Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

segunda-feira, 14 de março de 2016

O JOIO E O TRIGO


Por Pedro Valiati no site do CORREIO ESPÍRITA.

Observando a experiência humana, é possível perceber os males do radicalismo sobre a face da terra.

Quantas dores seriam poupadas, comprometimentos, carmas evitados diante do tempo. Em breve lembrança, citamos as diásporas, as perseguições, as guerras, os apartheids, os muros, provocando as separações graves, afastando filhos de mães, maridos de suas esposas, pais de seus filhos, pessoas de suas raízes, embaladas por decisões equivocadas, muitas vezes tomadas por outrem. Fenômenos de acerbas dores!

A cisão é sempre lamentável, nos demonstra que a mínima tolerância falhou.

Alguns citarão que os apóstolos também tiveram suas contendas, o que é real. Temos o incidente de Antioquia, entre Paulo e Pedro, dois protagonistas do evangelho, por questões ritualísticas! Fez-se necessária a intervenção de Tiago, o justo.

Outros alegarão que o Cristo também promoveu o separatismo ao mencionar os bodes e cabras, os que vão à esquerda ou direita, o joio e o trigo, etc. Esquecendo-se que o Mestre falava do Reino de Deus, do mundo do espírito. Ele se referia à reação da consciência culpada ou não, diante das consequências dos equívocos e acertos da existência.  
Certamente, não buscava segregar espíritos irmãos de um planeta necessitado de fraternidade. A fraternidade, por sinal, trata-se de fenômeno coletivo, devendo ser socialmente praticado, sociedade esta, onde estamos condenados a conviver, segundo o próprio Evangelho Segundo o Espiritismo.

Separatismos, definitivamente, não serão o legado da Terra de Santa Cruz, nome, não por acaso, escolhido anteriormente ao Brasil.

É de conhecimento de muitos, através da literatura ou troca de ideias sobre a Doutrina, que o Cristo, acompanhado de seus anjos, percorreu as áreas verdejantes deste país, visualizando o futuro do Evangelho de Deus, florescendo e espalhando-se pelo orbe. Conduzindo tanto ao renascimento do espírito, quanto a continuidade da missão do Cristo: Implantar o Reino de Deus na Terra.

Por vezes, o pessimismo e a revolta diante de fatos político-sociais internos nos consomem a alma, corpo, mente e tempo. Fenômeno, este, de profunda inutilidade, absolutamente desnecessário ao crescimento moral.

O Mestre, na visita de séculos atrás às terras brasileiras, nos legou uma missão, uma honra e uma responsabilidade: sermos o país a representar o coração do mundo, a pátria do evangelho. A destinação, se assim podemos utilizar este termo, do exemplo a ser dado pelo nosso país é outro.

Sabemos que, ao olhar imediatista, algumas ocorrências são inaceitáveis, esquecendo-se que, cedo ou tarde, do erro advém o acerto. Reflitamos: de fato acreditamos que a nação indicada para o berço da Boa Nova irá soçobrar em sua missão?

Imaginamos que todos os esforços dos irmãos da espiritualidade serão em vão? Recordemos de que não se trata de um fenômeno terreno apenas, outros planetas já estão sendo envolvidos.

Acreditar no fracasso das forças do bem é fracassar na fé.

A missão do Brasil é diferente e nobre, mesmo diante da convulsão em que se encontra a maioria dos povos, dar o exemplo da paz, amor e receptividade.

Quanta infelicidade aguarda aquele que fomenta as separações, navegando nas raias da intolerância.

Reflitam nas dores e consequências das cisões, além dos esforços da reconstrução dos relacionamentos. Não mencionamos as discórdias a nível nacional apenas, a análise se faz em nível mais granular: nas residências, trabalho, e naturalmente, nos centros de atividades espíritas.

A maledicência, bem como o sentimento do orgulho e melindre, criaram grupos antagônicos, deixando-se cair no infortúnio do “Nós e Eles”.

De fato acreditamos no bom andamento dos trabalhos de caridade e fraternidade cristãos, sob a insígnia da contenda? Avaliamos que as forças do coletivo, tão necessárias para que as adversidades sejam vencidas, serão alcançadas lançando a acusação ao próximo?

Os confrontos atingem as sensíveis estruturas espirituais da casa, enfraquecem as proteções vibracionais, impactam na resultante das assistências fraternas dos milhares que buscam a casa mensalmente.

Controle dos pensamentos, estudo dos respectivos sentimentos, revisão das atitudes, e por que não? Reconhecer os erros e estender as mãos ao companheiro de mesmo objetivo, cujas dificuldades naturais do ser promoveram a competição pelo desejo de possuir a razão. Somos todos do mesmo time nas missões evangélicas, unamo-nos.

O Cristo, representante do Altíssimo, nos aguarda de braços abertos e olhos chispando de luz, em Sua face serena, agarremo-nos a Ele, diante de nossas inseguranças. Inspiremo-nos em Sua paz de espírito e exemplo de fé, que superou as dificuldades da Terra cultivando corações desditosos com extrema bondade.

Que a inspiração do alto nos conduza à paz, vencendo as revoltas e conflitos residentes em nossos corações.


Paz a todos.

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