Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

quarta-feira, 22 de junho de 2016

SEGUIDORES DO CRISTO

Trabalhemos no sentido de modificar nosso modo de vivenciar os ensinamentos de Jesus, realizando tudo que estiver ao nosso alcance. 

Por Francisco Rebouças (costareboucas@ig.com.br) publicado originalmente em JORNAL O CLARIM. 

Como cristãos que dizemos ser, precisamos realmente assumir as atitudes de um verdadeiro discípulo do Cristo, agindo em concordância com os ensinos e exemplos praticados por ELE e registrados em seu Evangelho renovador.

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?

“Jesus.”

“Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava".

“Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhe falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens.” [1]

Quando repetimos a sublime afirmação constante da Oração Dominical que ELE nos ensinou: “Pai nosso que estais no céu”, precisamos entender que sendo Deus nosso Pai, não nos será possível transformá-lo em nosso servo particular, obrigado ao atendimento das nossas ilusões e caprichos.

Ser discípulo de Jesus é acolher SEUS inesquecíveis ensinamentos de submissão ao Criador, e estar atento para que realmente “seja feita a vossa vontade”, aceitando com equilíbrio e humildade suas determinações, sempre que nos sintamos contrariados na execução de pequeninos contratempos, que não favorecem os nossos mais fortes desejos.

Como fiéis discípulos do Cristo, necessário é que refaçamos com ELE a súplica ao Pai de Infinito Amor: “o pão de cada dia dai-nos hoje”, não solicitando egoisticamente o exclusivo atendimento às necessidades de saciar a fome apenas dos nossos familiares consanguíneos; preciso é que nos lembremos de solicitar também por milhares de mesas em todo o mundo, onde irmãos nossos desfalecem de fome, sem os devidos recursos para saciá-la.

No esforço de seguir com Cristo, não olvidemos a necessidade de entender os recursos da Soberana Justiça quando rogamos ao Pai: “perdoai as nossas dívidas”, porque para ter nossas dívidas perdoadas, também precisamos empreender o esforço imediato de deixar de cultivar aversões, malquerenças, mágoas e qualquer tipo de sentimento contrário à caridade e ao amor a Deus e ao próximo.

Na procura de melhorar moralmente, não deixemos de pedir a necessária ajuda a Deus, para nos fortalecer nos propósitos superiores e contar com o amparo do Cristo quando suplicarmos: “Não nos deixeis cair em tentação”, trabalhando com vontade e confiança para desenvolver de dentro para fora de nós mesmos os nobres sentimentos, combatendo os vícios e as más inclinações de que ainda somos portadores.

Conscientes de que, como tarefeiros do Cristo, somos também falíveis, roguemos “livrai-nos de todo mal” ao Todo Poderoso diante de injúrias e agressões de qualquer natureza contra nós dirigidas por um companheiro de caminhada evolutiva, mas tenhamos também o equilíbrio e a humildade de admitir que, em muitas oportunidades, temos sido instrumentos de angústia e infelicidade, de forma voluntária ou não, na vida de muitos de nossos semelhantes.

Dessa forma, se desejamos nos tornar verdadeiramente discípulos sinceros e dedicados do Mestre de Nazaré, não esqueçamos o resumo feito por ELE das Leis e dos Profetas quando afirmou ser preciso “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, e trabalhemos com esmero e dedicação, na caridade ao necessitado, entendendo o próximo como alguém em dificuldades precisando de nossa compreensão e ajuda. Além disso, trabalhemos também no sentido de modificar nosso modo de vivenciar os ensinamentos de Jesus, não mais mantendo antigos interesses escusos sobre o que quer que seja, não olvidando o dever da fraternidade e da caridade, realizando o que esteja ao nosso alcance e ao nível de nossas possibilidades, para candidatarmo-nos a desfrutar os louros da alegria e da paz proporcionadas pela consciência tranquila do dever retamente cumprido.

“Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contrassenso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. E, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”. [2]

Há muito temos negligenciado os esclarecimentos contidos no Consolador Prometido, e é justamente por essa razão que, na atualidade da vida, somos esses cristãos insossos, que ensinam sem crer e pregam sem praticar, trazendo um intelecto desenvolvido mas carregando um coração frio e amargo, transbordando indiferença.

Que Jesus nos guie e guarde hoje e sempre!

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. FEB, 76ª edição.
2. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB, 112ª edição. Cap. VI, Item 3.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Brilhe a Vossa Luz!!!