Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sábado, 4 de novembro de 2017

A NOVIDADE DO CRISTO

Conta-se que Napoleão, circundado por um dos assessores foi incitado a criar uma religião a fim de que se perpetuasse no poder e entrasse de uma vez por todas na história como o maior homem que já pisara na Terra.

Refletindo a respeito ele concluiria que para que isso fosse possível necessitaria de duas ações fundamentais: 1 - Se martirizar e morrer de maneira a dar valor moral à sua causa; 2 - Ressuscitar logo depois e se fazer visível e vivo entre os seus seguidores. 

Quanto á primeira ele não tinha certeza se teria coragem para a realização e no caso da segunda tinha certeza absoluta que não seria possível, e por isso não levou adiante a ideia do bajulador que o incitara à reflexão. 

Essa história, lendária ou não, ilustra a força de Jesus de Nazaré. Ressuscitar da maneira como ele ressuscitou, inaugurou uma nova era para a humanidade. Sua ação libertadora mostrou que a morte não encerra nada, apenas transfere de dimensão o ser que por ela é confrontado.

Evidentemente que a passagem de Jesus na Terra suscitou outras tantas novidades, destacando-se a maneira como ele se refere ao Criador, tratado até então como o Senhor dos Exércitos, carente de sacrifícios e obediência cega através da Lei, que no aprendizado de Jesus nos é apresentado como Pai, zeloso e amante das criaturas, o que nos faz de todos irmãos, determinando portanto que ao contrário do confronto entre diferentes, a fraternidade deve ser a pedra de toque das relações pessoais e sociais.

Antes de ser um ato político, a determinação histórica para ações antes de Cristo ou depois de Cristo, é marcação da transformação por que passa a mentalidade humana depois da exemplificação e ensinos do Mestre Nazareno. Nunca mais seríamos o mesmo, e não se poderia mais pensar na evolução humana, no progresso moral de todos nós, sem se ter nele uma opção valorosa de paradigma existencial e de sugestão de caminho a ser percorrido para a conquista da vida em plenitude. 


domingo, 29 de outubro de 2017

BENFEITORES DESENCARNADOS E PROBLEMAS HUMANOS

A promoção dos chamados mortos à categoria de benfeitores e santos resulta de um atavismo religioso de que o homem só a esforço insistente consegue libertar-se.

Enquanto transitam pelo corpo material, os menos projetados na sociedade são teimosamente ignorados, quando não sistematicamente abandonados. 

Sofredores que por decênios de dor e amargura suportaram em silêncios estoicos a pesada canga das aflições; pessoas humildes que se apagaram nos labores singelos; enfermos em indigência e desprezo, atados a cruzes de demorada agonia; lutadores anônimos que esbarraram em dificuldades e padeceram ignomínias da imprevidência dos seus verdugos; pais e mães reclusos nos cárceres dos deveres sacrificiais, relegados às posições inferiores do lar, tão logo retornam à Pátria são içados pelas consciências culpadas à condição santificante com que assim esperam exculpar-se à indiferença e ao desprezo que lhes impuseram. 

Não apenas estes, porém, que merecem pelos padecimentos sofridos uma liberação abençoada. 

Crê-se, no entanto, que a morte é ponte para a santificação, mesmo a daqueles que não a merecem. 

Supõem que, com a desencarnação, ao se esquecerem com facilidade os descalabros que foram cometidos podem conferir-lhes uma situação ditosa, ao paladar da trivialidade a que se entregam. 

Não o fazem, porém, por amor. 

Como exploraram e feriram, usaram e maceraram os que lhes dependiam, direta ou indiretamente, esperam continuar exigindo ajudas que não merecem, em comércio de escravidão contínua com os que já partiram. 



Mentes viciadas pela acomodação aos velhos hábitos da preguiça e da rebeldia, não logram desprender-se dos problemas pessoais mesquinhos a que se aferram, por lhes aprazer enganar e enganar-se.

Dizem-se em sofrimento e preferem a condição de vítima da Divindade à de colaboradores de Deus. 

Asseveram que só o insucesso lhes ocorre e demoram-se na lamentação ao invés da ação saneadora do mal. 

Teimam por receber tratamento especial dos Céus, e, sem embargo, não se facultam crescer sintonizando com as leis superiores que regem a vida. 

Rogam bens que não sabem aplicar, desperdiçando valioso tempo em consultas inúteis e conversações fúteis em que mais se anestesiam na auto piedade e na ilusão.

Afirmam que os seus mortos estão no paraíso enquanto eles jazem na Terra esquecidos.

Fiéis ao ludíbrio pelo artificialismo das oferendas materiais prometem-lhes missas, “sessões solenes”, cultos especiais, flores e outras manobras artificiais com que gostam de insistir na vaidosa presunção da astúcia sistemática.

Em vão, porem. 

Quando ditosos, os desencarnados, são apenas amigos generosos que intercedem, ajudam e inspiram, mas não podem modificar os compromissos que os seus afeiçoados assumiram desde antes do berço, conforme não se eximiram eles mesmos aos braços da cruz em que voaram no rumo da felicidade.

Quando em desdita no além-túmulo, são para eles inócuas todas as expressões exteriores dos chamados “cultos externos” das religiões terrestres. 

A oração ungida de amor, as ações caridosas em sua homenagem refrigeram-nos e ajudam-nos a entender melhor a própria situação, armazenando forças para as reencarnações futuras. 

Desse modo, esforça-te para resolver os teus problemas sem perturbar os que agora merecem a justa paz depois das lutas ásperas que sofreram. 

Respeita a memória dos desencarnados e sem os títulos mentirosos da Terra, tem-nos em conta de amigos queridos não subalternos que te poderão ajudar, porém que necessitam, a seu turno, de evoluir também.

Divaldo Pereira Franco pelo espírito Joanna D'Ângelis no livro "Leis Morais da Vida", capítulo 5.