Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 17 de maio de 2016

REENCARNAÇÃO E CIÊNCIA



Presente nas mais diversas culturas, a reencarnação desafia o tempo, permanecendo viva na mente e nas crenças do ser humano. 

Desde a mais remota antiguidade até os nossos dias, ela vem sendo a forma mais completa de explicar os diversos e complexos fenômenos da experiência humana. Sua credibilidade vem de evidências experimentais e de provas sob rigoroso controle científico. 

A reencarnação é hoje um fato cientificamente provado, em que pese pouco explorado. Com fortes evidências sob o ponto de vista da ciência, já alcançou a atenção dos institutos de pesquisas das universidades. Não é difícil demonstrar, através de provas científicas, que a Reencarnação é uma lei universal e que a evolução humana se processa através dela. 

Reencarnar é retornar a um novo corpo, através de um novo nascimento, via fecundação biológica, da personalidade individualizada do ser humano. Retornar significa voltar com a mesma individualidade anterior. Apesar de mudar-se de nome, de corpo e, às vezes, de cultura, não se passa a ser outro espírito. A personalidade anterior se modificará a partir do nascimento, com um novo ambiente, porém o espírito continuará o mesmo, acrescendo novos conhecimentos. 

Encontramos como sinônimos de reencarnação o termo palingênese, que significa “nascer de novo” e o termo metempsicose, de origem grega, cujo significado aproxima-se do de reencarnação, porém, ao contrário do conceito espírita, o qual só admite o retorno a um corpo humano, também aceita a possibilidade de se regredir às formas animais. 

Os mais antigos livros onde encontramos a doutrina da reencarnação são os Vedas, de cuja matriz surgiram grande parte das religiões e sistemas filosóficos da Índia, os quais contêm hinos sagrados, cuja origem remonta muitos anos antes de Cristo. No Egito, as dinastias mais antigas, acreditavam na preexistência da alma, antes do seu nascimento, assim como na sua pós-existência depois da morte e nos muitos nascimentos da alma neste e em outros mundos. 

Religiões significativas da Pérsia, principalmente o Zoroastrismo, na sua forma genérica popular e dinâmica, seguiam doutrinas contendo a reencarnação, com a concepção de uma espécie de justiça cósmica, na qual as almas recebiam os seus prêmios ou castigos merecidos nas vidas futuras. Há registros de que da Pérsia, a crença da reencarnação foi levada à Grécia. 

A religião ortodoxa Islâmica não aceita nenhuma doutrina de reencarnação. Apesar disso, algumas escolas esotéricas dentro do Islamismo – tais como os Sufis e os Drusos, defendem fortemente a reencarnação. Alguns místicos islâmicos e poetas sufis como Rumi, Hafiz e outros, defendiam abertamente a reencarnação. 

De acordo com Flavius Josephus, o 1º historiador judeu do século I d. C., as três escolas antigas de pensamento e prática da religião judaica – os Saduceus, os Fariseus e os Essênios – diferenciavam-se acerca do destino da alma após a morte do corpo. Os Saduceus defendiam que a alma morre juntamente com o corpo. Os Fariseus mantiveram a imortalidade da alma, o renascimento das almas das pessoas boas noutros corpos e o castigo eterno das almas dos mais fracos. Os Essênios aceitavam a imortalidade e rejeitavam a reencarnação. O Velho Testamento contém passagens (Provérbios 8:22-31; Jeremias 1:4-5) nas quais o autor professa que teria existido anteriormente ao nascimento físico, com destaque para Malachias (4:2-6) que previu o retorno de Elias à Terra. 

No Alasca, entre os índios da tribo Tlingits, é crença geral que os mesmos sinais e cicatrizes podem reaparecer no corpo do renascido. Fato já comprovado cientificamente nas pesquisas de Ian Stevenson. Entre os Esquimós, há inúmeros casos de pessoas que se recordam de suas vidas pregressas. Diversas tribos americanas, dentre elas os Peles-Vermelhas, aceitam a reencarnação. Os Winnibagos crêem na reencarnação. Crença idêntica existe entre os índios Chippeway. Eles estão certos de que, em seus sonhos, podem reviver acontecimentos de encarnações passadas. 

A principal corrente do Cristianismo ortodoxo, o Catolicismo, nunca acolheu abertamente a doutrina da reencarnação nas suas crenças, porém pensadores importantes e seitas dinâmicas abraçaram uma ou outra versão da doutrina dos renascimentos terrestres. Um Conselho “ecumênico” importante (o 2º de Constantinopla, em 553 d. C.), de acordo com a crença comum, anatematizou, isto é, condenou todas as concepções da preexistência da alma e do renascimento, que faziam parte das teses de Orígenes (185 – 254 d. C.), excomungado em 232 d. C. por adotar a reencarnação. Um dos expoentes máximos da Igreja, Clemente de Alexandria (preceptor de Orígenes), aceitava a reencarnação e, ainda mais, afirmava que São Paulo também professava tal crença. 

Nos Diálogos de Platão - Fedon, Banquete e República, a reencarnação é apresentada como um dos ensinos de Sócrates. Em República, livro X, há o episódio de Er, filho de Armênio, originário da Panfília, que, após 12 dias de morte aparente, recupera-se e conta o que viu no mundo dos mortos. Relatou como se dá o retorno das almas para o renascimento. Anteriormente a Sócrates, pelo menos Pitágoras, Heráclito e Empédocles expressaram explicitamente idéias de reencarnação. Em Fedon, Platão atribuiu a Sócrates a doutrina da existência da alma antes de entrar neste mundo, assim como a sua sobrevivência.

A despeito da Filosofia e em pleno século XX, as investigações sobre o tema tomaram novo impulso. Na França, com Albert Des Rochas, na Índia com Hamendras Nat Banerjee, nos Estados Unidos, com Ian Stevenson. Cada um à sua época, desenvolvendo diferentes métodos de pesquisas, a partir de fatos concretos, trouxe nova luz a respeito da reencarnação, principalmente introduzindo-a como objeto de investigação científica. 

As pesquisas em torno da reencarnação virificam-se em vários campos; dentre eles, tem-se a Regressão de Memória e as Lembranças Espontâneas na Infância. Entre os estudiosos de regressão de memória destacam-se Albert Des Rochas, Edith Fiore, Denis Kelsey, Morris Netherton, Helen Wambach e Hermínio Miranda. Todos eles desenvolveram experiências em torno da regressão de memória com resultados surpreendentes, que extrapolaram os espaços científicos, penetrando nos consultórios de psicólogos como técnica terapêutica. 

Nas pesquisas de Lembranças Espontâneas na Infância, destacam-se os trabalhos de Ian Stevenson, H. N. Banerjee e Hernani G. Andrade. São pesquisas de grande credibilidade pelas características da espontaneidade e da insuspeição em se tratando de crianças. Há milhares de casos catalogados com a confirmação das informações sobre vidas passadas que não se resumem a vagas memórias, mas, sim, a dados precisos, com nomes, datas, locais e detalhes importantes. Em tais pesquisas verificou-se que, o intervalo de tempo entre uma e outra encarnação pode variar de dias a séculos. 

A necessidade de se estabelecer um princípio diretor justo e equânime para justificar a sociedade e suas complexas relações, coloca a reencarnação como o mecanismo capaz de favorecer a justiça divina e de possibilitar o crescimento espiritual da sociedade. Nada poderia justificar as contingências do existir com a precisão com que a reencarnação o faz. As dificuldades e conflitos humanos passam pela necessidade de uma justificativa filosófica e até mesmo do ponto de vista do equilíbrio energético. 

A reencarnação é a chave para desvendar os mistérios provocados pelo vazio do conhecimento parcial que o ser humano tem sobre si mesmo. Nem sempre a justiça, ou seja, o processo educativo para resolver problemas de vidas passadas, o qual se torna possível pela via da reencarnação, dá-se imediatamente na encarnação seguinte do espírito. Os mecanismos educativos podem ocorrer na mesma existência, sem a necessidade da reencarnação, como também podem acontecer após várias encarnações. 

O tempo que leva para que o processo educativo se instale, dependerá da ocorrência de fatores que propiciem o aprendizado do espírito. Às vezes, há a necessidade de se reunir pessoas várias num processo único, o que poderá levar décadas, séculos ou milênios. Deve-se salientar que ninguém, nenhum ser humano, estará isento do processo de educação. A reencarnação é mecanismo obrigatório no nível de evolução em que se encontra a humanidade terrestre. Ninguém está isento dela. Não há privilégios nem privilegiados. 

Reencarnar sem a lembrança do passado é o mecanismo que possibilita a convivência de contrários e daqueles que elevaram a paixão ao seu grau máximo. Sem o esquecimento das experiências anteriores não seria proveitosa a reencarnação. Reencarna-se para aprender, para educar-se. Para crescer a partir de novos elementos, de uma nova oportunidade, num novo ambiente, onde se possa construir ou reconstruir seu próprio crescimento. Tal esquecimento não significa a perda do conhecimento adquirido nas existências anteriores. O espírito não involui. Não se perde o que já se sabe. Esquece-se temporariamente o que não é relevante para o crescimento do espírito. 

As qualidades, os defeitos, as emoções, os amores, os ódios, ficam latentes e participam, de forma subjacente, nas relações do reencarnado, atuando de forma inconsciente. Seus desejos e escolhas são influenciados pelas experiências das encarnações anteriores. Muitos espíritos que estiveram juntos em encarnações anteriores se separam para se reencontrarem mais adiante. Alguns desafetos quando se vêem se “lembram” do passado. Pode ocorrer que a inimizade retorne. Como também os afetos quando se reencontram refazem a mesma ligação que tiveram no passado. O espírito “enxerga” o outro espírito, independente do corpo que têm e do grau de parentesco que possuem. 

Alguns espíritos não reencarnam na mesma época que seus afetos e ficam a velar por eles para que obtenham sucesso naquela encarnação. Ao libertar-se do corpo, seja durante o sono ou com a morte, o espírito vai aos poucos retomando sua memória integral. O retorno através da reencarnação se dá para o aprimoramento do espírito. É um processo educativo, e não punitivo. Encarado dessa forma, não há um número definido de encarnações para um espírito. Os processos não se dão de forma linear, isto é, não se passa pelo que se causou a outrem na mesma proporção. 

As circunstâncias a que um espírito está sujeito numa encarnação expiatória são sempre atenuadas pela Misericórdia Divina. Não se devem interpretar as doenças e outros sofrimentos senão como processos educativos. Errou-se no passado porque não se sabia como agir corretamente. Retorna-se para aprender até não mais se precisar reencarnar. Os equívocos humanos são conseqüência de sua ignorância. As idéias inatas, as simpatias e antipatias gratuitas, os gênios, de alguma forma parecem denunciar uma experiência anterior. 

O conhecimento não se produz de forma mágica. A reencarnação explica tais conhecimentos “inatos”, como oriundos de experiências em existências anteriores. Tudo então é aprendido pelo espírito através das vidas sucessivas. Coisa alguma lhe é “dada” de graça. Se no passado alguém adquiriu uma aptidão qualquer, ela hoje se manifestaria de alguma maneira como uma habilidade natural. Em muitos casos, os reencarnantes retornam com marcas de nascença. Trazem cicatrizes denunciadoras de experiências pregressas. Marcas que, quando não são creditadas a fatores genéticos, reproduzem-se de uma a outra existência por mecanismos psíquicos. As experiências que produziram as marcas foram de tal forma intensas que gravaram o corpo físico e o perispírito, denunciando a existência de uma matriz comum onde ficam “guardadas” as impressões do espírito. Essa matriz é o perispírito. Da mesma forma que essas marcas, surgem fobias, traumas, que podem se revelar logo na primeira infância. 

O conceito de reencarnação transcende ao aspecto da mera crença que está presente nas mais antigas culturas, tornando-se a base para a compreensão da razão de como vive o ser humano. A reencarnação não foi concebida como uma teoria para explicar a realidade, mas é uma realidade que explica e suscita muitas teorias. As relações humanas são influenciadas pelas emoções geradas nas experiências vividas no passado. Impulsos, estímulos, reações emotivas, atitudes diversas, não são apenas fruto da vontade e do meio ambiente, mas principalmente das experiências pregressas que estão gravadas no psiquismo, o qual não morre. 

A personalidade integral, a qual sobrevive à morte, já possui experiências diversas em matéria de profissões, de línguas aprendidas, de tipos de sexo, de classe social, de condição econômica, etc. O fato, por exemplo, de já ter experienciado viver nos dois tipos de sexo, concede ao ser humano habilidades para habitar nesse ou naquele corpo, sem que isso lhe cause qualquer problema quanto à sua relação com o sexo do corpo escolhido. Uma nova encarnação representa a construção de uma nova personalidade no novo meio em que se vai renascer. Os traumas e conflitos, dessa forma, aparecem tendo como uma das causas, talvez a principal, essa realidade interna, anterior, que contracena com a nova realidade externa. 

A solidão e as repetidas e constantes desilusões afetivas podem ser encaradas como resultantes de processos educativos, oriundos de experiências mal sucedidas no passado. O Espiritismo, com Allan Kardec, trouxe de volta a reencarnação como conhecimento fundamental de sua doutrina. Através do Espiritismo a reencarnação é analisada sob o ponto de vista sociológico e moral. A doutrina das vidas sucessivas é o alicerce da evolução. A frase “Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei” resume o significado da reencarnação para o Espiritismo.

Adenáuer Novaes no livro: Conhecendo o Espiritismo - Curso Básico 

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