Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O SONHO DE UMA SOMBRA - UM POEMA DE PÍNDARO

A sorte dos mortais
cresce num só momento;
e um só momento basta
para a lançar por terra,
quando o cruel destino
a venha sacudir.
 
Efêmeros! que somos?
que não somos? O homem
é o sonho de uma sombra.
Mas quando os deuses lançam
sobre ele a luz,
claro esplendor o envolve
e doce é então a vida.


Ser o sonho de uma sombra. Píndaro nesses versos respira o destino que está nas mãos dos deuses, sendo a sorte humana lançada nas mãos deles. Mas volto: ser o sonho de uma sombra. Ser o que uma sombra sonha é ser o efêmero. É mais: é ser a afemeridade do efêmero. Não é ser a sombra - é muito mais denso ou ainda muito mais efêmero - é ser o sonho dela, ou melhor, é ser o transitório do que em si não tem luz, portanto nem mesmo se vê e nem escolhe [é o ser homem]. A efemeridade está muito antes do que se imagina. É estar envolto à pergunta sem resposta: "quem somos? quem não somos?".

Mas Píndaro fala também dos deuses; estes podem lançar luz ou escuridão ao sonho da sombra, pois nós só sabemos do que pode vir - que apenas sabemos ser incerto. A sorte é o porvir que não se sabe. Para nós quem poderiam ser os deuses? Para ele parece ser o próprio destino - a própria sorte que não se desvenda jamais. Suportar o destino é viver os deuses. É estar por um fio, é saber que tudo pode acabar em um só momento - em um segundo. 
(Jefferson Bessa)

Publicado originalmente AQUI.

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