Introdução

Há muito o que ser aprendido. Há muito o que podemos extrair do que vemos, tocamos, ouvimos, e acima de tudo, sentimos. Nossa sabedoria vem dos retalhos que vamos colhendo ao longo de nossa evolução, que os leva a formar a colcha que somos. Esse espaço é para que eu possa compartilhar das luzes que formam o que Eu tenho sido!!!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SOMOS BORBOLETAS

Gustavo Henrique, o Gu, é filho de uma sobrinha muita querida, portanto meu sobrinho-neto. Perspicaz, inteligente, observador, como toda criança de 7 anos normalmente o é, pinçou junto com sua mãe duas pérolas, conforme abaixo. Os assuntos envolvidos mexeram comigo e decidi entrar nessa seara e escrever abertamente a ele uma carta... Uma carta de amor, amor pela vida, com o intuito de auxiliá-lo em seus discernimentos que serão contínuos ao longo de sua existência. 



Gu, Saúde & Paz, Força & Fé, hoje e sempre em sua vida. Que a Paz do Mestre Jesus, que já foi criança como você encontre sempre guarida em seu coração e mente. 

Com certeza você conhece, ou por ter visto ao vivo, ou em desenhos, ou em livros, as borboletas, né? Elas são lindas.

Leves, coloridas, estão sempre às voltas com flores, rosas, jardins, colorindo a vida de quem tem o privilégio de observá-las. Para que um jardim se encontre completo é necessário a presença delas, pousando de flor em flor, alimentando-se e por conseguinte ajudando na multiplicação da vida, através de um processo chamado de polinização (peça ao seus pais para pesquisarem com você a respeito, é muito legal).


Mas, o que isso tem a ver com o fato da dúvida apresentada por você se nós nascemos de novo, não é mesmo? Vou tentar lhe explicar valendo-me do ciclo de vida da borboleta, tá bem? 

Repare no desenho acima... Comece pelo ovo e observe que antes de virar uma linda e bela borboleta ela passa pela fase da lagarta, depois pela fase da pupa (casulo) e só depois ela se transforma... Isso, Gu, se chama metamorfose e nós Gu, também somos parecidos...

Quando nosso pai e nossa mãe decidem que querem ter um filho, eles se unem e de uma sementinha do seu pai, e de uma sementinha de sua mãe, forma-se um OVO (e uma linda borboleta em essência passa a viver nesse ovo - mais a frente no texto você vai entender). 

Esse ovo fica guardadinho dentro da barriga da mamãe, e Gu, de uma maneira sensacional ele começa a se dividir, e de divisão em divisão, ele vai se transformando em um bebê. Tudo isso, dentro da barriga da mamãe... Aconteceu com você, comigo, com sua mãe, com seu pai, com a Sophia e com a Laurinha também.  

Depois de um tempo, aquele ovo deu origem a uma linda criança, que dentro da barriga da mamãe avisa que está na hora de nascer, de virar LAGARTA. 
Lagarta precisa comer, tomar água, movimentar-se para viver, e é isso que fazemos Gu. Por isso nossa mãe e nosso pai cuidam tanto de nós, para que possamos andar pelo mundo, ir a escola, jogar futebol, brincar com os avós, com os tios, fazer amizades, rir, chorar, machucar, namorar, iludir, desiludir, sentir frio, calor, amor, paz, saudades, e até algumas tristezas. Isso Gu é a vida aqui na Terra...

Depois de um tempo, que para uns pode ser de 90 anos, para outros de 10 anos, para outros de 50 anos, (nunca sabemos quanto tempo), precisamos deixar de sermos Lagartas, pois o que nos espera no ciclo da vida é a PUPA. 
A pupa querido é aquilo que os adultos chamam de morte, é quando alguém deixa de conviver conosco e vira uma estrelinha como seu Avô Fernando e sua Bisavô Irani. Precisamos ficar um tempo no casulo, nos preparando para enfim virarmos borboletas. É na pupa Gu que aquilo que aprendemos e que fizemos nos servirá de alimento e o tempo de ficarmos assim aprisionados depende do quanto de coisas boas e bacanas que fizemos. Quanto mais coisas boas e bacanas, menos tempo ficamos assim, "empupados" (nem sei se existe essa palavra). 
Depois de um tempo, que para cada um é somente seu, viramos definitivamente borboletas, (sabe estrela cadente? é uma pupa virando de vez borboleta e saindo a voar) pois é isso que somos em essência (peça sua mãe ou seu pai lhe mostrar um perfume, respire e sinta o cheiro gostoso, isso é a essência, ou seja não é o líquido, nem o frasco, mas o aroma), somos livres, coloridos, prontos para visitarmos os jardins novamente, e os jardins Gu, são os corações das pessoas que amamos, e até daquelas que não aprendemos a amar enquanto éramos lagarta, mas que agora como borboletas podemos amar. 

Às vezes Gu o nosso tempo como lagarta não nos permitiu que conhecêssemos todo o jardim e ficamos presos apenas a uma árvore e por isso, deixamos de ser borboletas fisicamente apenas (lembre-se que na essência nós somos sempre borboletas) e pedimos para que outra mãe e outro pai, ou mesmo os mesmos que tivemos antes, para gerarem outro ovo, aí entramos nele e ele crescerá e depois nascerá e como já sabemos tudo que tem naquela árvore procuraremos outras, e depois vamos para a pupa e depois viraremos borboletas de novo, e de novo ovo, e assim até que como lagartas tenhamos conhecido todo o jardim, que é o universo criado por um Papai do Céu cheio de amor, de harmonia e de paz.

Participar do ciclo da vida Gu é uma oportunidade que o Papai do Céu nos dá para que possamos aproveitar tudo que tem no jardim... As flores brancas e amarelas, vermelhas e azuis, rosas, pé de manga, de jabuticaba, de laranja, ou seja uma vez só como lagarta não dá tempo de ver tudo, entendeu? É um presente... um lindo presente de amor! 

Importante Gu... 
Não se preocupe com o tempo das coisas, mas acima de tudo com a intensidade delas... Não importa quanto tempo eu, sua vó Márcia, sua vó Salima, seu Vô Antônio, suas tias, suas irmãs, seu pai e sua mãe estarão aqui ao seu lado, preocupe-se em estar com eles sempre bem, sempre alegre, sempre lembrando-os que você os ama e que você gosta de se sentir amado por eles... 
Guarde isso Gu... TEMPO É UMA QUESTÃO DE PRIORIDADE!

Ah! Já ia me esquecendo... Tem futebol sim do outro lado, só que não existe nem empate e nem derrota... todos ganham! Não pergunte como, só sei que é assim...



Gú Querido... Você que chegou há pouco do lado de lá sabe como poucos que a morte apenas faz com que mudemos de endereço. 
Mas a saudade querido é mesmo às vezes de matar. Sabe o melhor que você pode ensinar para sua mãe nesses momentos? 
Que ela escolha na memória os bons instantes vivenciados ao lado do Vô Fernando, que ela lembre sempre do quanto ele a amava, do quanto ele era prestativo e acima de tudo do quanto que ele gostaria que fosse diferente algumas coisas, é claro...
Mas acima de tudo, Gu, lembre a sua mãe que no reencontro eles poderão analisar o que fizeram como lagartas juntos e como borboletas voejarem por jardins lindos espalhados por todo o universo. 
Ah, Gu, lembre a ela também que ele agora é uma borboleta, livre das amarras que o mantinham como uma lagarta vinculada a apenas uma árvore e quando tiver outra oportunidade de virar outro ovo e outra lagarta ele não se esquecerá disso e procurará outras flores do jardim. 
Gu, quando quiser perguntar alguma coisa, não se acanhe...
Com amor... Tio Emerson!



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