Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

SALÁRIOS

E contentai-vos com o vosso soldo. - João Batista
(Lucas, 3:14)
A resposta de João Batista aos soldados, que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e bom senso. 

Muita gente se perde através de inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos problemas de remuneração na vida comum. 

Operários existem que reclamam salários devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro, convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia, quando não seja em mártires de representações e banquetes. 

Há homens cultos que vendem a paz do lar em troca da dilatação de vencimentos.

Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutáveis Desígnios.

Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros divinos. 

Se um homem permanece consciente quanto aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo. 

Desde muito, esclarece a filosofia popular que para a grande nau surgirá a grande tormenta. Concentrar-se cada servidor com o próprio salário é prova elevada compreensão, ante a justiça do Todo-Poderoso. 

Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do Céu.

(Emmanuel - espírito - através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro "Pão Nosso", capítulo 5, páginas 23 e 24. Obra editada pela FEB) 


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SOMOS BORBOLETAS

Gustavo Henrique, o Gu, é filho de uma sobrinha muita querida, portanto meu sobrinho-neto. Perspicaz, inteligente, observador, como toda criança de 7 anos normalmente o é, pinçou junto com sua mãe duas pérolas, conforme abaixo. Os assuntos envolvidos mexeram comigo e decidi entrar nessa seara e escrever abertamente a ele uma carta... Uma carta de amor, amor pela vida, com o intuito de auxiliá-lo em seus discernimentos que serão contínuos ao longo de sua existência. 



Gu, Saúde & Paz, Força & Fé, hoje e sempre em sua vida. Que a Paz do Mestre Jesus, que já foi criança como você encontre sempre guarida em seu coração e mente. 

Com certeza você conhece, ou por ter visto ao vivo, ou em desenhos, ou em livros, as borboletas, né? Elas são lindas.

Leves, coloridas, estão sempre às voltas com flores, rosas, jardins, colorindo a vida de quem tem o privilégio de observá-las. Para que um jardim se encontre completo é necessário a presença delas, pousando de flor em flor, alimentando-se e por conseguinte ajudando na multiplicação da vida, através de um processo chamado de polinização (peça ao seus pais para pesquisarem com você a respeito, é muito legal).


Mas, o que isso tem a ver com o fato da dúvida apresentada por você se nós nascemos de novo, não é mesmo? Vou tentar lhe explicar valendo-me do ciclo de vida da borboleta, tá bem? 

Repare no desenho acima... Comece pelo ovo e observe que antes de virar uma linda e bela borboleta ela passa pela fase da lagarta, depois pela fase da pupa (casulo) e só depois ela se transforma... Isso, Gu, se chama metamorfose e nós Gu, também somos parecidos...

Quando nosso pai e nossa mãe decidem que querem ter um filho, eles se unem e de uma sementinha do seu pai, e de uma sementinha de sua mãe, forma-se um OVO (e uma linda borboleta em essência passa a viver nesse ovo - mais a frente no texto você vai entender). 

Esse ovo fica guardadinho dentro da barriga da mamãe, e Gu, de uma maneira sensacional ele começa a se dividir, e de divisão em divisão, ele vai se transformando em um bebê. Tudo isso, dentro da barriga da mamãe... Aconteceu com você, comigo, com sua mãe, com seu pai, com a Sophia e com a Laurinha também.  

Depois de um tempo, aquele ovo deu origem a uma linda criança, que dentro da barriga da mamãe avisa que está na hora de nascer, de virar LAGARTA. 
Lagarta precisa comer, tomar água, movimentar-se para viver, e é isso que fazemos Gu. Por isso nossa mãe e nosso pai cuidam tanto de nós, para que possamos andar pelo mundo, ir a escola, jogar futebol, brincar com os avós, com os tios, fazer amizades, rir, chorar, machucar, namorar, iludir, desiludir, sentir frio, calor, amor, paz, saudades, e até algumas tristezas. Isso Gu é a vida aqui na Terra...

Depois de um tempo, que para uns pode ser de 90 anos, para outros de 10 anos, para outros de 50 anos, (nunca sabemos quanto tempo), precisamos deixar de sermos Lagartas, pois o que nos espera no ciclo da vida é a PUPA. 
A pupa querido é aquilo que os adultos chamam de morte, é quando alguém deixa de conviver conosco e vira uma estrelinha como seu Avô Fernando e sua Bisavô Irani. Precisamos ficar um tempo no casulo, nos preparando para enfim virarmos borboletas. É na pupa Gu que aquilo que aprendemos e que fizemos nos servirá de alimento e o tempo de ficarmos assim aprisionados depende do quanto de coisas boas e bacanas que fizemos. Quanto mais coisas boas e bacanas, menos tempo ficamos assim, "empupados" (nem sei se existe essa palavra). 
Depois de um tempo, que para cada um é somente seu, viramos definitivamente borboletas, (sabe estrela cadente? é uma pupa virando de vez borboleta e saindo a voar) pois é isso que somos em essência (peça sua mãe ou seu pai lhe mostrar um perfume, respire e sinta o cheiro gostoso, isso é a essência, ou seja não é o líquido, nem o frasco, mas o aroma), somos livres, coloridos, prontos para visitarmos os jardins novamente, e os jardins Gu, são os corações das pessoas que amamos, e até daquelas que não aprendemos a amar enquanto éramos lagarta, mas que agora como borboletas podemos amar. 

Às vezes Gu o nosso tempo como lagarta não nos permitiu que conhecêssemos todo o jardim e ficamos presos apenas a uma árvore e por isso, deixamos de ser borboletas fisicamente apenas (lembre-se que na essência nós somos sempre borboletas) e pedimos para que outra mãe e outro pai, ou mesmo os mesmos que tivemos antes, para gerarem outro ovo, aí entramos nele e ele crescerá e depois nascerá e como já sabemos tudo que tem naquela árvore procuraremos outras, e depois vamos para a pupa e depois viraremos borboletas de novo, e de novo ovo, e assim até que como lagartas tenhamos conhecido todo o jardim, que é o universo criado por um Papai do Céu cheio de amor, de harmonia e de paz.

Participar do ciclo da vida Gu é uma oportunidade que o Papai do Céu nos dá para que possamos aproveitar tudo que tem no jardim... As flores brancas e amarelas, vermelhas e azuis, rosas, pé de manga, de jabuticaba, de laranja, ou seja uma vez só como lagarta não dá tempo de ver tudo, entendeu? É um presente... um lindo presente de amor! 

Importante Gu... 
Não se preocupe com o tempo das coisas, mas acima de tudo com a intensidade delas... Não importa quanto tempo eu, sua vó Márcia, sua vó Salima, seu Vô Antônio, suas tias, suas irmãs, seu pai e sua mãe estarão aqui ao seu lado, preocupe-se em estar com eles sempre bem, sempre alegre, sempre lembrando-os que você os ama e que você gosta de se sentir amado por eles... 
Guarde isso Gu... TEMPO É UMA QUESTÃO DE PRIORIDADE!

Ah! Já ia me esquecendo... Tem futebol sim do outro lado, só que não existe nem empate e nem derrota... todos ganham! Não pergunte como, só sei que é assim...



Gú Querido... Você que chegou há pouco do lado de lá sabe como poucos que a morte apenas faz com que mudemos de endereço. 
Mas a saudade querido é mesmo às vezes de matar. Sabe o melhor que você pode ensinar para sua mãe nesses momentos? 
Que ela escolha na memória os bons instantes vivenciados ao lado do Vô Fernando, que ela lembre sempre do quanto ele a amava, do quanto ele era prestativo e acima de tudo do quanto que ele gostaria que fosse diferente algumas coisas, é claro...
Mas acima de tudo, Gu, lembre a sua mãe que no reencontro eles poderão analisar o que fizeram como lagartas juntos e como borboletas voejarem por jardins lindos espalhados por todo o universo. 
Ah, Gu, lembre a ela também que ele agora é uma borboleta, livre das amarras que o mantinham como uma lagarta vinculada a apenas uma árvore e quando tiver outra oportunidade de virar outro ovo e outra lagarta ele não se esquecerá disso e procurará outras flores do jardim. 
Gu, quando quiser perguntar alguma coisa, não se acanhe...
Com amor... Tio Emerson!



VOCÊ COM VOCÊ

Abaixo destacamos alguns fragmentos do livro: Você com Você, escrito por Marcos Leão, ditado por Calunga (Espírito). Obra editada pela Casa dos Espíritos Editora. 
A publicação desses "pedaços" não substituem a importância de uma leitura integral, servindo apenas de aperitivo para aguçar a vontade dos leitores. 
Com uma linguagem coloquial e de fácil entendimento, Calunga expressa opiniões e perspectivas para diversos dilemas éticos e morais que vivenciamos na atualidade, mostrando que é possível provocarmos modificações em nossa conduta desde que saibamos alterar a nossa maneira de pensar e enxergar o mundo. 
Agradeço à amiga Josiane pela indicação, entendendo que em minhas abordagens nos estudos que apresento em Casas Espíritas, após a leitura do livro, percebo muito do Calunga em mim. Fiquei feliz com isso. 


- "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível." (Mateus 17:20)
A força denominada fé, à qual Jesus atribui tamanho poder, traz em seu bojo outros elementos, que a fazem ter tanto alcance. Determinação, vontade, dinamismo, alegria, inovação e perseverança são alguns desses ingredientes, que, reunidos na máxima do rabi galileu, são capazes de operar prodígios, por menores que pareçam ser.

- "'Entra no gozo do teu Senhor', (Mateus 25:21,23) satisfaça-se ao contemplar a presença dele em sua intimidade. Tenha a alegria de conhecer-se e perceber quais são seus sonhos. Aproveite este momento de reencontro consigo mesmo, processo que compensa todo o esforço do caminho e que descortina o propósito para o qual você foi criado, que é ser feliz.'Entra no gozo do teu Senhor'".

- Amadurecer é adquirir desenvoltura frente a qualquer obstáculo, pois a alma preexiste, sobrevive e é mais forte que os obstáculos; eles passam, enquanto ela permanece a brilhar nos palcos do universo.

- Aquele que quiser ser maior tenha a coragem de se fazer menor. Menor em seu egocentrismo e maior em sua condição de ser útil à sociedade como um todo, à humanidade.



-  Aos olhos de muitos, o que é tido como grande, maior, exitoso é considerado a melhor situação, por isso desejado e invejado. Guerras, disputas e crimes são muitas vezes levados a termo porque se quer ser "maior" à força, por meio da violência, ou porque se entende que ter isso ou aquilo torna "maior" quem o possui. Mas o essencial realmente escapa aos olhos, uma vez que não está fora da pessoa, não é passível de ser tomado ou usurpado; é uma conquista interna.



- Num mundo onde um número tão grande de pessoas leva a vida pautada por valores discordantes da ética, é preciso muito critério e serenidade a fim de escolher o melhor caminho. Com a ressalva de que neste caminho só existe o errar menos, uma vez que nossa formação humana não só e suscetível ao erro, como é ele parte do aprendizado. Ou seja, não espere perfeição; lide de maneira mais leve com o fato de que nem você - nem ninguém - é infalível.




- (...) não tente conciliar o inconciliável, levando adiante duas situações incompatíveis, por receio de tomar uma decisão de modo resoluto. Melhor é a decisão, ainda que isso lhe exija pagar um preço, do que eximir-se de decidir e optar.


-  (...) ateu que reverencia a vida com gratidão e entusiasmo produz muito mais felicidade do que religioso que se cobre de cinzas e veste o manto da tristeza.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

ESTIVE PENSANDO: SERVIR VALE A PENA!



São nos momentos de dúvida que o silêncio grita dentro de mim. 

São nos momentos de desassossego que a quietude mexe comigo.
São nos momentos de reflexão que a realidade me salta aos olhos. 
São nos momentos de tristeza que a alegria insiste em me visitar. 
São nos paradoxos da existência que tenho encontrado o caminho certeiro. 
São nas manifestações materiais mais transitórias que encontro a importância do cultivo dos valores permanentes. 
São nas dificuldades dos relacionamentos que nos norteiam a existência que percebo que estar sozinho pode até evitar algumas dores, mas não exclui o sofrimento. 
É na busca incessante para que eu possa entender "o que sou?", "porque sou?" e "para que sou?" que encontro a paz que clareia as minhas dúvidas, alivia meus desassossegos, ilumina minhas reflexões, relativiza minhas tristezas e me aponta que a melhor maneira de viver, ainda que não seja a mais fácil, é fazê-lo na perspectiva do outro, respeitando ainda que não concorde, rompendo ainda que seja dolorido, construindo ainda que seja efêmero, apoiando ainda que seja contrário, servindo consciente de que as consequências serão mais edificantes se caso contrário a opção fosse em buscar ser servido.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ANTES DE SERVIR

Bem como o Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir. - Jesus (Mateus, 20:28.)
Em companhia do espírito de serviço, estaremos sempre bem guardados. A Criação inteira nos reafirma esta verdade com clareza absoluta. 

Dos reinos inferiores às mais altas esferas, todas as coisas servem a seu tempo. 

A lei do trabalho, com a divisão e a especialização nas tarefas, prepondera nos mais humildes elementos, nos variados setores da Natureza. 

Essa árvore curará enfermidades, aquela outra produzirá frutos. Há pedras que contribuem na construção do lar; outras existem calçando os caminhos. 

O Pai forneceu ao filho homem a casa planetária, onde cada objeto se encontra em lugar próprio, aguardando somente o esforço digno e a palavra de ordem para ensinar à criatura a arte de servir. Se lhe foi doada a pólvora destinada à libertação da energia e se a pólvora permanece utilizada por instrumento de morte aos semelhantes, isto ocorre por conta do usufrutuário da moradia terrestre, porque o Supremo Senhor em tudo sugere a prática do bem, objetivando a elevação e o enriquecimento de todos os valores do Patrimônio universal. 

Não olvidemos que Jesus passou entre nós, trabalhando. Examinemos a natureza de sua cooperação sacrificial e aprendamos com o Mestre a felicidade de servir santamente.

Podes começar hoje mesmo.

Uma enxada ou uma caçarola constituem excelentes pontos de início. Se te encontras enfermo, de mãos inabilitadas para a colaboração direta, podes principiar mesmo assim, servindo na edificação moral de teus irmãos. 

(Emmanuel - espírito, através de Francisco Cândido Xavier, no livro: Pão Nosso, lição 4, páginas 21 e 22, editora da FEB.)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

ESTIVE PENSANDO: VÍCIOS NA VISÃO ESPÍRITA



O Espírito da Verdade nos recomenda em mensagem contida no 6º capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo, produzido por Allan Kardec, que busquemos em primeiro lugar o amor (amai-vos) e depois o conhecimento (instruir-vos). É por isso que os adeptos da doutrina espírita tem por princípios dizer que são estudiosos do tema, uma vez que o processo de aprendizagem é dinâmico, constante, ininterrupto e acontece em ambos os planos da nossa existência.

Todos os temas que abordamos em casas espíritas, cuja praxe é ter sempre estudos e palestras públicas seguem a base de que devamos buscar com os mesmos, consolar os corações e iluminar as consciências, promovendo reflexões que levem a todos a interferências em suas vidas com vistas ao entendimento dos porquês e por conseguinte a diminuição de sofrimentos. 

Os estudos são solidificados desde que seja considerado o tríplice aspecto do Espiritismo: ciência (como?), filosofia (porquê?) e religião (para quê?), pois entende-se que apenas um raciocínio que contemple essas lógicas possa estar mais completo, pois elimina dogmas, personalismos e interpretações passionais levado a cabo por interesses pessoais e até por afinidade com um só aspecto em detrimento da ideia geral. 
Importante também salientar que os princípios fundamentais da doutrina abaixo elencados, alicerçam o entendimento a ser apresentado, sob pena de divergências com aqueles que não os consideram e partem de outras bases científicas, filosóficas e religiosas, que tratam o assunto de uma ótica diferente e por conseguinte com chances de desencontros conceituais.
Princípios Doutrinários:
 1 - Deus;
 2 - Jesus;
 3 - Espírito;
 4 - Perispírito;
 5 - Evolução;
 6 - Livre-arbítrio;
 7 - Lei de Causa e Efeito;
 8 - Reencarnação;
 9 - Pluralidade dos Mundos Habitados;
10 - Imortalidade da Alma;
11 - Vida Futura;
12 - Plano Espiritual;
13 - Mediunidade;
14 - Influência dos Espíritos na Nossa Vida;
15 - Ação dos Espíritos na Natureza.

Em resposta às perguntas do Codificador, os Espíritos asseveraram que " (...) não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã (...)", conforme consta em O Livro dos Espíritos, pergunta 793. Essa resposta nos mostra que nossa missão neste planeta maravilhoso é lutarmos para erradicarmos nossos pensamentos e ações viciantes e em seu lugar praticarmos a caridade, que na própria definição dos Irmãos Superiores, é a "benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas", conforme resposta à pergunta 886, de O Livro dos Espíritos. 
Vício por definição é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. Seu oposto é a virtude, que se caracteriza por hábitos constantes que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. 


Minha intenção não é limitarmos nossa análise aos vícios mais gritantes de nossa sociedade atual, tais como cigarros, bebidas, jogos, sexo, drogas lícitas e ilícitas dentre outras manifestações, buscando aumentar o desconforto e fustigar os envolvidos nesses processos, mas mostrar que podemos refletir sobre as gêneses dos pensamentos que antecipam nossas ações se entendermos que ao nos concentrarmos em pensamentos, práticas e ações virtuosas diminuímos a pressão sobre as tendências viciosas que carregamos. 

Sete Virtudes e seus opostos

Castidade = abraçar a moral de si próprio e alcançar a pureza de pensamento através de educação e melhorias, seu oposto é a luxúria. 

Generosidade = dar sem esperar receber, uma notabilidade de pensamentos e ações, seu oposto é a avareza;

Temperança = constante demonstração de uma prática de abstenção, seu oposto é a gula;

Diligência = ações trabalhos integrados com a própria fé, seu oposto é a preguiça;

Paciência = resistência a influências externas e moderação da própria vontade, seu oposto é a ira;

Caridade = auto-satisfação, compaixão, amizade e simpatia sem causar prejuízos, seu oposto é a inveja;

Humildade = comportamento de total respeito a Deus, e em segundo lugar ao próximo, seu oposto é a soberba.

Margareth Mead, antropóloga americana conclui após estudos que "a virtude é quando se tem a dor seguida do prazer, e o vício é quando se tem o prazer, seguido de dor."

Mateus registrou em seu evangelho no capítulo 15, versículo 11, as seguintes palavras do Mestre Jesus: "o que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem." 

Hammed, espirito amigo que se manifesta através da psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, médium do interior paulista, no livro "As Dores da Alma" expõe de maneira clara a questão dos vícios e destacamos abaixo alguns fragmentos que, evidentemente, não dispensam a leitura da obra para que se tenha um entendimento mais abrangente:

"Nosso modo de ser no mundo está sendo moldado por nossas atitudes interiores; aliás, estamos, diariamente, aprendendo como desenvolver atitudes cada vez mais adequadas e coerentes em favor de nós mesmos."

"O temor das provas e dos perigos naturais da caminhada terrena pode nos levar a uma suposta fuga."

"Os vícios ou hábitos destrutivos são sem síntese, métodos defensivos que as pessoas assumiram nesta existência, ou mesmo trazem de outras encarnações, como uma forma de inadequada de promover segurança e proteção."

"(...) todo excesso é produto de uma viciação em andamento."

"(...) viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas e substâncias."

"A ociosidade pode ser considerada, ao mesmo tempo, causa e efeito, de todos os vícios."

"Disse certa feita Sócrates: não é ocioso apenas o que nada faz, mas também o que poderia empregar melhor o seu tempo. A ociosidade e uma porta que se abre para os vícios, é uma casa sem paredes; as serpentes podem entrar nela por todos os lados."

No fundo a questão está vinculada aos hábitos. Devemos investigar os mesmos, pois encontraremos respostas que nos auxiliarão na retomada de nossas vidas, pois poderemos modificar aqueles que pela maneira como o utilizamos tem construído muros em nossa caminhada, por aqueles que constroem trincheiras e pontes que nos auxiliam na passagem. 

Busquemos pensamentos, ações e práticas virtuosas e para isso sigamos os exemplos e ensinamentos do Mestre Jesus, e acredite que ele estará conosco nessa luta, pois prometeu que com seus discípulos estaria até os confins do tempo. 

(Texto base para palestras ministradas no Grupo da Fraternidade Espírita Francisco de Assis em 08/02/2014, no Centro Espírita Casimiro Cunha em 11/02/2014, na Fraternidade Espírita Luz, Bondade e Verdade em 17/02/2014 e no Centro Espírita Nova Luz em 19/02/2014).