Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sábado, 27 de maio de 2017

VIZINHO E PRÓXIMO

"Ajudados, encorajados e amparados pelos que os amam, um dia sairá do lodaçal em que se enterraram". - E.S.E. - Capítulo IV - Item 22

Estabeleça os liames de simpatia com o vizinho de seu domicílio residencial: a Humanidade inteira ali está representada. 

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Quando você se dispõe à cooperação com todos, obedece a um impulso natural que o conduz à multidão em cujo seio você perde muitos ensejos de uma realidade produtiva.  

Depois do parente no lar, o vizinho é o ser com quem você tem de exercitar a fraternidade e a tolerância, colocando a seu alcance essas mil nonadas das gentilezas cativantes.

Recorde que o próximo da palavra evangélica é aquele alguém que está mais próximo de você.

Por que cultivar as mudas da amizade em zonas distantes de sua casa, se esta se encontra cercada de sarças e espinhos?

Comece, pela saudação amável de cortesia, seu programa de entendimento fraterno com o morador a seu lado.

Evite, entretanto, a intimidade que favorece o desrespeito...

Nem a distância que limita.

Nem a proximidade que confunde.

Proporcione a seu vizinho uma situação em que ele possa contar com você para uma noite de vigília  à cabeceira da enfermidade.

Ofereça-lhe uma posição na qual ele desfrute de serenidade ao bater à porta de sua generosidade sem o constrangimento que humilha.

Favoreça-lhe a oportunidade que o capacite a buscar sua fonte de fé num momento aflitivo.

Quando você conseguir vencer a antipatia que um vizinho lhe inspira, nele você estará amando a Humanidade toda.

Se a maledicência de alguém começar turvando a água cristalina da amizade nascente, apresente, com naturalidade, o caráter nobre que você descobre no amigo novo. 

Mas não se esqueça de cultivar as afeições antiga, em cuja sombra você encontra agasalho acolhedor.

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Deixe-se renovar na correnteza incessante das oportunidades, gerando entendimento e alegria onde você esteja.

Cada momento desperdiçado é ensejo que você perde de dilatar a floração do bom.

Sirva a dor, no casebre onde a miséria edificou sua fortaleza, mas atenda ao dever da cordialidade cristã com seu vizinho, o próximo muito próximo de seu coração, mesmo que ele não o mereça, recordando que "ajudado, encorajado e amparado pelos que o amam, um dia sairá do lodaçal em que se enterrou", como recomenda o ensino evangélico. 

 


Divaldo Pereira Franco pelo espírito Marco Prisco 
no livro "Glossário Espírita-Cristão".

 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

TODOS SÃO CAMINHOS

       “... Por que essa porta tão estreita, que é dada ao menor número transpor, se a sorte da alma está lixada para sempre depois da morte? É assim que, com a unicidade da existência, se está incessantemente em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se amplia...”
(E.S.E - Capítulo 18, item 5.)



Também os caminhos inadequados que tomamos ao longo da vida são parte essencial de nossa educação. A cada tropeço é preciso aprender, levantar novamente e retornar à marcha.

Tudo o que sabemos hoje aprendemos com os acertos e erros do passado, e cada vez que desistimos de alguma coisa por medo de errar estamos nos privando da possibilidade de evoluir e viver.

A estrada por onde transitamos hoje é nossa via de crescimento espiritual e nos levará a entender melhor a vida, no contato com as múltiplas situações que contribuirão com o nosso potencial de progresso.

Devemos, no entanto, indagar de nós mesmos: 

“Será este realmente meu melhor caminho?” 

“Porventura é correta a senda por onde transito?”

É justa a observação e têm propósito nossas dúvidas; por isso, raciocinemos juntos: se Deus, perfeição suprema, nos criou com a probabilidade do engano, modelando-nos de tal forma que pudéssemos encontrar um dia a perfeição, é porque contava com nossos encontros e desencontros na jornada existencial.

Se nos gerou falíveis, não poderá exigir-nos comportamentos sempre irrepreensíveis, pois conhece nossas potencialidades e limites.

Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita compreensão não nos aceitaria como somos?

Pessoas não condenam seus bebês por eles não saberem comer, falar e andar corretamente; por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?

O que pensar da Bondade Divina, que permite que as almas escolham seu roteiro, de acordo com o livre-arbítrio, e depois cobrasse aquilo que elas ainda não adquiriram?

A Divindade é “Puro Amor” e sabe muito bem de nossos mananciais espirituais, mentais, psicológicos e físicos, ou seja, de nossa idade evolutiva, pois habita em nosso interior e sempre suaviza nossos caminhos.

Na justa sucessão de espaço e tempo, condizente com o nosso grau de visão espiritual, recebemos, por meio do fluxo divino, a onipresença, a onisciência e a onipotência do Criador em forma de “senso de rumo certo”, para trilharmos as rotas necessárias à ampliação de nossos sentimentos e conhecimentos. 

Diz a máxima: “Não se colhem figos dos espinheiros”; (Lucas 6:44) ora, como impor metas sem levar em conta a capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?

Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento. Se, porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente mudemos de direção, selecionando novas veredas.

A trilha que denominamos “errada” é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido do nosso “melhor”, pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a lição. Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.

Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos autopunimos, provocando padecimento com nossos gestos mentais.

Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria para outras caminhadas mais felizes.

Mesmo aquelas trilhas que anotamos como caminhos do mal, não são excursões negativas de perdição perante a vida, mas somente equivocadas opções do nosso livre-arbítrio, que não deixam de ser reeducativas e compensatórias a longo prazo.

Cada um percorre a estrada certa no momento exato, de conformidade com seu estado de evolução. Tudo está certo, porque todos estamos nas mãos de Deus.

Francisco do Espírito Santo Neto pelo espírito Hammed no livro "Renovando Atitudes". 


QUE DESPERTAS?

“De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.” — (ATOS, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 15.)

O conquistador de glórias sanguinolentas espalha terror e ruínas por onde passa.

O político astucioso semeia a desconfiança e a dúvida.

O juiz parcial acorda o medo destrutivo.

O revoltado espalha nuvens de veneno sutil.

O maledicente injeta disposições malignas nos ouvintes, provocando o verbo desvairado.

O caluniador estende fios de treva na senda que trilha.

O preguiçoso adormece as energias daqueles que encontra, inoculando-lhes fluidos entorpecentes.

O mentiroso deixa perturbação e insegurança, ao redor dos próprios passos.

O galhofeiro, com a simples presença, inspira e encoraja histórias hilariantes.

Todos nós, através dos pensamentos, das palavras e dos atos, criamos atmosfera particular, que nos identifica aos olhos alheios.

A sombra de Simão Pedro, que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alivio, reconforto e alegria.

Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros. Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi-las.

  Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel 
no livro "Pão Nosso".

 
 Para fazer download da apresentação utilizada na reflexão pública sobre esse texto ocorrida no Centro Espírita Casimiro Cunha acessar A.Q.U.I.

FICA TEMER

Fica Temer para que aqueles que ainda não entenderam sua função aí possam ter mais tempo de fazê-lo...

Fica Temer para aqueles que acham que o PT foi responsável sozinho pelas mazelas morais, econômicas e sociais do País possam repensar (mas duvido muito, a dicotomia bem e mal não permite entender a gradação)...

Fica Temer, para aqueles que defendem os acadêmicos, os cheios de conhecimento juridiquês, possam entender que intelectualidade sem moral é pior que fogo na mão de criança...

Fica Temer para que os que foram divididos pela mídia possam reagrupar e entender de uma vez por todas que sem pauta comuns as lutas são fadadas ao fracasso...

Fica Temer para que os bancos e grandes empresas possam lucrar mais e com certeza dividir com seus colaboradores (kkkkk)...

Fica Temer para que a violência aumente alimentando o noticiário, gerando audiência, e consequentemente lucros para as empresas jornalísticas imparciais (kkkkk)...

Fica Temer para que os indignados e decepcionados possam continuar gritando com toda a força: votou na Dilma, votou em você também...

Fica Temer para que não se tenha eleições diretas, respeitando a Constituição e entregando ao Congresso, legitimamente eleito por nós e que se apresentou lindamente no processo de impeachment possa escolher o novo comandante...

Fica Temer para que a Reforma Trabalhista seja implantada modernizando o Brasil, pois os Empregadores sofrem demais e eliminando a representatividade sindical eles poderão dialogar com seus empregados, pois nesse caso, valerá sempre o combinado ao legislado e isso é moderno, já que estarão todos em mesmas condições de negociação...

Fica Temer para que pela força das coisas, pela dor e sofrimento, aliada à capacidade de reflexão individual que todos temos possamos em algum momento deixar de lado nosso orgulho pessoal e tenhamos a dignidade de através de uma autoavaliação percebermos que fomos manipulados, que roubaram de nós a indignação coletiva de junho de 2013 e a transformaram em um eterno Cruzeiro X Atlético, onde a paixão e a convicção reinaram absolutas sobre o bom senso e o respeito...

Fica Temer para poder propiciar através da sua desastrosa liderança o reatamento de laços que foram rompidos, que agora mais calejados não serão mais alimentados por Globo, Veja, Estadão, Folha, Bandeirantes, Itatiaia, O Tempo, todos lixos a serviço do Grande Empresariado do qual fazem parte...

Fica Temer para que a experiência de sermos comandados por um tipo como você marque nossa alma e neguemos em um futuro muito próximo permitir que isso aconteça novamente...

Fica Temer para lembrar a todos nós, todos os dias, que você não caiu de paraquedas aí, mas é uma consequência de ações que tomamos ou não tomamos no ontem, ensinando-nos para o futuro...

Fica Temer para nos mostrar o que é ter o PSDB como apoio principal na articulação política, com seus belos quadros (Aécio Neves inclusive)...

Fica aí cara... fica quietinho aí, pois precisamos de você para unir o País, ainda que seja pela desgraça que você representa.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

VÍNCULOS FAMILIARES

       “... afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos sentidos não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não há de duráveis senão as afeições espirituais...”
(E.S.E. - Capítulo 4, item 18.)


A rigor, família é uma instituição social que compreende indivíduos ligados entre si por laços consanguíneos.

A formação do grupo familiar tem como finalidade a educação, implicando, porém, outros tantos fatores como amor, atenção, compreensão, coerência e, sobretudo, respeito à individualidade de cada componente do instituto doméstico.

Com o Espiritismo, porém, esse conceito de família se alarga, porque os velhos padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado, cedem lugar a um clã familiar de visão mais ampla de vivência coletiva, dentro das bases da reencarnação. Por admitir que os laços da parentela são preexistentes à jornada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos caem por terra, em face da possibilidade de as almas retornarem ao mesmo domicílio, ocupando roupagens físicas conforme as necessidades evolutivas.

As afeições reais do espírito sobrevivem à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas, nutrindo-se cada vez mais de mútuas afinidades, enquanto que as atrações materiais, cujo único objetivo são as ilusões passageiras e os interesses do orgulho, extinguem-se com a “causa que os fez nascer”.

Assim, vemos famílias que adotam a “eliminação quase total da vida particular”. A atenção é focalizada de forma exclusiva no grupo familiar, cujos integrantes vivem neuroticamente uns para os outros. Bloqueiam seus direitos à própria vida, à liberdade de agir e de pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual, para se ocuparem de cuidados improdutivos e alienatórios entre si. Vivem uns para os outros numa “simbiose doentia”.

Os elementos que vivem presos a esse relacionamento de permuta egoísta afirmam para si mesmos: “Se eu me sacrifico pelo outro, exijo que ele se dedique a mim”. Não se trata de caridade, e sim de compromissos impostos entre dois ou mais indivíduos de juntos viverem, visando ao “bem-estar familiar”. Na verdade, não estão exercitando o discernimento necessário para enxergar a autêntica satisfação de cada um como pessoa.

Não nos referimos aqui ao companheirismo afetivo, tão reconfortante e vital à família, mas a uma postura obrigatória pela qual indivíduos se vigiam e se encarceram reciprocamente.

Encontramos também outras famílias que não se formaram por afeições sinceras; fazem comparações e observam características de outras famílias que invejam e que buscam copiar a qualquer custo: são as chamadas “alpinistas sociais". Procuraram formar o lar afeiçoadas a modelos de elegância e a peculiaridades obstinadas de afetação social, moldando o recinto doméstico ao que eles idealizam a seu bel-prazer como “chique”.

Vestem-se à imagem dos outros, comparam carros, móveis, gostos e comidas; negam a cada membro, de forma nociva, a verdadeira vocação, tentando sempre copiar modos de viver que não condizem com suas reais motivações.

Há ainda outras agremiações familiares denominadas “exibicionistas”, em que os membros do lar se associam para suprir a necessidade que nutrem de ser vistos, ouvidos, apreciados e admirados. Ajudam-se mutuamente, ressaltando uns a imagem dos outros e focalizando áreas que podem ser valorizadas pelo social, como, por exemplo, a beleza física ou o recurso financeiro.

As pessoas vaidosas desse tipo familiar, quando bem sucedidas ou conceituadas, alimentam exibição sistemática diante dos outros, como forma de compensação ao orgulho de que estão revestidas.

Assim considerando, os laços de família formados em bases de fidelidade, amor, respeito e dedicação perdurarão pela Eternidade e serão cada vez mais fortalecidos. Os espíritos simpáticos envolvidos nessas uniões usufruem indizível felicidade por estar juntos trabalhando para o seu progresso espiritual. “Quanto às pessoas unidas pelo único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra: a morte as separa sobre a Terra e no céu”, conforme nos certifica literalmente o texto de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo 4, item 18.


Francisco do Espírito Santo Neto pelo espírito Hammed no livro "Renovando Atitudes". 

COMO TESTEMUNHAR

"Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, a até os confins da Terra." - At 1, 8
Realmente, Jesus é o Salvador do Mundo, mas não libertará a Terra do império do mal, sem a contribuição daqueles que lhe procuram os recursos salvadores.

O Divino Mestre, portanto, precisa de auxiliares com atribuições de prepostos e testemunhas, em toda parte.

É impraticável o aprimoramento das almas, sem educação, e a educação exige legiões de cooperadores.

Contudo, para desempenharmos a tarefa de representantes do Senhor, na obra sublime de elevação, não basta o título externo, com vistas à escola religiosa.

Indispensável é a obtenção de bênçãos do Alto, por intermédio da execução de nossos deveres, por mais difíceis e dolorosos.

Até agora, conhecemos à saciedade, na Terra, o poder de dominar, governar, recusar e ferir, de fácil acesso no campo da vida.

Raras criaturas, porém, fazem por merecer de Jesus o poder celeste de obedecer, ensinando, de amar, construindo para o bem, de esperar, trabalhando, de ajudar desinteressadamente. Sem a recepção de semelhantes recursos, que nos identificam com o Trabalhador Divino, e sem as possibilidades de refleti-lo para o próximo, em espírito e verdade, através do nosso esforço constante de aplicação pessoal do Evangelho, podemos personificar excelentes pregadores, brilhantes literatos ou notáveis simpatizantes da doutrina cristã, mas não testemunhas d'Ele.

Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel 
no livro "Pão Nosso".



Para fazer download da apresentação utilizada na reflexão pública sobre esse texto ocorrida no Centro Espírita Casimiro Cunha acessar A.Q.U.I. 

Para escutar a narração do texto utilizar o player abaixo.