Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

AOS NOVOS PAPAIS E MAMÃES

Elas surgiram para resignificar a vida de todos os que com elas se relacionam. Assim caminha a história humana, filhos sendo transformados em pais, pais se transformando em avós, avós transformando-se em bisavós, irmãos e irmãs em tios, padrinhos, dindinhas, primos e primas, amigos e amigas, tornando-se cumprades (ou seria cúmplices) portanto, uma nova vida que se apresenta em um grupo familiar encerra modificações profundas ao redor e isso é dar sequência à existência de todos, mostrando que o criador necessita de todos no seu infinito desejo de criar.

Gustavo, Luísa, Sophia, Vinícius, Davi, João, Laura, Henrique, Cecília, Daniel e Maria Luísa, que são as crianças mais próximas a mim e minha família, transformaram de maneira significativa a vida de Karina, Samir, Patrícia, Jarbas, Danielle, Giovanni, Kamila, Fabiano, Débora, Alan, Bruna e Cristiano. 

E não menos transformadora são suas presenças junto aos avós, alguns de primeira experiência, outros com netos de idades diferenciadas, mas sempre sentindo a renovação do amor, de tios, de tios-avós, de bisavós, numa avalanche de novas emoções e novas oportunidades de relacionamentos que suas presenças ofertam a todos que junto a eles tem a convivência diária como processo de troca de experiências e percepções do mundo. 

Pais assumiram nova responsabilidade perante a vida e o mundo, afinal de contas, não são mais sozinhos. Em cada decisão, das mais simples às mais complexas, a presença dependente dos filhos fará morada em suas consciências. 

As preocupações são muitas: educação, saúde, segurança, lazer, alegria, tristezas, vitórias, fracassos, derrotas, amizades, rompimentos, tudo a partir de então toma um colorido diferente. De indivíduos, pais passam a exemplos, serão observados, analisados, mas também amados, inseridos em uma espiral de amor que os fortalecerá em outras situações do cotidiano. Há uma retroalimentação constante e se bem entendida, cuidada e assimilada será de extrema importância para a vida de todos. 

Não há manuais para pais e mães, avós e avôs, tios e tias, primos e primas, padrinhos e madrinhas... Há a vida e o que ela nos oferece e o que fazemos com essa oferta.

Não faltam sugestões para que eles se preparem para o mundo: idiomas, formação escolar adequada, atividades extracurriculares, visitas à museus, cinemas, teatros, etc, etc, etc... 

Não faltam indicativos ambientais, sociais e culturais de que educar é tornar o educando em alguém produtivo, que ele seja "alguém" quando crescer, como se ele não fosse alguém agora. A pressão é tamanha, que os transformamos em pequenos adultos, esquecendo-nos às vezes de suas condições naturais, de que são crianças e que devem aprender fazendo, ouvindo "sins" e "nãos", convivendo com as diversidades das existências e não tratados como se fossem objetos de estimação. Educa-se aprendendo a educar a si mesmo em primeiro lugar e a perceber que nossa visão é apenas a nossa visão e que a visão das crianças pertencem a elas. E que seremos efetivos enquanto pais que educam quando pudermos oferecer a eles a oportunidade de serem diferentes de nós e assim compreenderão que são amados independente de nossas concordâncias, e isso sim é um amor incondicional, quando não há a condição de "orgulho pelo filho", mas de aceitação do mesmo. 

Não existe educação solidificada se o aspecto transcendente da existência corporal não for considerado. Apresentar aos filhos a visão espiritual da vida, ainda que vinculada à uma religião é de inteira responsabilidade dos pais. Haverá um momento em que eles poderão fazer suas escolhas, mas enquanto estão sob o poder dos pais isso cabe a eles. Catecismo, escola dominical, evangelização infantil, não importa o nome que se dá à inclusão da criança na reflexão sobre o que vai além do que se vê, do que se toca, do que se ouve, do que come e do que se cheira. Essas reflexões serão de fundamental importância. 

É muito lindo, empolgante, emocionalmente reconfortante, ver esforços desprendidos para que os filhos tenham do bom e do melhor, que passeiem, que brinquem, que curtam a vida infantil, mas é muito lindo também, quando pais se preocupam por legar aos filhos a oportunidade de conhecerem o outro lado da vida em que se encontram. Que suas incursões com seus filhos, crianças lindas e amadas, no campo da espiritualidade não seja limitada a lhes transmitir a ideia de um papai do céu que não gosta de coisa errada, mas que possa ser um suporte para o processo educacional de ambos. Que o aspecto espiritual não seja uma opção a mais, mas entendida como uma necessidade, assim como o são as necessidades materiais. 

Espiritualizem a criação de seus filhos é o que o que gostaria de pedir encarecidamente a cada um de vocês. Em um mundo que se apresenta cada vez mais valorizado pela competição, pela individualidade exacerbada, pela busca de situações que afastem as tristezas, as dores, as inconsistências das trajetórias, ofereçam aos seus filhos a oportunidade de refletirem sobre outros aspectos poupando-os de uma busca individual e motivada pelas dores existenciais. 

Educar filhos é preparar para se ausentar. É fazer com que sua importância seja diminuída à proporção que eles alcancem maturidade o suficiente para caminhar sem nos ter por perto. 

Luz & Paz!!!


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