Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

ESTIVE PENSANDO: EIS-ME AQUI

Nos momentos mais recentes por mim vivenciados tenho aprendido demais com a vida. 

O correr da idade cuida de acertar aquilo que a força da juventude muitas vezes não permite pois impõe velocidade onde se precisa às vezes ir mais devagar, como se o tempo estivesse aprisionado em uma ampulheta, e a areia de nossa existência com a quantidade determinada se esvaindo de modo ininterrupto nos pressionando a viver de modo intenso, vigoroso, quase inconsequente. 

Basta a vida acontecer dentro do que ela necessita e podemos observar que é possível ser outro quando tudo se aponta para ser o mesmo. A velocidade já não é mais tão importante. Passa-se a utilizar a sabedoria para o auxílio no ritmo que queremos dar para nossas ações, e aí a fábula da lebre e da tartaruga começa a fazer sentido em nosso íntimo. Passa-se a priorizar o "como" e não tanto o "que", uma vez que se compreende que o "como" identifica nossas intenções, apontando o que somos.  

Se tem uma coisa que mexe e muito comigo, é poder ser útil. Estar a disposição para auxiliar, para ceder do meu tempo e do meu espaço a fim de acolher, de instruir, de ouvir, de se colocar na direção dos que de alguma forma necessitam do que tenho a oferecer, mesmo ciente de minhas limitações. Sem podermos auxiliar do tamanho e da intensidade que gostaríamos, muitas vezes disponibilizamos o que temos e isso parece ser bem compreensível pelo outro a partir do instante que ele percebe que nossa condição às vezes é limitadora da ação, mas não do sentimento em querer auxiliar. Ele nem sempre leva o que veio buscar, mas o que nos foi possível ofertar. 

Alguns se acercam, se valem do que temos a oferecer, chegam mesmo a se refastelar, e depois, bem... depois se vão e muitas vezes não voltam mais e aí se não cuidarmos disso de maneira madura, podemos conviver com a ideia que o não retorno, a não procura, é indicativo de ingratidão, o que nem sempre é verdade. Quando a intenção em nós foi de auxiliar, desinteressadamente, porque então deveríamos esperar pelo tal reconhecimento? Se ele é importante, bem, não havia desinteresse e aí a reflexão deve encaminhar para os motivos que nos levaram a realizar tal ação identificada como auxílio e dentro dessa reflexão encaixar nossas frustrações, pois sempre que fazemos algo gerando expectativas abrimos espaço para que elas não sejam supridas. 

O importante mesmo que tenho percebido ao longo dos últimos tempos é que quando nos colocamos a disposição para o outro, nunca faltarão oportunidades de serviço, de auxílio, de nos fazermos útil, mesmo que muitas vezes o nosso sentimento é mesmo que estejamos sendo usados. Mas, convenhamos, que ser usado não é, na maioria das vezes, a verdade sobre o sentimento que nos norteia. Normalmente é o orgulho que nos faz caminhar na direção do sentimento de importância que damos, muito além do gesto ou da ação realizada. 

A mim, cada vez mais, o sentimento tem sido o de fazer o que está ao meu alcance, e para as pessoas que de mim necessitam de algo. Se ela voltar amanhã, estarei aqui, se não, estarei do mesmo jeito e no local que ela ocuparia, que normalmente estaria vazio terá outra pessoa necessitando também de mim, e assim a roda não para. Toda ação empreendida deixa marcas indeléveis no ser que as executa, e se essas ações forem na seara do bem, temos aprendido que antes de chegar ao outro já estamos marcados por ela, e se nossa ação é caracterizada pelos valores inferiores, dentro da soberana justiça e bondade divina, também nos impregnamos com ela. 

Em sendo assim, que tenha sempre pessoas dispostas a serem ajudadas por mim, pois quando me dirijo a vida do outro, aprendo como o outro se encontra e ao retornar para mim, volto diferente do que fui, e nessa diferença novos valores são adicionados ao cabedal de conhecimentos, novas propostas de reflexão são criadas, marcando a mutabilidade da vida, mas gravando indeléveis sabedorias no Espírito. Cada um que de nós se aproxima é uma oportunidade que temos de sermos cooperativos e assim colaborarmos com a obra da criação. 

Precisando de algo... eis-me aqui... 


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