Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

CONSCIENTIZAÇÃO

"Nesse dia compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós". (João, 14:20.)



Quando não visualizamos os nossos erros, não admitimos que somos nós que produzimos a nossas dores. Quando não percebemos que nossos inimigos residem em nossa casa mental, apontamos os outros como a causa de nossos dissabores; quando não permitimos mudança no mundo interior, exigimos mudança no mundo exterior.


Quem se conscientiza do processo das leis divinas entende a dor, e encontra seu valor de contribuição para o engrandecimento da própria existência. Todas as experiências (positivas ou negativas) nos ensinam algo; basta estarmos dispostos a aprender. Nossas escolhas podem nos livrar, ou não, do cárcere da escravidão emocional.

A mensagem da Inteligência Universal é sempre aquela que incentiva a conscientização de nossas potencialidades e dons naturais. Quando despertamos espiritualmente, passamos a entender a dor por outro prisma. 

A vida é um processo evolutivo no qual todos somos "criaturas caminhantes".

Precisamos ainda percorrer um longo trajeto para atingir o desenvolvimento total de nossas aptidões inatas. A Consciência Divina apenas espera nosso despertar, ou seja, que saiamos do sono da inconsciência de nós mesmos.

O ser consciente é uma criatura renovada pela experiência interior. Vive na iluminação íntima como uma pessoa comum no seio da coletividade. Seu eixo de sustentação não se encontra fora, mas dentro de si. Dispensou a segurança das expectativas e das idealizações do "eu inferior" porque tem a convicção e a estabilidade sublime do "Eu Superior".

Não obstante a nossa origem sagrada, muitos entraves nos prendem à ideia de separação da Unidade Cósmica, contrariando o que o Mestre nos ensinou ao afirmar que "nesse dia compreendereis que estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós". 

Ele se identificou com a Paternidade Celestial, à "imagem e semelhança"¹ da Divindade que o criou. 

Hammed (Espírito) através de Francisco do Espírito Santo Neto no livro "Um modo de entender - Uma nova forma de viver" capítulo 6. 

¹Gênesis, 1:26 e 27 

JESUS E DESAFIOS


O processo de evolução constitui para o Espírito um grande desafio.
Acostumado às vibrações mais fortes no campo dos sentidos físicos, somente quando a dor o visita é que ele começa a aspirar por impressões mais elevadas, nas quais encontre lenitivo, anelando por conquistas mais importantes.
Vivendo em luta constante contra os fatores constringentes do estágio em que se demora, vez por outra experimenta paz, que passa a querer em forma duradoura.
No começo, são as dores com intervalos de bem-estar que o assinalam, até conseguir a tranqüilidade com breves presenças do sofrimento, culminando com a plenitude sem aflição.
De degrau em degrau ascende, caindo para levantar-se, atraído pelo sublime tropismo do Amor.
Conseguir o estágio mais alto, significa-lhe triunfar.

*

Aturdido e inseguro, descobre uma conspiração quase geral contra o seu fatalismo. São as suas heranças passadas que agora ressurgem, procurando retê-lo na área estreita do imediatismo, em nível inferior de consciência, onde apenas se nutre, dorme e se reproduz, com indiferença pelas emoções do belo, do nobre, do sadio.
Anestesiado pelas necessidades vegetativas, busca apenas o gozo, que termina por causar-lhe saturação, passando a um estado de tédio que antecipa a necessidade premente de outros valores.
Lentamente desperta para realidades que antes não o sensibilizavam e, de repente, passam a significar-lhe meta a conseguir, sentindo-se estimulado a abandonar a inoperância.
O psiquismo divino, nele latente, responde ao apelo das forças superiores e desatrela-se do cárcere celular, qual antena que capta a emissão de mensagens alcançadas somente nas ondas em que sintoniza.
O primeiro desafio, o de penetrar emoções novas, o atrai, impelindo-o a tentames cada vez mais complexos, portanto, mais audaciosos.
Experimentando este prazer ético e estético, diferente da brutalidade do primarismo, acostuma-se com ele e esforça-se para novos cometimentos que, a partir de então, já não cessam, desde que, encerrado um ciclo, qual espiral infinita, outro prazer se abre atraente, parecendo-lhe cada vez mais fácil.

*

Tudo na vida são desafios às resistências.
A “lei de entropia” degrada a energia que tende à consumpção, para manter o equilíbrio térmico de todas as coisas.
O envelhecimento e a morte são fenômenos inevitáveis no cosmo biológico e no universo.
Os batimentos cardíacos são desafios à resistência do músculo que os experimenta; os peristálticos são teste constante para as fibras que os sofrem; a circulação do sangue é quesito essencial para a irrigação das células; a respiração constitui fator básico, sem o qual a vida perece. Tudo isso e muito mais, na área dos automatismos fisiológicos, a interferir nos de natureza psicológica.
É natural que o mesmo suceda no campo moral do ser, que nunca retrocede e não deve estacionar sob pretexto algum.
No progresso, a evolução é inevitável.
A felicidade é o ponto final.

*

Não cabe ao homem retroceder na luta, senão para reabastecer-se de forças e prosseguir nos embates.
O crescimento de qualquer ideal é resultado dos estágios inferiores vencidos, das etapas superadas, dos desafios enfrentados.
A sequóia culmina a altura e o volume máximos, célula a célula.
O universo se renova e prossegue, molécula a molécula.
Facilidade é perda de estímulo com prejuízo para a ação.
Toda a vida do Mestre foi um suceder incessante de desafios.
Embates no Seu meio social e familial constituíram-lhe os primeiros impedimentos, que foram ultrapassados, em razão da superior finalidade para a qual viera.
Ele não aceitou carregar o fardo do mundo em caráter de redenção dos outros, mas ensinou cada um a conduzir o seu próprio compromisso em paz de consciência; não assumiu as tarefas alheias, nem deixou de demonstrar como fazê-las; no entanto, altaneiro, sem presunção, tampouco sem submissão covarde.
Os desafios da sociedade injusta e arbitraria chegaram-Lhe provocadores, mediante situações, pessoas e circunstâncias; apesar disso, sem deter-se, Ele continuou íntegro, enfrentando-os sem ira ou medo.
Passou aquele tempo; todavia, permanecem os resíduos doentios.
Alterou-se a paisagem, não os valores, que prosseguem relativamente os mesmos, gerando obstáculos e insatisfações.
Enfrenta os desafios da tua vida, serenamente.
Não aguardes comodidades que não mereces. Realiza a tua marcha, indômito, preservando os teus valores íntimos e aumentando-os na ação diária.
Quem teme a escuridão, perde-se na noite.
Sê tu aquele que acende a lâmpada e clareia as sombras.
Desafiado, Jesus venceu. Segue-O e nunca te detenhas ante os desafios para o teu crescimento espiritual.

Joanna de Ângelis [Espírito], através de Divaldo Pereira Franco, no livro: Jesus e Atualidade.