhes ensinou para alimentar a identidade de seus seguidores e colaboradores no projeto do Reino de Deus. Sem tardar, o Pai-nosso se converteu não só na oração mais querida pelos cristãos, mas na oração litúrgica que identifica a comunidade eclesial reunida em nome de Jesus. Por isso se ensinava aos catecúmenos a recitá-la, antes de receber o batismo. Esta oração, pronunciada a sós ou em comunidade, constantemente meditada e interiorizada em nosso coração, pode também hoje reavivar nossa fé e nosso compromisso com o Reino de Deus.

O Pai-nosso sempre se reza no plural. É uma oração ao Pai do céu, a quem rezamos unidos a todos os seus filhos e filhas que vivem no mundo. Começa com uma invocação confiante a Deus, Abbá, à qual se seguem três grandes anseios centrados no Reino de Deus e quatro gritos que irrompem das necessidades mais básicas da humanidade que ainda não conhece em plenitude o Reino de Deus. O Pai-nosso nos revela, como nenhum texto evangélico, os sentimentos que Jesus guardava em seu coração. É a melhor síntese do Evangelho - breviloquium Evangelii -, a oração que melhor vai nos identificando com Jesus (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4).

"Santificado seja o teu Nome" de Pai. Que ninguém o ignore ou deprecie. Que ninguém o profane violando a dignidade de teus filhos e filhas. Que sejam desterrados os nomes de todos os deuses e ídolos que matam teus pobres. Que todos bendigam teu nome de Pai bom.

"Venha a nós o teu reino." Que tua justiça, tua verdade e tua compaixão se abram caminho no mundo. Que tua Boa Notícia chegue já aos últimos da terra. Que não reinem os ricos sobre os pobres, que os poderosos não abusem dos fracos, que os homens não maltratem as mulheres. Que não demos a nenhum César o que é teu: teus pobres.

"Faça-se a tua vontade na terra como no céu". Que ela não encontre em nós tanta resistência. Que na criação inteira se faça o que Tu queres, não o que buscam os poderosos da terra. Que se vá tornando realidade o que tu tens decidido em teu coração de Pai.

"Dá-nos hoje o pão de cada dia". Que a ninguém falte o pão. Nós te pedimos bem-estar abundante para nós, pão para todos. Que os famintos da terra possam comer; que teus pobres deixem de chorar e comecem a rir, que possamos vê-los vivendo com dignidade.

"Perdoa-nos as nossas ofensas". Necessitamos do teu perdão e de tua misericórdia. Estamos em dívida contigo: não correspondemos a teu amor de Pai, não entramos em teu reino. Que teu perdão transforme nosso coração e nos faça viver perdoando-nos mutuamente. Não queremos alimentar em nós ressentimentos nem desejos de vingança.

"Não nos deixes cair na tentação". Somos fracos e estamos expostos a perigos e crises que podem arruinar nossa vida. Dá-nos tua força. Não nos deixes cair na tentação de recusar o teu reino e tua justiça.

"Livra-nos do mal". Resgata-nos do que nos causa dano. Arranca-nos de todo mal.

José Antônio Pagola, no livro "Olhos Fixos em Jesus", editado pela Editora Vozes, páginas 157 e 158

sexta-feira, 27 de março de 2015

PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

Ele, porém, querendo se justificar, disse a Jesus: "E quem é o meu próximo?"
Jesus retomou: "Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu no meio de assaltantes que após havê-lo despojado e espancado, foram-se, deixando-o semimorto.
Casualmente, descia por esse caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. 
Igualmente um levita, atravessando esse lugar, viu-o e prosseguiu. 
Certo samaritano em viagem, porém, chegou junto dele, viu-o e moveu-se de compaixão. 
Aproximou-se, cuidou de suas chagas, derramando óleo e vinho, depois colocou-o em seu próprio animal, conduziu-o à hospedaria e dispensou-lhe cuidados. 
No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo: 'Cuida dele, e o que gastares a mais, em meu regresso te pagarei'. Qual dos três, em tua opinião, foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?" 
Ele respondeu: "Aquele que usou de misericórdia para com ele". Jesus então lhe disse: "Vai, e também tu, faze o mesmo".

Evangelho Segundo Lucas, capítulo 10, versículos 29 a 37.

(Bíblia de Jerusalém - Editora Paulus)

quarta-feira, 25 de março de 2015

A FÉ E A CARIDADE

Eu vos disse, ultimamente, meus caros filhos que a caridade sem a fé não bastava para manter, entre os homens, uma ordem social capaz de torná-los felizes. Devia ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis encontrar, em verdade, impulsos generosos mesmo mas pessoas sem religião, mas essa caridade austera que não se pratica senão pela abnegação, pelo sacrifício constante de todo interesse egoístico, não há senão a fé para inspirá-la, porque nada além dela nos faz levar com coragem e perseverança a cruz desta vida. 

Sim, meus filhos, é em vão que o homem, ávido de prazeres, se queira iludir sobre a sua destinação nesse mundo, sustentando que lhe é permitido não se ocupar senão da sua felicidade. Certamente, Deus nos criou para sermos felizes na eternidade; entretanto, a vida terrestre deve servir unicamente ao nosso aperfeiçoamento moral, que se adquire mais facilmente com a ajuda dos órgãos e do mundo material. Sem contar as vicissitudes ordinárias da vida, a diversidade dos vossos gostos, de vossas tendências, de vossas necessidades, é também um meio de vos aperfeiçoar em vos exercitando na caridade. Porque não é senão à força de concessões e sacrifícios mútuos que podeis manter a harmonia entre elementos tão diversos. 

Entretanto, tendes razão afirmando que a felicidade está destinada ao homem nesse mundo, se a procurais não nos prazeres materiais, mas no bem. A história da cristandade fala de mártires que foram ao suplício com alegria; hoje, e em vossa sociedade, não é preciso, para serdes cristão, nem o holocausto do mártir, nem o sacrifício da vida, mas única e simplesmente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis se a caridade vos inspirar e se a fé vos sustentar. (ESPÍRITO PROTETOR, Cracóvia, 1861)

Do livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XI, ítem 13, de Allan Kardec

terça-feira, 24 de março de 2015

O HOMEM COM JESUS

"Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos." - Paulo
(Filipenses, 4:4)

Com Jesus, ergue-se o Homem
Da treva à luz...
Da inércia ao serviço...
Da ignorância à sabedoria...
Do instinto à razão...
Da força ao direito...
Do egoísmo à fraternidade...
Da tirania à compaixão...
Da violência ao entendimento...
Do ódio ao amor...
Da posse mentirosa à procura de bens imperecíveis...
Da conquista sanguinolenta à renúncia edificante...
Da extorsão à justiça...
Da dureza à piedade...
Da palavra vazia ao verbo criador...
Da monstruosidade à beleza...
Do vício à virtude...
Do desequilíbrio à harmonia...
Da aflição ao contentamento...
Do pântano ao monte...
Do lodo à glória...
Homem, meu irmão, regozijemo-nos em plena luta redentora!
Que píncaros de angelitude poderemos alcançar se nos consagrarmos realmente ao divino Amigo que desceu e se humilhou por nós?

(Emmanuel, através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, lição 61, páginas 135 e 136)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

A IMPERMANÊNCIA E OS CICLOS DA VIDA

Existem ciclos de sucesso, que é quando as coisas acontecem e dão certo, e os ciclos de fracasso, que é quando elas não vão bem e se desintegram. Se nos apegamos às situações oferecemos uma resistência nesse estágio. Significa que estamos nos recusando a acompanhar o fluxo da vida e que vamos sofrer. É necessário que as coisas acabem, para que coisas novas aconteçam.

Um ciclo não pode existir sem o outro. O ciclo descendente é absolutamente essencial para uma realização espiritual, ou talvez o seu sucesso tenha se tornado vazio e sem sentido e se transformado em fracasso. Você tem que ter passado por alguma perda profunda, ou por algum sofrimento, para ir à dimensão espiritual. O fracasso está sempre embutido no sucesso, assim como o sucesso está sempre encoberto pelo fracasso. 

No mundo das formas todas as pessoas fracassam, mais cedo ou mais tarde, e toda conquista acaba em derrota. Todas as formas são impermanentes. Um ciclo pode durar de algumas horas a alguns anos, e dentro dele pode haver ciclos longos ou curtos. Muitas doenças são provocadas pela luta contra os ciclos de baixa energia, que são fundamentais para um renovação. Assim a inteligência do organismo pode assumir o controle, como uma medida auto-protetora e criar uma doença com o objetivo de nos forçar a parar, para que uma necessária renovação possa acontecer. Isso torna difícil ou impossível para nós aceitarmos os ciclos de baixa e permitirmos que eles aconteçam. 

Mas nada dura muito nessa dimensão, onde as traças e a ferrugem devoram tudo. Tudo acaba ou se transforma, a mesma condição que era boa no passado, de repente, se torna ruim. A mesma condição que fez você feliz, agora faz você infeliz. A prosperidade de hoje se torna o consumismo vazio de amanhã. O casamento feliz e a lua-de-mel se transformam no divórcio infeliz ou em uma convivência infeliz. A mente não consegue aceitar quando uma situação à qual ela tenha se apegado muda ou desaparece, ela vai resistir à mudança. É quase como se um membro estivesse sendo arrancado do seu corpo.  


Isso significa que a felicidade e a infelicidade são na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa. Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado nada depende de as coisas serem boas ou ruins. Observe as plantas e os animais, aprenda com eles a aceitar aquilo que é, e a se entregar ao agora. Deixe que eles lhe ensinem o que é ser. Deixe que eles lhe ensinem o que é integridade - estar em unidade, ser você mesmo, ser verdadeiro.

Aprenda como viver e como correr e como não fazer do viver e do morrer um problema. 

Eckhart Tolle, no livro "O Poder do Agora".

ÊXITOS E INSUCESSOS

Sei viver em penúria e sei também viver em abundância - Paulo
(Filipenses, 4:12)

Em cada comunidade social, existem numerosas pessoas demasiadamente preocupadas quanto aos sucessos particularistas, afirmando-se ansiosas pelo ensejo de evidência. São justamente as que menos se fixam nas posições de destaque, quando convidadas aos postos mais altos do mundo, estragando, desastradamente, as oportunidades de elevação que a vida lhes confere.

Quase sempre, os que aprenderam a suportar a pobreza é que sabem administrar, com mais propriedade, os recursos materiais.

Por esta razão, um tesouro amontoado para quem não trabalhou em sua posse é, muitas vezes, causa de crime, separatismo e perturbação.

Pais trabalhadores e honestos formarão nos filhos a mentalidade do esforço próprio e da cooperação afetiva, ao passo que os progenitores egoístas e descuidados favorecerão nos descendentes a inutilidade e a preguiça. 

Paulo de Tarso, na lição à igreja de Filipos, refere-se ao precioso imperativo do caminho no que se reporta ao equilíbrio, demonstrando a necessidade do discípulo quanto à valorização da pobreza e da fortuna, da escassez e da abundância. 

O êxito e o insucesso são duas taças guardando elementos diversos que, contudo, se adaptam às mesmas finalidades sublimes. A ignorância humana, entretanto, encontra no primeiro o licor da embriaguez e no segundo identifica o fel para a desesperação. Nisto reside o erro profundo, porque o sábio extrairá da alegria e da dor, da fartura ou da escassez, o conteúdo divino. 

(Emmanuel [Espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso" páginas 125 e 126.)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

COISAS INVISÍVEIS

Porque as coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu
eterno poder como a sua divindade, se estendem e claramente se
veem pelas coisas que estão criadas. - Paulo (Romanos, 1:20)
O espetáculo da Criação universal é a mais forte de todas as manifestações contra o materialismo negativista, filho da ignorância ou da insensatez.

São as coisas criadas que falam mais justamente da natureza invisível.

Onde a atividade que se desdobre sem base?

Toda forma inteligente nasceu de uma disposição inteligente.

O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os motivos complexos de cada ângulo do caminho. A paisagem exterior que lhe afeta o sensório é uma parte minúscula do acervo de criações divinas, que lhe sustentam o habitat, condicionado às suas possibilidades de aproveitamento. O olho humano não verá além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente adequado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso, mas que ninguém resuma a expressão vital da esfera em que respira no que os dedos mortais são suscetíveis de apalpar.

Os objetos visíveis no campo das formas efêmeras constituem breve e transitória resultante das forças invisíveis no plano eterno.

Cumpre os deveres de que cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetira a experiência amanhã.

(Emmanuel, através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", editado pela FEB, páginas 123 e 124)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

RAZÃO DOS APELOS

Pelo que, sendo chamado, vim sem o contradizer. Pergunto, pois:
por que razão mandastes chamar-me? - Pedro (Atos, 10:29)

A pergunta de Pedro ao centurião Cornélio é traço de grande significação nos atos apostólicos.

O funcionário romano era conhecido por suas tradições de homem caridoso e reto, invocava a presença do discípulo de Jesus atendendo a elevadas razões de ordem moral, após generoso alvitre de um emissário do Céu e, contudo, atingindo-lhe o círculo doméstico, o ex-pescador de Cafarnaum interroga sensato: 

- Por que razão mandastes chamar-me?

Simão precisava conhecer as finalidades de semelhante exigência, tanto quanto o servidor vigilante necessita saber onde pisa e com que fim é convocado aos campos alheios. 

Esse quadro expressivo sugere muitas considerações aos novos aprendizes do Evangelho.

Muita gente, por ouvir referências a esse ou àquele Espírito elevado, costuma invocar-lhe a presença nas reuniões doutrinárias.

A resolução, porém, é intempestiva e desarrazoada.

Por que reclamar a companhia que não merecemos?

Não se pode afirmar que o impulso se filie à leviandade; entretanto, precisamos encarecer a importância das finalidades em jogo.

Imaginai-vos chamando Simão Pedro a determinado círculo de oração e figuremos a aquiescência do venerável apóstolo ao apelo. Naturalmente, sereis obrigados a expor ao grande emissário celestial os motivos de requisição. E, pautando no bom senso as nossas atitudes mentais, indaguemos de nós mesmos se possuímos bastante elevação para ver, ouvir e compreender-lhe o espírito glorioso. Quem de nós responderá afirmativamente? Teremos, assim, suficiente audácia de invocar o sublime Cefas, tão somente para ouvi-lo falar?

(Emmanuel, Espírito, através de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", editado pela FEB, páginas 121 e 122.)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

EM CADEIAS

Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que
possa falar dele livremente, como me convém falar. Paulo
(Efésios, 6:20)

Observamos nesta passagem o apóstolo dos gentios numa afirmativa que parece contraditória, à primeira vista.

Paulo alega a condição de emissário em cadeias e, simultaneamente, declara que isto ocorre para que possa servir ao Evangelho, livremente, quanto convinha.

O grande trabalhador dirigia-se aos companheiros de Éfeso, referindo-se à sua angustiosa situação de prisioneiro das autoridades romanas; entretanto, por isso mesmo, em vista do difícil testemunho, trazia o espírito mais livre para o serviço que lhe competia realizar.

O quadro é significativo para quantos pretendem a independência econômico-financeira ou demasiada liberdade no mundo, a fim de exemplificarem os ensinamentos evangélicos.

Há muita gente que declara aguardar os dias da abundância material e as facilidades terrestres para atenderem ao idealismo cristão. Isso, contudo, é contrassenso. O serviço de Jesus se destina a todo lugar.

Paulo, entre cadeias, se sentia mais livre na pregação da verdade. Naturalmente, nem todos os discípulos estarão atravessando esses montes culminantes do testemunho. Todos, porém, sem distinção, trazem consigo as santas algemas das obrigações diárias no lar, no trabalho comum, na rotina das horas, no centro da sociedade e da família.

Ninguém, portanto, tente quebrar as cadeias em que se encontra, na mentirosa suposição de que se candidatará a melhor posto nas oficinas do Cristo.

Somente o dever bem cumprido nos confere acesso à legítima liberdade.

[Emmnuel, Espírito, através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Pão Nosso, editado pela FEB, páginas 119 e 120]