Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 17 de abril de 2018

A ÉTICA E A MATEMÁTICA

É possível, caro leitor, definir o valor de um homem usando a Matemática? 

Pois foi exatamente isso que fez Al-Khwarizmi, ilustre matemático persa do século IX. 

Pediram-lhe falar sobre o ser humano. Ele respondeu: 

– Podemos montar uma equação: Se um homem tiver ética, ele é = 1.

Se inteligente, acrescente um zero. Será = 10.

Se rico, outro zero. Será = 100.

Se belo, mais um zero. Será = 1.000.

Mas, se perder a unidade, o um correspondente à ética, restarão apenas zeros.

Inteligência, riqueza e beleza geralmente distinguem pessoas famosas em seu setor de atividades. Não obstante, todo o mal do mundo repousa no fato de faltar à maioria valores éticos a orientar sua conduta.

Há homens de grande inteligência, ocupando cargos importantes, mas cometendo toda sorte de arbitrariedades.

Há empresários e políticos riquíssimos, comprometidos com a corrupção.

Há mulheres famosas pela beleza, mas usando-a como recurso de sedução, a fim de alcançarem prestígio e notoriedade.

Sob o ponto de vista humano, são vitoriosos.

Espiritualmente situam-se como candidatos certos a estágios depurativos em regiões umbralinas, quando desencarnarem, aprendendo, à custa de muito sofrimento, que, sem ética, seus sucessos foram zeros, perdidos nas ilusões do mundo.

Conforme o Dicionário Houaiss, ética seria o “conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade”.

Oportuno lembrar: não vivemos em ilha deserta. Na vida em sociedade situamo-nos num círculo imenso de pessoas, onde, por princípio básico de civilidade, devemos respeitar regras instituídas, princípios éticos, a fim de convivermos pacífica e proveitosamente.

Há um probleminha.

Dizia Martin Luther King que nosso mundo é orientado por um relativismo ético. Se a maioria adota determinado comportamento, ele passa a ser o correto.

Em tempo de segregação racial, nos Estados Unidos, a ética da sociedade preconceituosa dizia que o negro não podia entrar num clube, escola, cinema ou qualquer outro recinto reservado aos brancos. Homens zero desfrutavam de direitos negados a homens discriminados pela cor da pele, embora debaixo dela fossem todos absolutamente iguais.

No século XIX, bem próximo, era ético ter escravos. Hoje é prática abominável, passível de punição pela autoridade constituída.

Em tempos bíblicos, o adultério era punido com a morte dos envolvidos. Na atualidade deixou de ser crime, e é largamente exercitado por ambos os sexos, em demonstração de virilidade e autoafirmação.

Em décadas passadas era antiético tatuar o corpo, iniciativa própria dos criminosos nas prisões, como uma espécie de distintivo. Hoje essa iniciativa é encarada como maquiagem definitiva e faz a fortuna dos tatuadores, atendendo à demanda, principalmente entre os jovens.

Acima desse relativismo, apontado por King, haverá o princípio ético atemporal e universal, que sirva para todos os tempos e todas as sociedades?

Sem dúvida! Está entre nós há dois mil anos, formulado por Jesus. O princípio capaz de organizar e pacificar qualquer sociedade, permitindo que vivamos em paz em qualquer situação.

Está contido em o Sermão da Montanha, capítulos 5 a 7, do Evangelho de Mateus. São poucas páginas de o Novo Testamento, mas com material para uma vida de reflexões e uma orientação de caráter eterno e universal.

Deveríamos ler diariamente essas páginas iluminadas, apresentadas com a simplicidade da sabedoria autêntica e a profundidade da verdade revelada.

Cumprindo-as, estaremos colocando a unidade ética à frente de todos os valores humanos, habilitando-nos a “notas altas” nos testes que a vida nos impõe, frequentemente.

Ainda que não tenhamos vocação para a reflexão mais apurada, um versículo apenas, se observado com fidelidade e persistência, nos garantirá ótimo aproveitamento ético.

É quando Jesus afirma:

“Assim, tudo quanto quereis que os homens vos façam, assim também fazei vós a eles[…]” (Mateus, 7:12). 

Texto publicado originalmente no site da FEB

PLENIFICAÇÃO ÍNTIMA

Poderás, se quiseres, transformar o mundo para melhor, desde que te empenhes com decisão na mudança do próprio comportamento, alterando o conceito sobre os valores que atribuis às coisas, assim como às experiências existenciais.

Não te preocupes em liderar uma revolução — social e econômica, cultural e ética, filosófica e científica, moral e religiosa - que poderia alterar os alicerces da Humanidade.

Quase sempre, aqueles que aspiram pelo progresso da sociedade supõem que as modificações dos grupos humanos se darão de cima para baixo, através de decretos e leis impostas que gerem fortuna e bem-estar, justiça social e harmonia.

Certamente, esse é o recurso mais elevado do processo da evolução, que um dia produzirá resultados excelentes. Isso, porém, quando a civilização conseguir expulsar dos seus quadros o egoísmo e os seus famanazes companheiros, tais a presunção, a violência, o amor próprio, o orgulho, a hediondez moral... Somente assim haveria governos nobres e sábios, cumpridores dos estatutos dos direitos e deveres humanos.

São as paixões perturbadoras que reúnem os indivíduos nos grupos que se hostilizam reciprocamente, em face dos interesses mesquinhos a que se entregam, gerando conflitos e fomentando os ódios, que envenenam as criaturas...

Por essa razão, a tarefa insuperável, para este momento, é a do autoburilamento, da revolução íntima, para o encontro com a consciência lúcida e responsável, que poderá qualificar a paisagem evolutiva do ser.

Todo empenho aplicado na reforma moral dos hábitos perniciosos, e a consequente adoção de outros edificantes, faz-se o passo decisivo para a construção de um mundo harmônico, qual aquele que aspiras.

Se examinares as vidas dos mártires, constatarás que, inicialmente, eles trabalharam pela própria integração nos ideais que abraçavam, renovando-se e renunciando ao comportamento dissipador, insensato, no qual antes se movimentavam.

Os lutadores da Ciência, de tal forma acreditam no próprio esforço, que ainda enfrentando vicissitudes e antagonismos dão prosseguimento às suas experiências, até lograrem alcançar as metas ambicionadas. E, mesmo depois do êxito, não se detêm no aplauso ou na glória.

Todos os heróis se empenham na execução dos planos que elaboram, dominados pelo entusiasmo, vivendo os processos de que se utilizam nos programas que propõem.

Sem a adesão do indivíduo, o grupo social permanece inalterado. A célula é a base do conjunto, no qual constitui o órgão; mas, sem harmonia, a aglutinação se desarticula.

Provavelmente não encontrarás, no momento, ouvidos que te escutem ou mentes sérias que te recebam as proposições em torno do Bem.

Se eles estão fartos, aqueles que se relacionam contigo, dificilmente desejarão mudanças.

Se se encontram esvaziados intimamente, o seu pessimismo e frustração quiçá não te darão ouvidos.

Se padecem carência de qualquer matiz, desejarão reconforto e solução apressada.

Todavia, se te renovas e te iluminas interiormente, mantendo o otimismo e a bondade em todos os momentos, tornar-te-ás motivo de interesse, enquanto os impregnarás com os títulos de enobrecimento, irradiando saúde e felicidade, que os farão mais plenos.

Esse mecanismo funcionará, trabalhando cada criatura, que se sentirá ditosa, fraternalmente interessada por aqueles que permanecem na retaguarda da miséria e do sofrimento.

Trabalha-te, pois, sem cessar, despreocupado pelos resultados imediatos.

Jesus, planejando a construção do Reino dos Céus na Terra, fez-se modelo de amor e, impregnando cada ser que d'Ele se acercava, vem alterando os rumos da Humanidade, que lentamente abandona a sombra, supera a ignorância e avança no rumo glorioso do Infinito.

Ilumina-te, desse modo, amando e educando, consciente de que, se quiseres, modificarás, com a tua atitude de amor, o mundo no qual hoje transitas.








Divaldo Pereira Franco pelo espírito Joanna D'Ângelis no livro: Desperte e sejas feliz. 

SERVICINHOS

"Antes sede uns para com os outros benignos" - Paulo (Efésios, 4:32.)
Grande massa de aprendizes queixa-se, por vezes, da ausência de grandes oportunidades nos serviços do mundo.

Aqui, é alguém desgostoso por não haver obtido um cargo de alta relevância; além, é um irmão inquieto porque ainda não conseguiu situar o nome na grande imprensa.
 
A maioria anda esquecida do valor dos pequenos trabalhos que se traduzem, habitualmente, num gesto de boas maneiras, num sorriso fraterno e consolador…

Um copo d’água pura, o silêncio ante o mal que não comporta esclarecimentos imediatos, um livro santificante que se dá com amor, uma sentença carinhosa, o transporte de um fardo pequenino, a sugestão do bem, a tolerância em face de uma conversação fastidiosa, os favores gratuitos de alguns vinténs, a dádiva espontânea ainda que humilde, a gentileza natural, constituem serviços de grande valor que raras pessoas tomam à justa consideração.

Que importa a cegueira de quem recebe? Que poderá significar a malevolência das criaturas ingratas, diante do impulso afetivo dos bons corações? Quantas vezes, em outro tempo, fomos igualmente cegos e perversos para com o Cristo, que nos tem dispensado todos os obséquios, grandes e pequenos?

Não te mortifiques pela obtenção do ensejo de aparecer nos cartazes enormes do mundo. Isso pode traduzir muita dificuldade e perturbação para teu espírito, agora, ou depois.

Sê benevolente para com aqueles que te rodeiam.
 
Não menosprezes os servicinhos úteis. Neles repousa o bem-estar do caminho diário para quantos se congregam na experiência humana.

Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel, no livro "Vinha de Luz", capítulo 39.