Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sábado, 24 de outubro de 2015

O QUE É VIRTUDE?

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso.[1]



A eterna busca do ser humano foi, é, e sempre será, a felicidade.

Esse bem supremo é desejado desde todos os tempos.

Os grandes filósofos da antiguidade estavam convencidos de que uma vida feliz só se consegue com a prática das virtudes. Alguns filósofos modernos também chegaram a essa conclusão.

Mas o que é uma virtude, afinal?

Encontraremos várias correntes de pensamentos definindo o que são virtudes, mas há um consenso em torno de que sem virtude não pode haver uma vida feliz.

A palavra virtude é derivada da língua grega, de um termo que significava força, poder.[2]

Assim, podemos dizer que uma virtude é uma força da alma, um poder, uma excelência. Pode-se ter um grande talento para as artes, e ser forte nessa área.

Dizemos que um excelente músico é um virtuoso, pois sua força está nessa especialidade.

Ocorre que podemos ser fortes intelectualmente ou fisicamente, e usar todos esses poderes, ou forças, e ainda assim permanecermos infelizes, o que prova que  essas virtudes não são suficientes para nossa felicidade.

Segundo os grandes pensadores, a virtude necessária para a conquista da felicidade é a virtude moral. Trata-se, sim, de uma força, de um poder, mas é de um poder que deverá ser exercido sobre si mesmo, sobre seus vícios, suas más tendências.

Dessa forma, o homem que deseja conquistar virtudes está sempre disposto a empreender esforços constantes para fazer o bem e evitar o mal, porque sabe que sua má conduta lhe trará sofrimentos.

E como se conseguirá isso?

O primeiro passo é o autoconhecimento. Sem o autoconhecimento não há como empreender um esforço eficaz, uma vez que não se sabe por onde começar. Conhecendo-se, o homem detecta suas forças e suas fraquezas, e poderá criar estratégias para fortalecer o que é bom e eliminar o que é mau.

Para quem nunca se deteve nessa análise de si mesmo, os primeiros passos são sempre difíceis, mas com a persistência se chega lá.

Opa! Já falamos aqui de uma virtude: a persistência.

As virtudes são inumeráveis e estão interligadas entre si, como uma rede. Assim, quando se empenha esforço na conquista de uma, automaticamente outras serão adquiridas como consequência.

Um segundo passo é buscar conhecer seus piores inimigos: os vícios.

Podemos adiantar, desde logo, que o pai de todos os vícios é o orgulho.

Se você algumas vezes se deixa dominar pelo ódio, pelo ciúme, pela inveja, a mágoa, a impaciência, a intolerância, quem está no comando de sua vida é esse poderoso vício chamado orgulho.

O orgulho é uma imagem falsa que o homem faz de si mesmo, geralmente alimentada desde a infância, o que favorece o surgimento do egoísmo, que está na raiz de todos os males da humanidade, de todos os males sociais.

A virtude contrária ao orgulho é a humildade. Ela é necessária para se começar a desenvolver as demais, pois o humilde parte sempre do princípio: “posso estar enganado”, enquanto o orgulhoso é sempre senhor de si, e julga ser o único detentor da verdade.

Jesus foi o maior exemplo de humildade e Pilatos o de orgulho. A humildade é a virtude dominante em todos os homens de bem que passaram pela Terra.

Sócrates, Confúcio, Buda, Gandhi, e outros tantos, eram humildes.

A humildade muitas vezes é confundida com sujeição, passividade, desleixo, miséria, e por isso tida como uma qualidade dos fracos.

No entanto, Jesus ensinou e viveu essa virtude com maestria, e hoje, mais do que nunca, se reconhece o seu grande valor intelecto-moral.

É certo que precisamos admitir que ainda estamos longe de ser como Jesus, mas isso quer dizer que não possuímos nenhuma virtude?

Oh, não! Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores.[3]

Assim, desde que se faça um esforço para evitar uma má ação, há uma virtude moral.

O esforço deve ser voluntário e não forçado pelas circunstâncias ou pela falta de coragem. Se tudo for favorável para efetivar a ação e a ela se resistir, então está caracterizada a virtude.

Considerando que o bem mais valioso, desejado por todos aqueles que buscam a felicidade, é a liberdade, e não se pode ser livre quando se é dominado pelos vícios ou pelas paixões, então nossa intenção é buscar um conhecimento que nos ajude nessa busca.

Trataremos, portanto, das principais virtudes, em pequenos textos, para que tenhamos uma noção sobre essas forças morais que, se bem utilizadas, nos garantirão a tão sonhada felicidade.

Encerramos em esta intrigante frase de Sócrates:

“A um homem bom não é possível que ocorra nenhum mal, nem em vida, nem em morte.” 


[1] E.S.E, cap. XVII, item 8.

[2] A palavra virtude vem do termo grego arete, traduzida pelo latinos como virtus, cujo radical vis significa poder, força.

[3] O Livro dos Espíritos, item 893.

Fonte: http://www.filosofianoar.com.br

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