Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

terça-feira, 8 de março de 2016

IMORTALIDADE


A noite sombria da morte sucede a madrugada clarificadora da vida espiritual.

Em toda a parte estua a vibração miraculosa e pulsante da vida que não cessa.

Morre a semente para surgir a planta vitoriosa. Decompõe-se a matéria a fim de nutrir outras formas de vidas.

Gasta-se uma estrutura desta ou daquela natureza para ressurgir, mais além, em manifestações novas e expressivas .

A serenidade do cadáver humano é enganosa e utópica. Além das células em transformações incessantes, onde se locupletam vibriões, o espírito desperta.

Nada nem ninguém. Morrer é somente mudar de estado.

A paz das necrópoles é pobreza dos sentidos dos que supõem contemplá-la.

A perda da indumentária física não confere prosperidade espiritual nem conduz à ruína desesperadora, senão àqueles que as elaboraram antes.

Cada ser desperta consoante viveu vinculado ou liberto das paixões.

A morte pode ser considerada como o despir da aparência e o despertar para a realidade. Ela não apaga o amor que prossegue em cânticos afetuosos, imanando sentimentos que se alongam além das fronteiras do corpo, nem interrompe o intercâmbio do ódio que expele emanações mefíticas, alongando processos obsessivos de longo e tormentoso curso.

Quantos se acostumaram à beleza das emoções superiores escalam os óbices da limitação e atingem excelsas regiões.

Aqueles, no entanto, que se fixaram nas paisagens grotescas da animalidade primitiva, acordam envoltos nas paixões que conduziram ao decesso carnal, mais vorazes, mais infelizes, mais atormentados.

Não há milagre ante a morte ...

Não procures os que partiram para a Imortalidade, em dias a eles consagrados, nas tumbas onde se diluíram as impressões da forma, pois que lá não estão.

Evita visitá-los nos campos dos despojos carnais, considerando que lá não os encontrarás.

Se foram amorosos e bons, libram acima das conjunturas imediatistas, visitam-te, intercambiam o amor e trabalham, vitoriosos, esperando por ti.

Se viveram descuidados, entorpecidos pelo ópio do prazer, dormem o longo sono da consciência aparvalhada, experimentando pesadelos e agonias de difícil tradução para o teu entendimento.

Se jornadearam adstritos à impiedade e atados ao erro deste ou daquele teor, sofrem e fazem sofrer, procurando, no próprio lar ou em outras mentes de fora do ninho doméstico, com as quais se afinam, intercâmbio inquietante e enfermiço.

Seja qual for o roteiro por onde tansitaram aqueles teus afetos, agora além da carne, ora por eles, pensa neles com bondade e amor.

Transforma as moedas que iriam adquirir flores e luzes frágeis demais para os atingirem - logo mais fanadas e mortas, bruxuleantes e sem lume - em leite e pães para débeis criancinhas esquálidas, em caldo quente e reconfortante para velhinhos esquecidos nas sombras espessas da miséria, em medicamento refazente para enfermos em agonias e dores tormentosas, em agasalhos para corpos em absoluta nudez, em oportunidade de trabalho para pais de família ao desemprego e desassossegados, em meios honrosos para todos aqueles que seguem pelo teu caminho, como homenagem a eles, os teus mortos queridos, que vivem e te bendirão o amor.

O que fizeres em memória deles se transformará em lenitivo às suas aflições, atestado inequívoco de afeição que não passará despercebido por eles.

Desobstrui gavetas e armários e passa adiante o que conservas como lembrança deles, fazendo-os apegados a esses valores realmente mortos ...

Teus mortos vivem!

Respeita-os, homenageando-os através da bênção da caridade dirigida a outros.

Enquanto a saudade macerava os corações atemorizados dos discípulos, após os sucessos da tarde trágica de Jerusalém, e a inquietação os sobressaltava, pela madrugada do domingo, mulheres piedosas, entre as quais uma ex-cortesã, acorreram ao sepulcro aberto na rocha, para visitar o inumado querido, encontrando, porém, a sepultura violada e vazia.

Procurando informar-se do que sucedera, a jovem de Magdala defrontou-O nimbado de safirina e radiosa luz, enquanto Ele, sorrindo, saúda-a jubiloso: -- «Maria» !

Diante dos entes queridos, mortos, recorda Maria de Magdala aflita e Jesus triunfante depois da morte, retomando em incomparável manifestação de IMORTALIDADE gloriosa, vencedor das sombras e das dores ...

Divaldo Pereira Franco, através de Joanna de Ângelis (Espírito) no livro:Lampadário Espírita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Brilhe a Vossa Luz!!!