Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

TRABALHEMOS TAMBÉM


E dizendo: Varões, por que fazeis essas coisas? Nós também
somos homens como vós, sujeitos à mesmas paixões. - (Atos, 14:15)


O grito de Paulo e Barnabé ainda repercute entre os aprendizes fiéis.

A família cristã muita vez há desejado perpetuar a ilusão dos habitantes de Listra.

Os missionários da Revelação não possuem privilégios ante o espírito de testemunho pessoal no serviço. As realizações que poderíamos apontar por graça ou prerrogativa especial nada mais exprimem senão o profundo esforço deles mesmos, no sentido de aprender e aplicar com Jesus. 

O Cristo não fundou com a sua doutrina um sistema de deuses e devotos, separados entre si; criou o vigoroso organismo de transformação espiritual para o bem supremo, destinado a todos os corações sedentos de luz, amor e verdade. 

No Evangelho, vemos Madalena arrastando dolorosos enganos, Paulo perseguindo ideais salvadores, Pedro negando o divino Amigo. Marcos em luta com as próprias hesitações; entretanto, ainda aí, contemplamos a filha de Magdala renovada no caminho redentor, o grande perseguidor convertido em arauto da Boa Nova, o discípulo frágil conduzido à glória espiritual e o companheiro vacilante transformado em evangelista da Humanidade inteira. 

O Cristianismo é fonte bendita de restauração da alma para Deus.

O mal de muitos aprendizes procede da idolatria a que se entregam, em derredor dos valorosos expoentes da fé viva, que aceitam no sacrifício a verdadeira fórmula de elevação; imaginam-nos em tronos de fantasia e rojam-se-lhes aos pés, sentindo-se confundidos, inaptos e miseráveis, esquecendo que o Pai concede a todos os filhos as energias necessárias à vitória. 

Naturalmente, todos devemos amor e respeito aos grandes vultos do caminho cristão; todavia, por isso mesmo, não podemos olvidar que Paulo e Pedro, como tantos outros, saíram das fraquezas humanas para os dons celestiais e que o planeta terreno é uma escola de iluminação, poder e triunfo, sempre que buscamos entender-lhe a grandiosa missão. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 79 e 80)

LIÇÕES DE BICHOS E COISAS


Tenho inveja das plantas e dos animais.
Parecem-me tão tranquilos, possuidores de uma sabedoria que nós não temos.
Como se desfrutassem da felicidade do Paraíso. Sofrem, pois não existe vida sem sofrimento. Mas sofrem sempre como se deve, quando o sofrimento vem, na hora certa, e não por antecipação.

Saber sofrer é uma lição difícil de aprender. Se o terrível nos golpeia e não sofremos, algo está errado.Pois como não chorar, se o destino nos faz sangrar? Se não choramos é porque o coração está doente, perdeu a capacidade de sentir. Mas sofrer fora de hora é doença também, permitir-se ser cortado por golpes que ainda não aconteceram e que só existem como fantasmas da imaginação. Os animais sabem sofrer. Nós não. Somos prisioneiros da ansiedade.

Pois ansiedade é isto: sofrer fora de hora, por um golpe que, por enquanto, só existe no futuro que imaginamos. Talvez os animais sejam sadios de alma e nós, doentes.

Jesus, sofrendo com a nossa dor pelos sofrimentos que a ansiedade coloca no futuro, nos aconselhou a aprender da sabedoria das aves dos céus e dos lírios dos campos, reconciliados com a vida, vivendo as dores e felicidades do presente, e livres dos fantasmas da imaginação ansiosa. 

Sofremos pelo futuro e, por isso, não podemos colher as modestas mas reais alegrias que o presente nos oferece. Acho que todo mundo sabe, intuitivamente, que existe uma loucura na maneira de ser dos homens. E é por isso que a nostalgia por um sítio ou por uma casa na praia aparece como um dos nossos sonhos mais persistentes. Para longe do falatório dos homens, quando todos falam e ninguém escuta.

De volta para a natureza, onde nada se diz e, no silêncio, se ouve uma sabedoria esquecida. Dizem que São Francisco pregava sermões aos animais. Não acredito. Pois só pregam sermões aqueles que se julgam portadores de uma sabedoria que os outros não têm. Prega-se para convencer os outros a reconhecerem os seus erros. E para que, pela palavra ouvida, eles se tornem melhores.

Mas, de que erro convenceremos as plantas e os animais? Pois são perfeitos em tudo que fazem. Todos eles se movem harmônicos ao som da melodia que toca dentro dos seus corpos. Acredito que o santo conversava com os animais, escutava o seu silêncio, e, se ele falava alguma coisa, era como o aluno que repete em voz alta aquilo que aprendeu dos seus mestres. Não era o santo que pregava aos animais; eram os animais que lhe ensinavam a sua sabedoria.

Me dirão que plantas e animais não falam. Engano. É verdade que estão mergulhados no silêncio. Mas é neste silêncio que interrompe o vozerio dos homens que uma voz é ouvida, vinda das profundezas do nosso ser. Pois é aí que mora a sabedoria que perdemos.Você tem dificuldade em ouvir a voz das plantas e dos animais? Pois que leia os poetas, profetas do seu saber sem palavras.

A ‘Sugestão’ de felicidade de Cecília Meireles. Ela diz que deveríamos ser como a flor que se cumpre sem pergunta, a cigarra, queimando-se em música, ao camelo que mastiga sua longa solidão, o pássaro que procura o fim do mundo, o boi que vai com inocência para a morte. E conclui: “Sede assim qualquer coisa serena,isenta, fiel. Não como os demais homens”.

Com o que concorda Alberto Caeiro, discípulo dos mesmos mestres:



"Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!..."




Autor: Rubem Alves




LUZES NA PRAÇA




segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A CIÊNCIA DO BEM VIVER


Segundo santo Agostinho, em O livro dos espíritos, livro terceiro, capítulo XII, “para se melhorar nesta vida e resistir ao arrastamento do mal” a receita é o “conhecimento de si mesmo”. Propõe ele um exercício rigoroso e honesto de autoavaliação moral que nos mostra o avesso de nós mesmos. Esta parece ser a chave da ciência do bem viver.


Através deste critério podemos aferir o quanto ainda estamos submetidos ao império das influências da matéria; o quanto o egoísmo e suas derivações predominam em nossa alma; e que mudanças em nós não podem mais ser adiadas. A indicação do exercício individual visa, contudo, toda a humanidade. Melhorando-se as partes, transforma-se o todo, esse é o princípio. 

  

A experiência na matéria é necessária para o desenvolvimento do espírito no trabalho de construção da própria personalidade; para isso renasce muitas vezes, conhecendo o bem e o mal. A matéria o tem enlaçado desde sempre no processo natural e compreensível da evolução. Sai do caminho, percorre atalhos, retorna a ele... Mas, há um momento na sua trajetória em que, “percebendo as coisas” como são verdadeiramente, delibera chegar.  A partir daí, o espírito terá que limpar o entulho íntimo: humanizar-se, se soltar das garras materiais que, como ventosas, o têm mantido preso ao plano das sensações. Progressivamente vai adentrando no pensar, sentir e fazer mais espiritualizados. Esse continuum de desenvolvimento do ser integral (espírito, mente, corpo) agrega objetivamente valores novos que o fazem agora ver o mundo (a vida) sob o prisma ético-moral da solidariedade e fraternidade universais.



As reencarnações cuidam, num processo mais ou menos longo e sofrido, da depuração do espírito, aprimorando suas potencialidades. Mas, o que santo Agostinho quer com seu exercício, é acelerar o encontro de cada um dos seus irmãos terrenos consigo mesmos, para que criem vida nova e renovem logo a face do mundo.
CLÁUDIO BUENO DA SILVA é articulista na imprensa espírita, autor do romance Lavoura agreste, recém-lançado pela Mythos Books

ACEITAÇÃO - O INÍCIO DA TRANSFORMAÇÃO

A primeira impressão que temos quando ouvimos ou pensamos em aceitar, seja uma pessoa, um fato ou uma circunstância é de que estaremos nos submetendo ou nos subjugando, desistindo de lutar, sendo fracos.

De verdade, se quisermos modificar qualquer aspecto da nossa vida e de nós mesmos, devemos começar aceitando. Nos aceitando.

A aceitação é detentora de um poder transformador que só quem já experimentou pode avaliar.

É difícil aceitar uma perda material ou afetiva; uma dificuldade financeira; uma doença; uma humilhação; uma traição.

Mas a aceitação é um ato de boa vontade, mente aberta, sabedoria e humildade, pois ao contrário de que muitos pensam, a vida em si, não está sob o nosso controle.

As pessoas são como são, dificilmente mudam. Não podemos contar com isso. A única pessoa que podemos mudar, somos nós mesmos, portanto, se não houver aceitação, o que estaremos fazendo é insensato, é insano.

Ser resistente, brigar, revoltar-se, negar, deprimir, desesperar, indignar-se, culpar, culpar-se são reações emocionais carregadas de raiva. Raiva do outro, raiva de si mesmo, raiva da vida. E a raiva destrói, fere, desagrega.

A aceitação é uma força que desconhecemos porque somos condicionados a lutar, a esbravejar, a brigar e fazer barulhos. Aceitar é paz, entendimento, leveza.

Aceitar não é desistir, nem tão pouco resignar-se. Aceitar é estar lúcido do momento presente  e se assim a vida se apresenta, assim deve ser. Aceitação é colocar-se pronto para ver a dificuldade de outro ângulo de outro prisma. Sem o peso que nós colocamos ou imaginamos ter.

No instante em que aceitamos, desmaterializamos situações que foram criadas por nós, soluções surgem naturalmente através da intuição ou  fatos trazem as respostas e as saídas para o problema. Simples assim!

Tudo é movimento. Nada é permanente.

A nossa tendência “natural” é resistir, não aceitar, combater tudo o que nos contraria e o que nos gera sofrimento. Dessa forma prolongamos a situação. Resistir só nos mantém presos dentro da situação desconfortável, muitas vezes perpetuando e tornando tudo mais complicado e pesado.

Quando não aceitamos nos tornamos amargos, revoltados, aprisionados, frustrados, insatisfeitos, cheios de rancor e tristeza, e esses padrões mentais e emocionais criam mais dificuldades, nunca trazem solução.

E muitas vezes achamos que os outros ou as coisas são responsáveis pelos acontecimentos. E não são.

Aceitar é expandir a consciência e encontrar respostas, soluções, alívio. Aceitar é o que nos leva à Fé.

Aceitação é um passo concreto para deixar a vida mais leve, mais alegre e mais saudável. É fundamental entender que aceitar não significa desistir é seguir adiante com otimismo. 

Ter muitos propósitos a serem atingidos é nossa atitude saudável diante da vida.

Estar grato colabora e muito para aprender a aceitar.

Aceitar se refere ao momento presente, ao agora. No instante que você aceita, você se entrega ao que a vida quer-lhe oferecer. Novas idéias surgem para prosseguir na direção desejada, saindo do sofrimento.

Como dizem; “A dor existe, mas sofrer é opcional, é uma escolha”.

Quer ser feliz? Aceite!

Não se esqueça: Você só pode mudar você mesmo. Só você é responsável por tudo que lhe ocorre e sente.


Muita paz no dia de hoje.

(autor desconhecido)

POR UM MUNDO MELHOR

A beleza de um jardim não depende do tamanho das flores, mas da variedade do seu colorido; assim a felicidade não depende de grandes alegrias, mas de muitos e pequenos momentos felizes que colhemos ao longo da vida.

Todo o indivíduo sente que é livre de escolher entre o bem e o mal; que não é uma simples folha atirada à água para ir ao sabor da corrente, mas que tem dentro de si força bastante para lutar com a torrente e dirigir seu próprio curso.

Para sermos amados devemos ser amáveis; para sermos amáveis devemos ser bons; para se ser bom, é preciso conhecer a bondade; e para conhecer a bondade é preciso amar o nosso semelhante.

Cultivemos o prazer da leitura. Os livros têm a vantagem de nos permitir “conversas” com os maiores espíritos da humanidade. Ler é alimentar o espírito com o fruto do trabalho de grandes homens.

Não podemos deter a força do vento, mas podemos defender-nos contra ele. Não podemos impedir que os maus pensamentos nos ocorram, mas podemos impedir que se instalem dentro de nós.

O mundo poderia ser bem mais agradável se cada um contribuísse efetivamente para isso. Tornemos o mundo melhor a começar por nós.

Quando desejamos ardentemente alguma coisa tê-la-emos. Com muita paciência, determinação e muito trabalho; mas tê-la-emos. Porque são estas as traves mestras de qualquer empreendimento.

Quem nunca foi incriminado pela sua consciência é porque está agindo corretamente e, ao mesmo tempo, está criando os alicerces para uma vida cheia de harmonia.

Muitos querem ser felizes sem o suor do trabalho. Desconhecem que a prosperidade é o fruto do trabalho. Como se fosse possível haver frutos sem o esforço das raízes.

Quando o espírito está  perfeitamente equilibrado, não há enfermidade que nos ataque. Evitemos pois todo o gênero de conflitos, até porque a maioria deles têm origem nas coisas mais insignificantes.

Não há conquistas sem esforço, não há túneis sem fim, não há trevas sem luz. Depois de um longo inverno reaparece a primavera cheia de flores.

Conserve uma expressão serena e sorridente, fale suavemente, seja prestável e gentil. Se assim proceder, formará um círculo de pessoas, cada vez maior, que sentirão prazer em estar a seu lado.


(autor desconhecido)

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

A GRANDE VIAGEM DO ESPÍRITO


Vale a pena viver e... aprender!

A vida não espera. Por onde você for o tempo não pára.
O que ficou, ficou... O que se foi, passou...

É a vida em movimento.
Somos viajantes eternos em suas trilhas.

Parece que somos passageiros na eternidade, mas a verdade é que somos eternos dentro do temporário. 
Ou seja, somos o eterno no movimento da vida que segue.

Na natureza tudo passa!
O traço característico da existência é a impermanência.

As coisas mudam... 
Pessoas e situações vão e vêm em nossas vidas, entram e saem na esfera de ação do nosso viver. 
A vida é assim.

Há um tempo para tudo: o amanhecer, o meio-dia e o anoitecer.
Da mesma forma, há um tempo para semear e colher; nascer, viver, partir, renascer e seguir...

Tudo passa!
O que marca é a experiência adquirida.
As culpas e as mágoas também passam! No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, pois diluem no eterno as coisas passageiras. 

As coisas estranhas que aconteceram, os dramas e as palavras que feriram, também passam... se você permitir.
Sim, se você se permitir notar que o tempo leva tudo, e que a vida segue...

Aquele ressentimento antigo ou aquelas emoções apagadas que, vez por outra, bloqueiam a sua alegria fazem parte do que é temporário, mas você é eterno. 

Essas emoções passam por você, mas que tal superá-las? Que tal passar por elas, sem se deter, apenas ficando a experiência e seguindo a vida?

Sim, tudo passa mesmo! As estações se sucedem no tempo certo: primavera, verão, outono e inverno.
Isso é natural!
Como é natural o espírito imperecível entrar e sair dos corpos perecíveis.
Como é natural seguir em frente, pois o tempo não pára e a vida segue...




E, do centro da Consciência Cósmica, o Grande Arquiteto do Universo, o Supremo Comandante de todas as vidas e de todos os tempos nos abençoa sempre. 

As experiências vão, mas o aprendizado fica.
A evolução é inevitável.

Todos estão destinados à Consciência Cósmica, mesmo que não entendam isso agora. Porém, se o desentendimento é passageiro, a felicidade advinda do processo de evoluir continuamente será imperecível. 

Tudo a seu tempo!
Enquanto e aprendem a arte de viver, sejam felizes... E não de detenham até alcançar a meta!
O que vale é o AMOR!

Que a luz do discernimento e dos sentimentos mais elevados possa iluminar nossos corações!
Que cada dia leve consigo a maravilha do momento, que sempre passa... 

Existir é um privilégio. 
E viver é maravilhoso!

Luz & Paz! 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

CADÁVERES

Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.
(Mateus, 24:2)

Apresentando a imagem do cadáver e das águias, referia-se o Mestre à necessidade dos homens penitentes, que precisam recursos de combate à extinção das sombras em que se mergulham.

Não se elimina o pântano, atirando-lhe flores.

Os corpos apodrecidos no campo atraem corvos que os devoram.

Essa figura, de alta significação simbológica, é dos mais fortes apelos do Senhor, conclamando os servidores do Evangelho aos movimentos do trabalho santificante.

Em vários círculos do Cristianismo renascente surgem os que se queixam, desalentados, da ação dos perseguidores, obsessores e verdugos visíveis e invisíveis. Alguns aprendizes se declaram atados à influência deles e confessam-se incapazes de atender aos desígnios de Jesus. 

Conviria, porém, muita ponderação antes de afirmativas desse jaez, que apenas acusam os próprios autores. 

É imprescindível lembrar sempre que as aves impiedosas se ajuntarão em torno de cadáveres ao abandono.

Os corvos se aninham noutras regiões, quando se alimpa o campo em que permaneciam.

Um homem que se afirma invariavelmente infeliz fornece a impressão de que respira num sepulcro; todavia, quando procura renovar o próprio caminho, as aves escuras da tristeza negativa se afastam para mais longe. 

Luta contra os cadáveres de qualquer natureza que se abriguem em teu mundo interior. Deixa que o divino sol da espiritualidade te penetre, pois, enquanto fores ataúde de coisas mortas, serás seguido, de perto, pelas águias da destruição. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro Pão Nosso, páginas 77 e 78)

terça-feira, 26 de agosto de 2014

QUEM TEM MEDO DE ASSOMBRAÇÃO, CRÊ NO ESPIRITISMO, MESMO O NEGANDO

   

Assombração é um fenômeno comum em todo o mundo, desde o homem das cavernas. Por superstição, ele é chamado de sobrenatural, mas é natural. Sobrenatural é só aquilo que tem participação direta de Deus, o que, na verdade, nunca acontece, pois Deus atua em nós e na Natureza por meio de seus espíritos encarnados e desencarnados. (Hebreus 1: 14). Os milagres da Igreja têm diminuído, exatamente porque a Ciência, principalmente a espírita, os vem explicando.

Nos fenômenos de assombração verdadeiros, há o envolvimento de um ou mais espíritos. E eles podem ser de efeitos físicos (vozes ou ruídos), de efeitos inteligentes (orais ou escritos, com frases, discursos ou sermões, livros etc.). E, nestes últimos exemplos citados, os fenômenos nem são mais conhecidos como de assombração, mas de mediunidade. São os casos de psicografia e psicofonia (quando o espírito fala usando a boca do médium ou o fenômeno de voz direta). Há também os de composições de músicas e os de pinturas mediúnicas (psicopictografia). Os artistas sabem dessas coisas! E muitos santos da Igreja, entre eles são Tomás de Aquino, tinham contatos com anjos, e anjos são espíritos evoluídos humanos enviados (mensageiros). Apenas a cultura judaico-cristã tenta explicá-los de outro modo, mas não convence mais.

E por que uns creem e outros dizem que não creem em assombração e em fenômenos mediúnicos? Há dois tipos de incrédulos desse gênero: os materialistas e os que não estudam o assunto.

Os materialistas não creem nem em Deus. Eles acham que a vida termina na sepultura. E a crença do materialista é a mais fraca, pois a todo instante, ele encontra fatos e ideias que o deixam em dúvidas. Daí que o materialista é a pessoa mais atormentada por dúvidas existenciais.

Outro tipo de incrédulo desses fenômenos de assombração é o da grande maioria dos que não são médiuns e dos que não estudam o assunto. Então, é pequena a porcentagem da população que crê nesses fenômenos, e grande a dos que não creem. E a essa grande maioria Juntem-se os cristãos e judeus que segam uma lei mosaica (não divina), que proíbe o contato com os espíritos (Deuteronômio capítulo 18). É que os  seguidores dessa lei mosaica confundem, ou fingem que confundem, essa proibição dos contatos com os espíritos com a não existência desses contatos. Ora, se Moisés os proibiu, é porque eles existem! E ele os proibiu de um modo geral, porque as pessoas nada entendiam de mediunidade. A prova disso é que, em outra parte, ele não só os permite, mas os elogia (Números capítulo 11). E Jesus, Tiago, Pedro e João, na Transfiguração, se comunicaram com os espíritos de Elias e Moisés, mortos já havia séculos!

É lamentável que parte da poderosa corrente espiritualista judaico-cristã tenha se unido aos materialistas para combaterem  esses fenômenos que mais podem neutralizar o materialismo! E, como já vimos, é justamente por eles envolverem espíritos, que sua existência foi muito combatida e negada. Mas é o que ensinou o excelso Mestre: “Nada ficará oculto”!

E quem crê nesses fenômenos de assombrações verdadeiros e mediúnicos ou com voz direta, de algum modo é espírita, mesmo que negue sê-lo, pois eles envolvem espíritos!

José Reis Chaves, em coluna publicada no jornal O Tempo (www.otempo.com.br).      


Na TV Kardec do Transição e da Fraternidade Francisco de Assis, Vila Prudente, São Paulo (SP):  www.kardec.tv, às 17h das quintas-feiras, o programa: “O Espiritismo está na Bíblia”, com este colunista. Perguntas: faleconosco@fraternidadeassis.com.br

COM CARIDADE

"Todas as vossas coisas sejam feitas com caridade. - Paulo
(I Coríntios, 16:14)
Ainda existe muita gente que não entende outra caridade, além daquela que se veste de trajes humildes aos sábados ou domingos para repartir algum pão com os desfavorecidos da sorte, que aguarda calamidades públicas para manifestar-se ou que lança apelos comovedores nos cartazes da imprensa. 

Não podemos discutir as intenções louváveis desse ou daquele grupo de pessoas; contudo, cabe-nos reconhecer que o dom sublime é de sublime extensão. 

Paulo indica que a caridade, expressando amor cristão, deve abranger todas as manifestações de nossa vida.

Estender a mão e distribuir reconforto é iniciar a execução da virtude excelsa. Todas as potências do espírito, no entanto, devem ajustar-se ao preceito divino, porque há caridade em falar e ouvir, impedir e favorecer, esquecer e recordar. Tempo virá em que a boca, os ouvidos e os pés serão aliados das mãos fraternas nos serviços do bem supremo. 

Cada pessoa, como cada coisa, necessita de contribuição da bondade, de modo particular. Homens que dirigem ou que obedecem reclamam-lhe o concurso santo, a fim de que sejam esclarecidos no departamento da Casa de Deus, em que se encontram. Sem amor sublimado, haverá sempre obscuridade, gerando complicações.

Desempenha tuas mínimas tarefas com caridade, desde agora. Se não encontras retribuição espiritual, no domínio do entendimento, em sentido imediato, sabes que o Pai acompanha todos os filhos devotadamente.

Há pedras e espinheiros? Fixa-te em Jesus e passa. 

(Emmanuel [espírito] através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Pão Nosso, páginas 75 e 76)