Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

TORMENTOS VOLUNTÁRIOS


O homem está incessantemente em busca da felicidade que lhe escapa sem cessar, porque a felicidade sem mescla não existe na Terra. Entretanto, malgrado as vicissitudes que formam o cortejo inevitável desta vida, poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa, mas ele a procura nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes, quer dizer, nos prazeres materiais, ao invés de a procurar nos prazeres da alma, que são um antegozo dos prazeres celestes, imperecíveis; em lugar de procurar a paz do coração, única felicidade real deste mundo, é ávido de tudo aquilo que pode agitá-lo e perturbá-lo; é, coisa singular, parece criar propositadamente tormentos que não cabe senão a ele evitar.

Haverá maiores tormentos que aqueles causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não há repouso; estão perpetuamente em febre; o que eles não têm e o que os outros possuem lhes causam insônia; os sucessos dos seus rivais lhes dão vertigem; sua emulação não se exerce senão para eclipsar seus vizinhos, toda sua alegria está em excitar nos insensatos como eles a cólera do ciúme de que estão possuídos. Pobres insensatos, com efeito, que não sonham que talvez amanhã lhes será preciso deixar todas essas futilidades cuja cobiça envenena sua vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras: "Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados", porque seus cuidados não são daqueles que têm compensação no céu.

De quantos tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe se contentar com o que tem, que vê sem inveja o que não tem, que não procura parecer mais do que é. Ele está sempre rico porque, se olha abaixo de si, em lugar de olhar acima, verá sempre pessoas que têm menos ainda; é calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas, e a calma, no meio das tempestades da vida, não será felicidade? (FÉNELON, Lião, 1860)

De o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V, ítem 23

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