Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 16 de março de 2016

SOCIOLOGIA


Por José Carlos Leal, no livro "Em Busca de Mundos Maiores", replicado diretamente do site O MENSAGEIRO.

Vamos definir aqui a palavra Sociologia como a ciência que estuda o fato social ou do modo como as sociedades se comportam, como são formadas e como se desenvolvem no tempo (Sociologia histórica).

Vamos ponderar sobre nossas considerações a respeito do estudo da família, definida como um grupo social primário ou célula mater da sociedade. A sociologia tradicional afirma que a família é uma criação divina e toma o mito de Adão e Eva como uma verdade absoluta, ou seja, Adão e Eva foi o primeiro casal que deu origem à primeira família humana.

Seguindo o pensamento católico, segundo o qual a alma não preexiste ao nascimento, isto é, cada alma seria criada no momento da concepção. Estudo da sociologia abandona os aspectos transcendentes e se desenvolve a partir dos textos teóricos das autoridades sobre o assunto.

Assim, segundo essa orientação, os seres humanos se reúnem em famílias e formam sociedades por causa de uma espécie de um instinto gregário, que também existe no animal, mas que, no homem, atingiu um grau mais complexo. Foi em virtude desse gregarismo, que o pensador grego Aristóteles de Estágira definiu o homem como um animal social, ou seja, um animal que só pode viver em um grupo social.

Confirmando a tese de Aristóteles encontramos em O Livro dos Espíritos a seguinte passagem:

Certamente Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não deu ao homem, inutilmente, a palavra e todas as faculdades necessárias à vida de relação. O insulamento é, portanto, à lei da natureza uma vez que, por instinto, os homens buscam a vida social e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente. O homem deve progredir e por isso necessita da vida social, isolado, ele se embrutece e estiola. (Kardec, Allan. Livro dos Espíritos, Questão 766 e seguintes).

O Espiritismo modifica sensivelmente este conceito de família. Em primeiro lugar, amplia-o, levando-o além dos laços consanguíneos. Por isso Jesus diz em seu Evangelho: “Quem é a minha mãe, quem são meus irmãos? Qualquer um que fizer a vontade de meu pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe”. Este novo conceito de família apresentado por Jesus parte do pressuposto de que Deus existe e nos criou a todos, sendo por isso nosso pai e nós todos os irmãos em Deus. Esta noção é fundamental porque constitui a necessidade de estabelecermos laços fraternais não só com o nosso irmão de sangue mas também com todos os homens, estejam eles onde estiverem, tenham eles a raça que tiverem.

Se esse conceito fosse trabalhado pelos educadores com eficiência e constância, por certo, a violência diminuiria, as agressões políticas com as guerras, as revoluções e o terrorismo teriam um fim uma vez que não tem sentido encarar como inimigo um irmão. Desenvolveria em nós o sentimento de solidariedade e não mais veríamos o homem sem-teto, jogado ao relento como um problema social, mas como um irmão que necessita de nossa ajuda, um filho de Deus como nós mesmos. A nossa cultura, ao contrário, estimula a competição e nos faz ver o outro como um adversário e, às vezes, inimigo na luta pela vida.

O educador espírita além de buscar construir caracteres com base na ética do Cristo, levará em consideração, ao lecionar, a ideia da reencarnação e da relação entre os dois planos: o espiritual encarnado e o desencarnado. Com essas duas noções, a família ganharia um novo sentido, mais rico e bem mais interessante.

A ideia da reencarnação, conforme a Doutrina Espírita, mostra-nos com clareza que a família é o espaço em que espíritos se reencontram para a reciclagem de suas emoções. Como nos lembra Hermínio Correia de Miranda, nossos filhos são espíritos e não o resultado da vitória de um espermatozoide que, vencendo a corrida em direção ao óvulo, chegou primeiro e conseguiu fecundá-lo.

Isto é verdade, mas não é só isso, essa seria a base biológica, porém a vida não se reduz ao fato biológico. Nossos filhos não nasceram em nossa família por acaso. Havia uma necessidade deles e nossa para estarmos juntos nesta atual encarnação. Isso explica as diferenças entre dois irmãos de sangue que nasceram, cresceram e foram educados em uma mesma família. Explica também o fato de o pai ou a mãe preferir, embora não admita, um filho a outro. Por certo, o filho querido é um espírito que possui mais afinidade com o pai ou com a mãe e que já viveram juntos em outras vidas, ao passo que o filho menos amado, poderia ser um inimigo de um dos genitores, e reencarnou naquele grupo para poder diminuir o ódio que havia entre eles. Sugiro ao leitor interessado neste assunto a leitura, da obra, Missionários da Luz, especificamente o capítulo intitulado de “A Encarnação de Segismundo”.

A leitura espírita da sociologia também dá conta das desigualdades sociais. Ricos e pobres; exploradores e explorados; senhores e escravos; ociosos e trabalhadores; artistas e homens de ciência são diversas posições ocupadas por espíritos de acordo com o estado evolutivo ou com a necessidade de progresso. Essa leitura não exclui necessariamente as leituras materialistas, mas pode completá-las perfeitamente.

Quando o professor espírita, lecionando Sociologia necessita lembrar a célebre dicotomia de Marx, exploradores e explorados uma vez que é impossível negá-la; entretanto, pode levantar a tese de que os exploradores de uma vida podem ser os explorados em outra. E que o espírito é um ator que vive papeis diferentes nos dramas da vida. Reis, rainhas, presidentes, ditadores, mendigos, sem-terra e sem-teto vagando pelas ruas são performances dos espíritos. Por esse motivo, essas diferenças ainda nos são úteis em um planeta como a Terra que se classifica entre os mundos de provas e expiações. Com isso, as dores do mundo ganham um novo significado. Não são estados aleatórios, mas estações na caminhada dos espíritos em busca dos mundos maiores.

Como se pode ver, uma Sociologia que teve em consideração as idéias espíritas tem o seu âmbito extremamente ampliado e muitos dos aspectos da vida social que não são explicados pelas teorias materialistas, podem ser por elas explicados.

Por fim, gostaríamos de abrir aqui um espaço para discutirmos a existência de uma sociedade de espíritos desencarnados. As obras de André Luiz, nos mostram com meridiana clareza a vida social entre os espíritos chamados por nós de mortos, mas que, de fato, se encontram vivos e muito bem vivos. Além disto, eles influenciam em nossa vida, em nossos hábitos, em nossas atitudes e até mesmo em nossos pensamentos que não estão ao abrigo desses seres invisíveis aos nossos olhos. Se nos fosse possível, nas aulas de sociologia, incluirmos um espaço para a discussão desta outra sociedade, por certo, prestaríamos um grande serviço aos nossos alunos.                     


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