Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

AS BÊNÇÃOS DE DEUS


Narra uma antiga história popular que um modesto trabalhador braçal encontrava-se no seu trato de terra lavrando-o, em um amanhecer de beleza arrebatadora, quando se lhe acercou um indivíduo citadino muito bem vestido, materialista confesso, que, impossibilitado de conter a emoção e a arrogância diante do festival de cor, som e magia que a natureza lhe apresentava, perguntou-lhe:
— Camponês, tu crês em Deus?
— Sim, senhor, eu creio em Deus! – respondeu-lhe o homem simples.
— Então, nesta manhã maravilhosa, mostra-me um lugar onde Deus se encontra – e sorriu, sarcástico.
O homem humilde olhou em volta, enquanto se apoiava ao cabo da enxada, e depois, com naturalidade, respondeu: 
— Senhor, eu não sou capaz de mostrar um lugar onde Deus se encontra nesta paisagem iluminada. No entanto, eu peço ao senhor para mostrar-me um lugar onde Deus não está.
Tomado de espanto, o soberbo afastou-se desconsertado.

Deus se encontra em toda parte, onde quer que se apresente a Sua obra.
Desde a sinfonia galática, nos espaços infinitos, até o acelerado ritmo das micropartículas em suas órbitas. Quando os geneticistas conseguiram realizar o milagre da decodificação do genoma humano, surpreenderam-se com os bilhões de informações contidas em cada DNA, narrando toda a sua história do passado e guardando as marcas dos acontecimentos orgânicos para o futuro...
Até este momento, por mais aprofundem as reflexões e pesquisas, ainda não conseguiram detectar os fatores que levam alguns genes a mutações que irão responder por diversos processos degenerativos no organismo, e por que numa sequência familiar mantendo o padrão em determinado grupo, logo, subitamente, sem causa lógica, rompe a cadeia e apresenta uma significativa alteração...

De igual maneira, é perturbadora a formação das novas galáxias assim como o desaparecimento de outras nos buracos negros...
Por mais penetre a investigação científica e tecnológica nos milagres da vida, mais lhes constata a anterioridade, a harmonia, a grandiosidade.
Nas tentativas de interpretar o cosmo, têm sido elaboradas teses contínuas, algumas frutos dos resultados adquiridos com os instrumentos de pesquisa, especialmente depois dos estudos geométricos de Kepler, no fim do século XVI, a respeito da localização dos planetas em volta do Sol, que abriram as perspectivas para melhor entender-se a Criação.
Da mesma forma, desde o modesto telescópio construído por Galileu até o avançado Hubble, novas informações são registradas a cada momento, dando lugar às variadas teorias como as dos universos paralelos, das supercordas, da unificação, do final ou de tudo e, mais recente, da desordem ou do caos...
... E enquanto as mentes mais audaciosas analisam a ocorrência do Big Bang, especialmente nos seus três primeiros minutos, não poucos tentam impor a ideia da autocriação dispensando a presença de Deus, conforme ocorreu com Laplace ao ser interrogado pelo imperador Napoleão Bonaparte, quando, após ler o seu livro, encontrando-o no palácio do Louvre, informou-o que não havia encontrado nenhuma referência a Deus na sua obra: 
— Não necessitei dessa hipótese, senhor!  – respondendo com sarcasmo, como se ele houvesse elaborado todas as respostas para explicar a Criação. E, nada obstante, encontra-se hoje quase que totalmente superada, apesar da presunção do seu autor.

Tudo são bênçãos em a natureza.

O Espírito imortal, na sua saga formosa de desenvolvimento dos tesouros inabordáveis que lhe jazem em germe, etapa após etapa acumula experiências e conhecimentos que o levam a louvar, a agradecer e a pedir a Deus ajuda para melhor integrar-se na harmonia da Criação.
Penetrando, pouco a pouco, a sua sonda perquiridora do raciocínio no organismo da vida exuberante, vai encontrando as respostas que o engrandecem e lhe facilitam o entendimento em torno dos objetivos essenciais da pequena existência terrena, ambicionando a grandeza estelar.
Observa a ordem em todas as coisas e o equilíbrio das leis universais e morais, sentindo-se compelido a contínuas alterações de entendimento, conforme os resultados obtidos no seu empenho de crescimento intelecto-moral.
É perfeitamente natural que, em cada época, conforme o desenvolvimento dos valores intelectivos, o ser humano, em sua ânsia de decifrar as incógnitas que encontrava em toda a parte, procurasse entender Deus e submetê-Lo ao crivo da sua dimensão ridícula.
O esforço redundou nas conceituações primárias em torno do Criador, limitando-O à sua capacidade de compreensão, estabelecendo normas que O diminuíssem aos limites das condições precárias da razão em desenvolvimento, facultando o surgimento dos deuses, como verdadeiros inevitáveis arquétipos defluentes do seu avanço pela escala evolutiva.
Do Deus bárbaro e vingativo, imprevidente e humanoide, lentamente passou com Jesus Cristo à condição de Sublime Pai, num conceito afetuoso e ainda humano, porém compatível com a humana capacidade de vivenciá-Lo no seu dia a dia.
Com o advento da ciência, com o desdobramento da filosofia, rompendo as barreiras do passado e facultando a libertação de conceitos que foram deixados porque portadores de rebeldia e de pessimismo, nova compreensão da Sua magnitude tomou lugar na esfera das reflexões e o materialismo surgiu como sendo a fórmula mágica para tranquilizar as mentes incapazes de penetrar nas abstratas concepções em torno Dele.

Na atualidade, ainda vestido de mitos e de absurdos, dominado por paixões nacionais e políticas, crendices e ritualismos, permanece vitorioso em cultos externos que não resistem às profundas análises da lógica nem da razão, servindo de ópio para as massas, que o autoritarismo religioso de algumas doutrinas ortodoxas ou ingênuas ainda submetem. 
Essa Inteligência criadora que precede ao Big Bang permanecerá por tempo indeterminado não entendida em todos os seus aspectos, pois que, se o fosse, já não seria a Causalidade, cedendo seu lugar ao ainda mesquinho ser humano que ensaia os seus primeiros passos na compreensão da sua própria realidade.
Vivendo mais por automatismo e acreditando por condicionamentos como bem viver e melhor ser feliz, o ser humano em evolução não dispõe da capacidade de abarcar a Natureza da natureza, somente para satisfazer a sua ambição intelectual.
Desse modo, mesmo quando não entende Deus, sente a Realidade em tudo e percebe-se mergulhado nesse Oceano de harmonia que o comove e não lhe permite estabelecer se Deus está nele ou se apenas é...

Quando alguém perguntou ao eminente cientista Jung se ele acreditava em Deus, ele teria respondido com simplicidade:
— Eu não acredito. Eu sei...
Saber é para sempre enquanto crer é transitório.
As bênçãos de Deus inclusive se encontram na capacidade fantástica de o ser humano poder pensar, entender e aprofundar reflexões, conseguindo conquistar a gloriosa oportunidade de saber e transformar em utilidade pelos instrumentos de que se utiliza para penetrar no macro e no microcosmo, mas acima de tudo no Psiquismo gerador do universo e da vida.
Vive de tal forma que te encontres perfeitamente em sintonia com as bênçãos de Deus onde te encontres e diante do que faças, até poderes afirmar um dia, conforme Jesus elucidou:
— Eu e o Pai somos um.

Joanna D'Ângelis [Espírito] através de 
Divaldo P. Franco no livro: "Entrega-te a Deus". 

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